domingo, 21 de junho de 2020

A SAGRADA EUCARISTIA NA HISTÓRIA


TESTEMUNHOS PRIMITIVOS SOBRE A EUCARISTIA


INTRODUÇÃO

A eucaristia é o centro da vida cristã e o principal alimento que nutre o corpo e a alma de todo aquele que professa que Jesus Cristo é o seu único Senhor. A palavra “eucaristia” vem do termo grego “εὐχαριστία” e tem o significado de “ação de graças”. Ação essa que é realizada pelo sacerdote no ato da consagração das espécies do pão e do vinho que se transubstanciam na carne e no sangue do Senhor.

Desde sempre, a Igreja Católica (assim como as comunidades orientais) tem tratado esse importante sacramento de acordo com as próprias palavras do Cristo. São João – o evangelista – registra em seu evangelho as palavras de Jesus quando Ele próprio diz:

Pois a minha carne é verdadeiramente uma comida e o meu sangue, verdadeiramente uma bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele” (Jo 6,55-56).

Desde os tempos mais primitivos, a fé cristã interpretou e continua interpretando as palavras de Jesus com literalidade, isto é, há a crença que de fato, as espécies ali consagradas, constituem partículas do Cristo Salvador.

Essa crença é atestada pela vasta literatura patrística dos primeiros séculos da Igreja.

Se até os dias de hoje, chega à nós que a tradição cristã confirma tal fé nesse dogma, devemos assim, crer com total piedade que a responsabilidade por tal afirmação, deriva exclusivamente das Escrituras e dos primeiros Pais da Igreja, sendo que foram eles, os responsáveis pela construção do caminho percorrido nos mais de dois mil anos de cristianismo.

O presente artigo, possui a finalidade de encher de fé e esperança a todos aqueles que acreditam nesse mistério e afirmar com prudência e autoridade de que crer na presença real de Jesus na eucaristia, é sinônimo de verdade.

Além dos textos bíblicos que aqui serão apresentados, (com suas respectivas datas e escritores), trazemos aos leitores, inúmeras citações patrísticas dos quatro primeiros séculos da Igreja Católica que afirmam a veracidade dos fatos de nossa crença.

I SÉCULO (0 a 100 d.C)

São Paulo (5 a 67 d.C
1ª Epístola de São Paulo aos Coríntios (55 d.C):

Com efeito, eu mesmo recebi do Senhor o que vos transmiti: na noite em que foi entregue, o Senhor Jesus tomou o pão e, depois de dar graças, partiu-o e disse: <Isto é o meu corpo, que é para vós; fazei isto em memória de mim>. Do mesmo modo, após a ceia, também tomou o cálice, dizendo: <Este cálice é a nova Aliança do meu sangue; todas as vezes que dele beberdes, fazei-o em memória de mim>. Todas às vezes, pois, que comei desse pão e bebeis desse cálice, anunciais a morte do Senhor até que Ele venha” (1 Cor 11,23-26).
Eis porque todo aquele que comer do pão ou beber do cálice do Senhor indignamente, será réu do corpo e do sangue do Senhor” (1 Cor 11,27).
Por conseguinte, que cada um examine a si mesmo antes de comer desse pão e beber desse cálice, pois aquele que come e bebe sem discernir o Corpo, come e bebe a própria condenação” (1 Cor 11,28-29).

São Marcos (10 a 68 d.C.)
Evangelho Segundo São Marcos (64 d.C):

Durante a refeição, Jesus tomou o pão e, depois de o benzer, partiu-o e o deu dizendo: <Tomai, isto é o meu corpo>. Em seguida, tomou o cálice, deu graças e o apresentou, e todos dele beberam. E disse-lhes: <Isto é o meu sangue, o sangue da nova aliança, que é derramado por muitos>” (Mc 14,22-23).

