A
Pastoral Vocacional na vida da Igreja
Toda
a Pastoral Vocacional da Igreja, nasce da experiência do encontro com Jesus e
da vida vivida com Jesus. A Animação Vocacional em uma Diocese, é o coroamento
de todo o trabalho missionário e evangelizador desta mesma Igreja. As vocações
laicais, religiosas, diaconais e presbiterais, são o rosto da vida espiritual,
missionária e evangélica de uma comunidade local, de uma paróquia e de uma
diocese. São o espelho do trabalho evangelizador e pastoral de toda uma
comunidade.
“Igreja
sem vocações é como a figueira do evangelho que não tinha frutos”…
A Pastoral Vocacional
segue os passos e a metodologia de Jesus: Ele chama os seus Apóstolos e os seus
discípulos. Eles escutam a sua voz e O seguem. “Vinde após mim… quem quiser me
seguir tome a sua cruz e me siga… eles foram até Ele e ficaram com Ele (Mt.
16,24).
Portanto, CHAMAR,
anunciar, propor, testemunhar é o primeiro trabalho da animação vocacional.
Depois Jesus forma os seus Apóstolos e Discípulos. Vive com eles, os ensina,
faz sinais e milagres para que eles creiam, faz perguntas a eles para sentir se
estão compreendendo o que Ele propõe e ensina. Assim a Pastoral Vocacional
acompanha os chamados e convidados.
Depois Jesus propõe
aos Apóstolos e Discípulos que “fiquem com Ele”. E vai escolhendo e propondo
formas diversas de vida. Ficar com Jesus é assumir o seu Projeto de Vida:
“Fazer a vontade do Pai” (Jo. 6, 38). É pensar, agir, assumir, decidir à
luz da Palavra de Deus. “A quem iremos, Senhor, só Tu tens palavras de vida
eterna” (Jo. 6,68), diz Pedro falando em nome dos doze. Assim a Pastoral
Vocacional vai ajudando os candidatos(as) a discernir o caminho e a forma de
vida com Jesus.
Finalmente, Jesus, no
dia da Ascensão envia: “Ide por todo o mundo e evangelizai todas as gentes”
((Mc 16, 15). Então é tempo de a Pastoral Vocacional encaminhar para os centros
e casas de formação, aqueles que, chamados por Jesus, decidem assumir em sua
vida pessoal a diversas formas de consagração batismal. Vocação é pois chamado
de Deus e resposta Humana (“Vem e segue-me” Mt. 19,21).
Todos os anos, a
Igreja do Brasil, escolhe o mês de agosto, como um mês especial, dedicado a
rezar pelas VOCAÇÕES. Por todas as vocações. Por isso, a cada semana,
agradecemos a Deus, as diversas vocações para as quais Ele nos chama:
Vocação
À VIDA, valorizando
a pessoa desde sua concepção até sua morte natural;
Vocação
BATISMAL, que
nos faz Filhos(as) de Deus, Irmãos de Jesus Cristo, participantes da Igreja,
construtores do Reino de Deus;
Vocação
MATRIMONIAL, onde
o homem e a mulher, obedientes à Palavra de Deus se tornam “uma só carne”, isto
é, uma união estável no amor para a vivência do afeto recíproco, para a geração
de filhos, para a vivência da fé, para o desenvolvimento da sociedade;
Vocação
RELIGIOSA/CONSAGRADA, onde homens e mulheres, à luz da Palavra de Deus e
entregando livremente suas vidas, se decidem a seguir Jesus Cristo na tarefa de
redenção e salvação da humanidade;
Vocação
PRESBITERAL, quando
batizados e consagrados, respondendo aos apelos de Deus, se dedicam com
totalidade ao Povo que é de Deus, sendo “outro Cristo” e agindo na “pessoa de
Cristo” para a animação de Bom Cristãos e Honestos Cidadãos, garantindo a
santidade da vida eclesial e colaborando na construção do Reino de Deus.
