A LEI DO SENHOR
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A liturgia deste 26º Domingo do Tempo Comum nos propõe uma reflexão sobre a Lei
do Senhor, fonte de vida e alegria ao coração do fiel. Apresenta, na primeira leitura, a necessidade do
surgimento de profetas, homens e mulheres, comprometidos com a verdade e a
defesa da vida. Já a segunda leitura
apresenta a denúncia das injustiças como parte integrante da profissão de fé.
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Nas palavras do Salmo 18(19) vemos
retratada a alegria do salmista ao reconhecer a presença de Deus ao longo de
sua vida, educando-o e acompanhando-o em todos os seus caminhos. Ele reconhece
a força da graça de Deus por meio da Lei que é a guia e a guardiã de Israel ao
longo de toda a sua história. De fato, a Lei é em primeiro lugar "Palavra
do Senhor", que deve ser escutada e acolhida no coração dos filhos de
Israel. Consiste em orientações básicas e seguras que visam promover e preservar
a liberdade alcançada, pela ação libertadora do Senhor. Ela deve garantir que
Israel não se desvie do caminho proposto na direção da construção de uma terra
sem males. Nesta terra, todos têm lugar, evitando assim que os filhos e filhas
de Deus retornem ao estado e à situação de escravidão que viviam no Egito. A
Lei é sinal claro do cuidado de Deus para com o povo que o libertou e conduziu
pelo deserto. Ela reflete a formação da consciência de Israel enquanto povo
escolhido por Deus, consagrado como bênção do Senhor para todas as nações.
- Em todo o percurso histórico de Israel, a
figura dos profetas representava sempre a voz de Deus junto ao povo
indicando-lhe o caminho por onde deveria seguir. De fato, o profeta, unido ao
Senhor, traz no vigor de sua palavra, em suas atitudes e gestos e,
principalmente, em seu modo de vida, aquilo que é o desejo de Deus, para ele
mesmo e para todo o povo. Sendo assim, a palavra do profeta se torna Palavra de
Deus que deve ser acolhida pelo seu povo, como um sinal do amor divino, que
corrige os filhos que ama. A primeira
leitura traz a palavra de Moisés e o seu desejo de que todo o povo fosse
profeta. Ele percebe a necessidade de fundar, sobre as bases da Palavra de
Deus, a caminhada para a terra prometida. Por isso, a figura do profeta como a
voz de Deus que guia, exorta e conduz o povo é extremamente necessária. O
coração do profeta pulsa marcado pela força da unção que recebera e por
conhecer as dores do povo machucado.
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A Carta de Tiago exorta à comunidade
para a vivência do Evangelho, renunciando todo tipo de exclusão e injustiça. O
autor da Carta expressa a realidade da comunidade que fecha os olhos e o
coração aos irmãos e às suas necessidades concretas. Ele denuncia a injustiça
como fizeram, ao longo da historia de Israel, todos os profetas.
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A vocação de cada batizado é estar unido a Jesus, a fim de que a sua Palavra
seja a luz em nossos passos e decisões. De modo que atentos à realidade que nos
cerca, sejamos capazes de perceber e denunciar todo tipo de injustiça,
principalmente aquela cometida contra os pequenos e pobres.
Que a liturgia deste Domingo desperte em todos nós o sincero desejo de abraçar a vocação batismal enquanto profetas do Reino. Que o anúncio da proposta de Jesus Cristo ecoe profundamente em todas as Comunidades Eclesiais de Base, pela palavra e pela vida de seus membros.
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