A FIGURA DE UM POLÍTICO MEDÍOCRE E INFELIZ
Por Guillermo Daniel Micheletti
INTRODUÇÃO
É curioso que, aos domingos, celebrando a Eucaristia, milhões de
católicos, ao professarem o credo na Liturgia da Palavra, não percebam que
lembramos um pagão romano chamado Pôncio Pilatos (PP) (cf. 1Tm 6,13). Na
primeira versão do creio de Niceia, PP não é mencionado, mas seu nome será
fixado na versão definitiva do creio do Primeiro Concílio de Constantinopla.
Assim, em nossos símbolos da fé, confessamos que “[Jesus] por nós foi
crucificado sob Pôncio Pilatos” (credo niceno-constantinopolitano) ou “padeceu
sob Pôncio Pilatos” (símbolo apostólico).
1.
Que conhecemos de Pilatos? Alguns dados biográficos
Colhendo os escassos dados biográficos sobre PP, podemos dizer
que pertenceu à prestigiosa e burguesa “família dos Ponzi”, de tradição muito
afeita a cavalos de bigas. O apelido Pilatus vem de pilleus, um tipo de chapéu
que, em algumas regiões, o escravo liberto recebia como distintivo (hoje usado
pelos bispos com o nome de “solidéu”). Pilatos foi homem habilidoso no
lançamento do dardo. Pelo conjunto da obra de sua carreira militar, recebeu,
como honra e prêmio, o cargo de prefeito da Judeia (em grego Ioudaia, em
hebraico Yehûdãh) (LÉMONON, 2009, p. 33).
A menção a PP parece seguir o caminho que emoldura, em parte, o
marco histórico da vida de Jesus. Estabelece-se com ela que Jesus não foi uma
“lenda celestial”, um “semideus”, senão um homem de carne e osso, cuja vida
pode ser datada e situada no tempo e no espaço da história humana, o qual
morreu numa região governada por um procurador/prefeito romano “não muito
conhecido” de nome PP. A figura de PP, não obstante, aparece não apenas para
balizar uma referência histórica sobre Jesus, mas também – e sobretudo – como
“poder de decisão”, pois não se diz “em tempos de” PP, e sim “sob” (sub PP, epi
tou PP). A preposição “sob” reforça a ideia de autorizado domínio. Por sinal, o
domínio político dos romanos era imponente, prepotente e humilhante. Muito
longe do amor compassivo ensinado pelo “artesão” Jesus, que nada tinha de
arbitrário nem submetia o ser humano ao fascínio do poder do divino.
No caso de Jesus, PP, embora soubesse que ele “era inocente”,
procurará libertá-lo na medida em que isso não afete sua carreira política e
sua amizade com César (Jo 19,13). Caso contrário, o poder cederá diante da
injustiça, “lavando as mãos” (Mt 27,24).
Não é muito o que esse personagem articulou na vida e no
criminoso processo aplicado a Jesus. Será que sua trajetória política pode
dizer alguma coisa a nós hoje? Sem dúvida, como tantos outros governadores da
pequena e insignificante Judeia, poderia ter passado despercebido na história.
Contudo, tendo condenado aquele jovem camponês de Nazaré, conhecido como o
“profeta hebreu”, sem saber, assumiu posição de destaque em uma história que
mudou a face da terra e o coração de imensa multidão de homens e mulheres.
Essa é, de fato, a ambiguidade do poder político terreno, que se
movimenta sempre segundo a necessidade e a arbitrariedade “do momento”. Podemos
dizer, apenas como referência, que quase todos os poderes políticos de sempre
atuaram como PP, condenando inocentes (a parte mais vulnerável) e lavando as
mãos diante da injustiça com mil pretextos aparentemente “nobres ou
necessários” ou, ao menos, “mascarados de científicos” (FAUS, 2013, p. 81 –
nota 34).
2.