São Mateus (? a 72 d.C.)
Evangelho Segundo São Mateus (70 d.C):

Durante a refeição, Jesus tomou o pão, benzeu-o, partiu-o e o deu aos discípulos, dizendo: <Tomai e comei, isto é meu corpo>. Tomou depois o cálice, rendeu graças e deu-lho, dizendo: <Bebei dele todos, porque isto é meu sangue, o sangue a Nova Aliança, derramado por muitos homens em remissão dos pecados>.” (Mt 26,26-28).

São Lucas (? a 84 d.C.)
Evangelho Segundo São Lucas (80 d.C):

Pegando o cálice, deu graças e disse: <Tomai este cálice e distribuí-lo entre vós. Pois vos digo: já não tonarei a beber do fruto da videira, até que venha o Reino de Deus>. Tomou em seguida o pão e depois de ter dado graças, partiu-o e o deu, dizendo: <Isto é o meu corpo, que é dado por vós; fazei isto em memória de mim>. Do mesmo modo tomou também o cálice, depois de cear, dizendo: <Este cálice é a Nova Aliança em meu sangue, que é derramado por vós>.” (Lc 22,17-20).

Aconteceu que, estando sentando conjuntamente à mesa, ele tomou o pão, abençoou-o, partiu-o e o serviu. Então, se lhes abriram os olhos e reconheceram, mas, ele desapareceu. Diziam então um para o outro: <Não se nos abrasava o coração, quando ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?>. Levantaram-se na mesma hora e voltaram a Jerusalém Aí acharam reunidos os onze e os que com eles estavam. Todos diziam: <O Senhor ressuscitou verdadeiramente a apareceu a Simão>. Eles, por sua parte, contaram o que lhes havia acontecido no caminho e como o tinham reconhecido ao partir do pão” (Lc 24,30-35).

Atos dos Apóstolos, Segundo São Lucas (70 ou 80 d.C):

Perseveram eles na doutrina dos apóstolos, nas reuniões em comum, na fração do pão e nas orações” (At 2,42).

Didaqué (80 ou 90 d.C.)
Didaqué [instrução dos doze apóstolos] (80 ou 90 d.C):

Celebrem a Eucaristia deste modo: Digam primeiro sobre o cálice: <Nós te agradecemos Pai nosso, por causa da santa vinha do teu servo Davi, que nos revelaste por meio do teu servo Jesus. A ti a glória para sempre>. Depois digam sobre o pão partido: <Nós te agradecemos Pai nosso, por causa da vida e do conhecimento que nos revelaste por meio do teu servo Jesus. A ti a glória para sempre. Do mesmo modo como este pão partido tinha sido semeado sobre as colinas, e depois recolhido para se tornar um, assim também a tua Igreja seja reunida desde os confins da terra no teu reino, porque tua glória e o poder, por meio de Jesus Cristo, para sempre>. Ninguém coma nem beba da Eucaristia, se não tiver sido batizado em nome do Senhor, porque sobre isso o Senhor disse: <Não deem as coisas santas aos cães>” (Didaqué 9,1-5).

Depois de saciados, agradeçam deste modo: <Nós te agradecemos Pai santo, por teu santo Nome, que fizeste habitar em nossos corações, e pelo conhecimento, pela fé e imortalidade que nos revelaste por meio do teu servo Jesus. A ti glória para sempre. Tu, Senhor Todo-poderoso, criaste todas as coisas por causa do teu Nome, e deste aos homens o prazer do alimento e da bebida, para que te agradeçam. A nós, porém, deste uma comida e uma bebida espiritual, e uma vida eterna por meio do teu servo” (Didaqué 10,1-3).

São João (9 a 103 d.C.)
Evangelho Segundo São João (95 d.C):

Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia. Pois a minha carne é verdadeiramente uma comida e o meu sangue, verdadeiramente uma bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. Assim como o Pai que me enviou vive, e eu vivo pelo Pai, assim também aquele que comer a minha carne viverá por mim” (Jo 6,54-57).


No próximo SB SABENDO BEM, apresentarei os Padres da Igreja do II Século (101 a 200 d.C),


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