Portanto, todos têm
sua resposta pessoal a dar a Deus Nosso Senhor, que chama de tantas e diversas
formas. Cada um de nós tem sua vocação pessoal, da qual deverá prestar contas a
Deus. E todos nós vamos rezar de forma mais consciente e mais insistente para
que não faltem as Vocações de especial consagração na Igreja e para que
batizados e batizadas sejam colaboradores do Plano de Deus: “para que todos
tenham vida e vida em abundância” (Jo. 10, 10).
Rezemos
todos os dias: “Enviai Senhor, operários para a vossa messe, pois a messe é
grande e os operários são poucos”.
O
Papa Francisco indica alguns pontos para o dinamismo da Pastoral Vocacional. Em
seu discurso, Francisco expressou seu temor em usar algumas expressões comuns
da linguagem eclesial. Por exemplo, disse, Pastoral Vocacional poderia dar a
impressão de ser um dos tantos setores da ação eclesial, um departamento curial
ou a elaboração de um projeto.
O Papa afirma que
tudo isso é importante, mas a Pastoral Vocacional é bem mais do que isto “É um
encontro com o Senhor”. A acolhida de Cristo é um encontro decisivo, que
ilumina a nossa existência, nos livra da angústia do nosso pequeno mundo e nos
torna discípulos apaixonados pelo Mestre: “A Pastoral Vocacional é aprender o
estilo de Jesus, que passa pelos lugares da vida cotidiana, se detém, sem
pressa, e, olhando os irmãos com misericórdia, os conduz ao encontro com Deus
Pai. Ele é o ‘Deus conosco’, que vive entre seus filhos, não teme misturar-se
entre a multidão das nossas cidades”.
“A Pastoral
Vocacional precisa de uma Igreja em movimento, capaz de ampliar seus confins,
com base no grande coração misericordioso de Deus… Devemos aprender a sair da
nossa rigidez, que nos tornam incapaz de comunicar a alegria do Evangelho, das
fórmulas anacrônicas e das análises preconcebidas, que envolvem a vida das
pessoas em esquemas frios”.
Neste sentido,
dirigindo-se sobretudo aos pastores da Igreja, aos Bispos e aos Sacerdotes, o
Papa disse: “Vocês são os principais responsáveis das vocações cristãs e
sacerdotais; saindo, vocês podem ouvir os jovens, ajudá-los a discernir as ações
dos seus corações e orientar os seus passos. Somos chamados a ser pastores no
meio ao povo, a animar a pastoral do encontro e a dispor de tempo para acolher
e ouvir os outros, sobretudo os jovens.
A seguir, o Santo
Padre explicou o segundo verbo, “ver”: “Quando Jesus passa pelas ruas, para e
cruza seu olhar com o do outro, sem pressa. Eis o que torna atraente e
fascinante a sua chamada. Hoje, infelizmente, a pressa e velocidade dos
estímulos nem sempre deixam espaço ao silêncio interior, no qual ressoa a
chamada do Senhor”.
Às vezes, constatou
Francisco, é possível correr este risco em nossas comunidades: pastores e
agentes pastorais podem cair num ativismo vazio por causa da pressa e dos seus
compromissos. Mas, o Evangelho nos ensina que a vocação inicia com um olhar de
misericórdia.
E concluiu, exortando
sobretudo os Bispos e Sacerdotes: “Perseverem em ser próximos, sair, semear a
Palavra com olhares de misericórdia. Tenham coragem de promover a Pastoral
Vocacional mediante métodos possíveis, exercendo a arte do discernimento. Não
tenham medo de anunciar o Evangelho com generosidade, de encontrar e orientar a
vida dos jovens”.
“Senhor
da messe e Pastor do rebanho, dai-nos muitas e santas vocações e intrépidos
vocacionados!”.
Dom
José Valmor Cesar Teixeira, SDB
Bispo Diocesano de São José dos Campos
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