Pôncio Pilatos na Judeia – seu cargo de prefeito
O imperador Júlio César Tibério (14-37 d.C.) é que teria
convidado PP para ser o governador/prefeito da Judeia (26-36 d.C.) (MONLOUBOU;
DU BUIT, 1997, p, 637). Como era a província da Judeia? Não era grande, mas, se
bem governada, podia servir de ponte para cargos significativos na carreira
política. A Judeia não era muito importante; sua população, acostumada a ser
invadida por estrangeiros, não se submetia tão facilmente à vontade dos
governadores. A maior parte de seus habitantes era hebreia. Esses homens
“infernizavam” – por assim dizer – a vida dos prefeitos, queixando-se do
tratamento que recebiam por parte do poder de Roma. Os samaritanos, que –
segundo o próprio parecer – eram muito fiéis à Lei mosaica, viviam em contínua
luta contra os hebreus. Os idumeus (moradores da Idumeia – terra dos
edomitas), muito próximos aos hebreus, não eram tão respeitosos da Lei mosaica
quanto os hebreus desejavam. No coração desse território, as cidades de Samaria
e Cesareia eram povoadas de gregos que brigavam frequentemente com os hebreus.
Entre as fontes históricas que falam de PP, temos, de primeira
mão, a inscrição numa lápide encontrada em 1961, no teatro de Cesareia
Marítima, o qual o mesmo PP mandou construir para homenagear o imperador
Tibério: o Tiberieum. O documento de pedra se apresenta bastante mutilado, mas
o nome de Pilatos se conserva nitidamente. Aí diz que PP era “prefeito”, e não
procurador.
Também moedas e textos literários apresentam PP como “um herói”.
Em alguns apócrifos da Igreja oriental, ele e sua mulher (Santa Prócula) são
considerados “mártires e santos”. Foi reconhecido como mártir no Egito,
venerado santo em Etiópia. Sua vida foi divulgada pelo apócrifo chamado O
martírio de Pilatos, que narra quando PP, “injustiçado”, vai para Roma; estando
em prisão, “recebe a visita de Jesus”, que o consola e lhe anuncia que vai ser
crucificado. Acrescenta-se, de modo piedoso, que, mesmo que PP não soubesse
reconhecer a divindade de Jesus – o que o levou a ordenar sua crucificação –,
no entanto, ao mesmo tempo, “como instrumento de Deus”, ele foi o homem que
permitiu que, pela morte de Jesus, toda a humanidade atingisse a salvação
(BAUDOIN, 2009, p. 47-51).
Observando o agir de PP, poderemos também conhecer como os
“conquistadores romanos” olhavam para aquela região hebraica. De fato, coube a
ele, conhecendo e sofrendo as dificuldades enfrentadas pelos anteriores
prefeitos da Judeia, julgar Jesus de Nazaré, um galileu que os sumos sacerdotes
hebreus desejavam matar. Esse fato valeu a PP – sem cogitar as consequências –
insólita notoriedade, em relação tanto a seus predecessores quanto a seus
sucessores.[1] Sua atuação, de fundamental importância na paixão de Jesus, fez
que os primeiros cristãos inserissem seu nome nas profissões de fé para não
esquecer o acontecimento.
Cumpre reconhecer que não foi fácil para os romanos entender a
cultura do povo judeu, a ligação da vida com a religiosidade. Assim também,
para PP, essa mistura do religioso com o cotidiano foi incompreensível e
torturante; era como um quebra-cabeça em sua cosmovisão romana, prática e
materialista: a devoção do templo, os rituais para a alimentação, a rígida
prática ritual do sábado, a circuncisão e a proibição das imagens. Muito menos
podia entender a questão da fé num único Deus – algo inadmissível para os
politeístas romanos – nem a radical oposição à concorrência de outros deuses
com seu Deus. Isso, consequentemente, levava os judeus a desprezar
ostensivamente todos aqueles que não adorassem o Deus verdadeiro do povo de
Israel (SARTRE, 2009, p. 39-40).
Por meio de dados provenientes de Flávio Josefo (37-100 d.C.),
conhecemos quatro episódios “pouco felizes” ocorridos durante o governo de PP:
a introdução da imagem de César em Jerusalém, a construção de um aqueduto para
prover de água a Cidade Santa (cf. A guerra judaica), a execução de Jesus de
Nazaré e o massacre dos samaritanos (Lucas 13,1-3) (cf. Antiguidade judaica).
