Por Fr. Sérgio Sambl
Mônica nasceu no seio de uma família cristã e, contrariamente ao costume de sua época, foi-lhe permitido estudar, o que ela aproveitou para ler e meditar a Sagrada Escritura.
Desde muito cedo dedicou sua vida a ajudar os pobres. Ela os visitava com frequência, levando conforto por meio da Palavra de Deus. Sua vida de esposa foi muito difícil. O marido era um jovem pagão muito rude, de nome Patrício, que a maltratava.
Mônica suportou tudo em silêncio e mansidão. Encontrava o consolo nas orações que elevava a Cristo e à Virgem Maria pela conversão do esposo. E Deus recompensou sua dedicação pois ela pôde assistir ao batismo do marido, que se converteu sinceramente um ano antes de morrer.
Tiveram dois filhos, Agostinho e Navígio, e uma filha, Perpétua, que se tornou religiosa. Agostinho foi sua grande preocupação, motivo de amarguras e muitas lágrimas.
Mesmo dando bons conselhos e educando os filhos nos princípios da religião cristã, a vivacidade, inconstância e o espírito de insubordinação de Agostinho fizeram com que a sábia mãe adiasse o seu batismo, com receio que ele profanasse o sacramento.
Isso provavelmente teria acontecido porque Agostinho, aos dezesseis anos, saindo de casa para continuar os estudos, tomou o caminho dos vícios. O coração de Mônica sofria muito com as notícias dos desmandos do filho e por isso redobrava as orações e penitências.
Certa vez ela foi pedir os conselhos de um bispo. Este a consolou dizendo:
“Continue a rezar, pois é impossível que se perca um filho de tantas lágrimas”
Agostinho tornou-se um brilhante professor de retórica em Cartago. Mas, procurando fugir da vigilância da mãe aflita, às escondidas embarcou em um navio para Roma e depois para Milão, onde conseguiu o cargo de professor oficial de retórica.
Mônica, desejando a todo custo ver a recuperação do filho, viajou também para Milão, onde, finalmente e aos poucos, terminou seu sofrimento.
Isso porque Agostinho – no início por curiosidade e retórica, depois por interesse espiritual – tinha se tornado freqüentador dos envolventes sermões de santo Ambrósio.
Foi assim que Agostinho se converteu e recebeu o batismo, junto com seu filho Adeodato. Assim, Mônica colhia os frutos de suas orações e de suas lágrimas.
Mãe e filho
decidiram voltar para a terra natal mas, chegando ao porto de Óstia, perto de
Roma, Mônica adoeceu e logo depois faleceu. Era possivelmente 27 de agosto de
387 e ela tinha cinqüenta e seis anos.
Forte de ânimo, ardente na fé, firme na esperança, de inteligência brilhante, sensibilíssima às exigências da convivência, assídua na oração e na meditação da Sagrada Escritura, ela encarna o modelo de esposa ideal e mãe cristã.
As “Confissões” – uma das grandes obras escritas pelo Filho de Tantas Lágrimas – descrevem sua figura de mãe cristã e contemplativa, atenta aos desejos dos humildes e pobres.
Agostinho converte-se, assim, no autêntico biógrafo de sua vida, dando-nos verdadeiras revelações de sua mãe. Ela é apresenta com uma boa mãe, eficaz sempre com todos e com uma profunda educação cristã.
Mônica é uma mulher de grandes intuições e de extraordinária virtude natural e sobrenatural, admirável por sua particular fortaleza de ânimo, inteligência aguda, grande sensibilidade, respeitosa e paciente com todos.
O papa Alexandre III confirmou o tradicional culto a santa Mônica em 1153, quando a proclamou Padroeira das Mães Cristãs. A sua festa deve ser celebrada no mesmo dia em que morreu.
O seu corpo, venerado durante séculos na igreja de Santa Áurea, em Óstia, em 1430 foi transladado para Roma e depositado na igreja de Santo Agostinho
Fonte: https://recoletosstv.org/2019/08/27/santa-monica-mulher-forte/
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