domingo, 8 de agosto de 2021

O SACRAMENTO DO MATRIMÔNIO


Papa Francisco

O sacramento do matrimônio não é uma convenção social, um rito vazio ou o mero sinal externo dum compromisso. O sacramento é um dom para a santificação e a salvação dos esposos, porque “a sua pertença recíproca é a representação real, através do sinal sacramental, da mesma relação de Cristo com a Igreja. Os esposos são, portanto, para a Igreja a lembrança permanente daquilo que aconteceu na cruz; são um para o outro, e para os filhos, testemunhas da salvação, da qual o sacramento os faz participar”.

O matrimônio é uma vocação, sendo uma resposta à chamada específica para viver o amor conjugal como sinal imperfeito do amor entre Cristo e a Igreja. Por isso, a decisão de se casar e formar uma família deve ser fruto dum discernimento vocacional. “O dom recíproco constitutivo do matrimônio sacramental está enraizado na graça do Batismo, que estabelece a aliança fundamental de cada pessoa com Cristo na Igreja.

Na mútua recepção e com a graça de Cristo, os noivos prometem-se entrega total, fidelidade e abertura à vida, e também reconhecem como elementos constitutivos do matrimônio os dons que Deus lhes oferece, tomando a sério o seu mútuo compromisso, em nome de Deus e perante a Igreja. Ora, na fé, é possível assumir os bens do matrimônio como compromissos que se podem cumprir melhor com a ajuda da graça do sacramento. (...) Portanto, o olhar da Igreja volta-se para os esposos como o coração da família inteira, que, por sua vez, levanta o seu olhar para Jesus”.

O sacramento não é uma “coisa” nem uma “força”, mas o próprio Cristo, na realidade, “vem ao encontro dos esposos cristãos com o sacramento do matrimônio. Fica com eles, dá-lhes a coragem de O seguirem, tomando sobre si a sua cruz, de se levantarem depois das quedas, de se perdoarem mutuamente, de levarem o fardo um do outro”.

O matrimônio cristão é um sinal que não só indica quanto Cristo amou a sua Igreja na Aliança selada na Cruz, mas torna presente esse amor na comunhão dos esposos. Quando se unem numa só carne, representam a aliança do Filho de Deus com a natureza humana. Por isso, “nas alegrias do seu amor e da sua vida familiar, Ele dá-lhes, já neste mundo, um antegozo do festim das núpcias do Cordeiro”.

Embora “a analogia entre o casal marido-esposa e Cristo-Igreja” seja uma “analogia imperfeita”, convida a invocar o Senhor para que derrame o seu amor nas limitações das relações conjugais.

Exortação Apostólica Pós-sinodal Amoris Lætitia, n. 72-73

http://www.arquisp.org.br/sites/default/files/folheto_povo_deus/ano_45-b_-_46_-_19o_domingo_do_tempo_comum.pdf

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