Pouco tempo depois de ter chegado à Judeia, PP entronizou o
retrato de César, decisão desconhecida na prática dos governadores que passaram
pela região. Certamente, o que parecia ser procedimento politicamente acertado
para “ficar bem” com o imperador lhe trouxe não poucos problemas, a ponto de
ter de suportar um grupo de judeus, dia e noite, protestando em frente à sua
residência, em Cesareia, e insistindo na retirada da imagem. Até que,
finalmente, tendo de lidar com a religiosa teimosia dos judeus, “dispostos a
morrer pela causa, ele retirou a imagem, impressionado da firmeza na
observância das leis religiosas desses judeus” (Antiguidade judaica, XVIII,
59).
Na verdade, PP foi um governador pouco delicado, astuto e
esperto. Ele teve a ideia de construir um aqueduto para prover de água
Jerusalém, mas o fez utilizando o dinheiro do tesouro do templo, fato que
ocasionou, mais de uma vez, muita aversão entre os judeus, a ponto de gerar
violenta repressão do exército, com muitos feridos e mortos.
Pilatos foi governador titular do supremo poder judiciário.
Conhecemos sua atitude na paixão de Jesus pelas descrições que nos deixaram os
Evangelhos: Mc 15,1-15; Mt 27,1-2.11-26; Lc 23,1-25; Jo 18,28-19,16. Para PP, a
condenação de Jesus era questão dos judeus; ele desejava apenas evitar tumultos
e protestos. A acusação feita pelas autoridades judaicas era extremamente
hábil. Apresentavam Jesus como um candidato (usurpador) ao reinado, pois se
autoproclamava “rei”. O governador o interrogou, não poupando certo jeitinho
maldoso. Tinha, diante de si, duas soluções: provar a inocência de Jesus, e não
apenas declará-la, ou ceder, se os adversários de Jesus não renunciassem às
suas arteiras pretensões.
Pilatos não se deixou enganar pelos sacerdotes, mas, pelo que os
textos fazem parecer, não tinha outra opção a não ser condenar Jesus. A
tradição evangélica insiste sobre a responsabilidade moral dos judeus e atenua
a cumplicidade de PP, de natureza jurídica.
No início do século II, Tácito, falando dos cristãos, anota:
“Esse nome lhes vem de Cristo, que, sob o principado de Tibério, o procurador
PP o fez condenar” (Annales XV, 44). Para Tácito, o procurador não teria outro objetivo
a não ser pôr fim a “uma superstição, fonte de desordens”. Em sintonia com
Tácito, o Testimonium Flavianum (AJ XVIIII, 64) apresenta duas informações: a)
PP condenou Jesus com suplício certo: a crucificação; b) fez isso “confiando
basicamente na denúncia de nossos principais cidadãos”.
Tratamos aqui de um governador inábil e sem destreza política,
embora demonstrasse sincera devoção ao imperador. Com base em Fílon de
Alexandria, lembramos o episódio dos “escudos dourados” – escudos votivos
feitos à imitação daqueles que o senado tinha consagrado na cúria de Roma em
honra de César Augusto. Para os judeus, tratava-se de “visibilizar” um culto
divino ao imperador. O fato que nos interessa acha-se na Legatio ad Gaium
(parágrafos 299-305). Essa obra é o relatório de um grupo de judeus de
Alexandria que foram ter com Caio César Calígula (sobrinho-neto de Tibério, a
quem sucedeu em 37 d.C.). O relatório foi escrito por Agripa – naquele tempo,
rei da Traconítide e da Galileia – e por ele dirigido ao imperador Calígula.
Nessa carta, o rei Herodes Agripa pede ao imperador que tenha prudência no que
vai decidir; isto é, que respeite a fé judaica. Para reforçar esse pedido, vai
lembrar a infeliz atitude de PP de ter colocado escudos dourados no antigo
palácio de Herodes. Estes, certamente, não tinham imagem alguma. A iniciativa
de PP desagradou a Tibério, que ordenou retirá-los.
Agripa aproveita a situação e traça um perfil bastante exagerado
e desfavorável de PP, acusando-o de ter feito “a pior besteira”. O rei certamente
agigantou toda a questão, pois, caluniando o prefeito, manifestava escondida
ambição de ascender ao trono da Judeia e acabar com a ingerência direta de Roma
sobre a região. O historiador Fílon aproveita para sugerir que o melhor seria
“deixar que os judeus se ocupem eles mesmos de seus negócios”.
