ENCONTRAR JESUS PARA
MUDAR DE VIDA
Ao escutarmos o
evangelho desse final de semana, imediatamente recordamos do cartaz da Campanha
da Fraternidade deste ano, que apresenta Jesus escrevendo no chão, inclinado ao
lado de uma mulher estigmatizada pela sociedade da época. Vemos nessa imagem Jesus
o educador que por meio dos seus gestos sensíveis quer educar a comunidade do
seu tempo e as do tempo atual, para a cultura da misericórdia. Já havia no
Antigo Testamento uma promessa messiânica conforme ouvimos na primeira leitura
do profeta Isaias de que quando o Messias chegasse, ele abriria novos caminhos
para favorecer a vida. Vemos cumprida essa palavra em Jesus, pois ele ao se
encarnar não só abriu para todos os caminhos do Reino de Deus, mas afirmou a si
mesmo como o caminho que leva ao Pai. O caminho aberto por Jesus é um caminho
todo marcado pela misericórdia, que não se deixa capturar pelo primeiro impulso
de condenar e maldizer como alguns fazem no evangelho de hoje, mas busca uma
postura de acolhida e de escuta que culmina no perdão e no chamado à conversão.
Jesus não é um laxista que tudo permite, mas ele procura por meio da escuta
misericordiosa suscitar na pessoa acolhida a necessidade da mudança de vida.
Com o mandato missionário dado por Jesus à mulher adultera “vai e não volte a
pecar”, vemos o sonho de Deus para todo ser humano, de que o encontro com Jesus
suscite a escolha pela mudança de vida. Essa realidade é expressa na segunda
leitura da carta de São Paulo aos Filipenses “considerei tudo como lixo por
causa de Cristo”. O encontro pessoal com Jesus nos ajuda a perceber que tudo,
perto do Reino de Deus, tem um valor menor e, que vale a pena deixar tudo para
possuir o maior dos tesouros que é o Reino de Deus, que começa aqui e tem seu
ponto alto na vida eterna. Atualmente na sociedade, muitas vezes marcada pela
cultura da condenação e das fake News, as pessoas ao serem apontadas acabam
ficando sozinhas. Jesus no evangelho faz o movimento inverso, pois ele escuta,
acolhe e fica ao lado daquela mulher acusada. Santo Agostinho ao comentar esse
evangelho, afirma: “Aquela mulher foi deixada sozinha, porque todos foram
embora, porém Jesus olhou nos seus olhos e lhe falou com uma voz de justiça e
de docilidade”. Que a celebração deste domingo do tempo quaresmal proporcione a
experiência de encontro com olhar misericordioso de Jesus e sua acolhida. E
mediante uma conversão sincera, se intensifique o anúncio gerador da cultura da
misericórdia. Em tempos de Campanha da Fraternidade voltada para educação,
sejamos todos educadores da misericórdia.
Dom Luiz Carlos Dias - Bispo
de São Carlos
https://arquisp.org.br/sites/default/files/folheto_povo_deus/ano-46-c-24-5-domingo-de-quaresma.pdf
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