Algumas ações de PP revelam um governador atento e vigilante.
Por exemplo, numa ocasião em que havia surgido um falso profeta entre os
samaritanos, prevendo o perigo de uma revolta, ele, por meio de seus soldados,
age com veemência, interpretando que o acontecido representaria “grave perigo à
pax romana”.
Com essa intervenção, sua carreira política encerra
dramaticamente na Judeia. As queixas que chegaram ao prestigioso governador da
Síria e superior de PP, Aulo Vitélio Germânico (24/9/15 – 22/12/69 d.C.),
resultaram em que fosse “ordenada sua partida para Roma”. Pilatos chegará a
Roma, humilhado e acabrunhado pela situação, após 14 de março de 37, em meio ao
luto da cidade pela morte de Tibério. Segundo o testemunho do historiador
cristão Eusébio de Cesareia, do século IV, PP teria se suicidado (informação
difícil de ser confirmada).
A partir desse momento, sua figura surge adornada de olhares
dourados e negros. Passará à história com o perfil de “homem lendário”, que
encheu não poucas páginas da literatura romana e cristã e do marketing
hollywoodiano.[2]
Pilatos certamente não foi “homem indeciso”, como é apresentado
nos relatos evangélicos; na verdade, esses relatos põem em evidência mais as
maquinações das autoridades religiosas judaicas do que as decisões políticas do
prefeito. O que a história demonstra é que o relacionamento de PP com aquelas
autoridades, especialmente com Caifás, era bom, tranquilo e até estreito (PP
jantou muitas vezes na luxuosa residência de Caifás). Não podemos esquecer que
os sumos sacerdotes eleitos eram “selecionados” pelo prefeito, justamente para
obter sua colaboração na já indesejada presença romana. Por exemplo, Caifás
nunca apresentou queixa nenhuma sobre os excessos do prefeito, embora gozasse
de forte influência sobre as lideranças judaicas de Jerusalém. Ele também foi destituído
do seu cargo quando aconteceu a saída de PP (PAGOLA, 2013, p. 388).[3]
Pilatos foi homem medíocre e, sem dúvida, pouco preparado para a
função que assumiu; mas em momento nenhum apareceu como alguém que teria
desejado – nem que fosse por puro prazer – humilhar o povo hebraico (LÉMONON,
2009, p. 36-37).
Na verdade, as ações governamentais de PP denotam um homem
inábil e desajeitado, desprovido de sentido político, preocupado apenas em
demonstrar, em cada circunstância, que o poder é de Roma e só a Roma pertence.
Ele não entendia a nobreza da fé dos judeus, mesmo que às vezes
ficasse maravilhado com a firmeza e a coragem desse povo diante de suas
“inoportunas” iniciativas. Mostrava-se, no entanto, prudente, no sentido de que
não agia intempestivamente quando de fato podia usar de enérgica força militar.
Era firme, mas às vezes grosso com seus súditos, apenas interessado por demais
em comprazer o imperador.
Não possuímos documentos detalhados a respeito de como os
romanos se relacionavam “politicamente” com o povo judeu. Pelo que parece, a
origem desse relacionamento remonta a 164 a.C., com uma mediação que o exército
romano fez naquelas regiões. Quando Pompeu Magno anexou a Síria ao Império
Romano (64 a.C.), havia muita instabilidade na Judeia, depois da morte do rei
Alexandre Janeu. Tal situação punha em perigo a dominação romana na região.
Numa manobra política, Pompeu designa Antipatro II e seus dois filhos, Fasael e
Herodes Magno (c. 73-4 a.C.), para pacificar a região. No entanto, o ambicioso
Antipatro submeteu a Judeia e tomou de assalto o templo, profanando-o e levando
como troféus seus ricos tesouros. A repercussão desse incidente levou no mínimo
20 anos para se aplacar, o que aconteceu graças à diplomática mediação de
Herodes, que, com o total apoio de Roma, chegou a ser rei no ano 40 a.C.
Após a morte de Herodes, surgiram vários pregadores suscitando “apocalípticas intranquilidades” no povo. Eram agitadores que anunciavam a iminência do fim do mundo ou a vinda de um messias que restauraria o poder dos hebreus. Esse movimento messiânico se verificou entre os anos 10-30 do século I da nossa era. Aqui aparece maior exigência da “pureza ritual” para se preparar para o “dia do Senhor”, da qual João Batista foi exemplo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BAUDOIN,
Anne-Catherine. E Pilato diventa un eroe… Il Mondo della Bibbia, Torino:
Elledici, n. 97, anno 20, p. 46-51, mar./apr. 2009.
CHITTISTER,
Joan. Para aprofundar o creio. São Paulo: Paulinas, 2008.
FAUS,
José Ignacio González. Confío: comentario al credo cristiano. Santander: Sal
Terrae, 2013.
LÉMONON,
Jean-Pierre. Fortuna e caduta di un prefetto di Giudea. Il Mondo della Bibbia,
Torino: Elledici, n. 97, anno 20, p. 32-37, mar./apr. 2009.
MONLOUBOU,
L.; DU BUIT, F. M. Dicionário bíblico universal. Petrópolis: Vozes; Aparecida:
Santuário, 1997.
PAGOLA,
José Antonio. Jesús: aproximación histórica. Buenos Aires: PPC, 2013.
PAPA
FRANCISCO. Ser livre é um risco e um desafio. L’Osservatore Romano, n. 49, 4
dez. 2018.
REID,
Daniel G. Reid (Org.). Dicionário enciclopédico da Bíblia. São Paulo:
Paulus/Paulinas/Loyola; Santo André: Academia Cristã, 2013.
SARTRE,
Maurice. Un romano di fronte all’enigma ebraico. Il Mondo della Bibbia, Torino:
Elledici, n. 97, anno 20, p. 38-41, mar./apr. 2009.
[1] Os
prefeitos da Judeia foram todos romanos: Copônio (6-9 d.C.), Marco Ambívio
(9-12 d.C.), Ânio Rufo (12-15 d.C.), Valério Gato (15-26 d.C.), Pôncio Pilatos
(26-36 d.C.) e Marcelo (36-41 d.C.), que cedeu o poder ao rei Agripa I
(MONLOUBOU; DU BUIT, 1997, p. 637).
[2]
Eusébio de Cesareia, na História eclesiástica, afirma que Pilatos caiu em
desgraça junto ao imperador romano Calígula e cometeu suicídio
por volta do ano 37 d.C. Contudo, o fato é que não se sabe ao certo como
ocorreu sua morte; conforme o apócrifo do Novo Testamento Atos de Pilatos
(também conhecido como Evangelho de Nicodemos), escrito provavelmente no século
IV, a responsabilidade sobre a condenação de Jesus recai sobre os judeus e o
papel de Pilatos no episódio é minimizado. Por causa de tal escrito, nas
Igrejas ortodoxa e ortodoxa etíope, a figura de Pilatos foi reabilitada, a
ponto de ser canonizado pela Igreja etíope e ambas as Igrejas procederem à
canonização de sua esposa, Santa Prócula.
[3] Foi
descoberto, ao sul da antiga cidade de Jerusalém, um esplêndido ossuário
familiar do século I que levava a inscrição: Yehosef bar Caiafa. A pesquisa
admite que, com muita probabilidade, se trate do ossuário de Caifás, que
interveio na execução de Jesus.
Guillermo Daniel Micheletti
Presbítero argentino da diocese de Santo André-SP. Vigário paroquial da Paróquia Santa Teresinha, São Bernardo do Campo-SP. Licenciando em Ciências da Educação, especialização em Pedagogia. Professor de Sacramentos e de Pneumatologia na Escola de Teologia Diocesana. Membro fundador da Sociedade Brasileira de Catequetas (SBCat). Autor de livros pelas editoras Ave-Maria, Paulinas e Vozes. E-mail: gdmiche@terra.com.br
https://www.vidapastoral.com.br/edicao/poncio-pilatos-a-figura-de-um-politico-mediocre-e-infeliz/
(Continua no próximo
Domingo...)
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