Ordem dos Mercedários na Igreja: o chamado
A
história relata que na noite do dia primeiro de agosto de 1218, São Pedro
Nolasco estava muito inquieto em seu coração. Angustiado com a situação dos
cristãos cativos, ele sabia que deveria fazer algo a mais, por isso clamava por
uma inspiração divina.
Foi então
que Nolasco foi consolado pela Virgem Maria, que naquele momento foi também
para ele portadora de um convite do próprio Deus. “É vontade do meu Filho e
minha que fundes uma família religiosa para a redenção dos cativos cristãos”.
Assim, o
Senhor desejava que São Pedro Nolasco continuasse o seu trabalho em favor da
libertação dos cristãos cativos, porém, agora, a partir de uma Ordem Religiosa
que ele deveria fundar.
Estamos
falando da Ordem de Nossa Senhora das Mercês, também chamada de Ordem da
Redenção dos Cativos ou ainda da Ordem dos Mercedários.
Para esta
nova Ordem, São Pedro Nolasco teve o apoio do Rei Jaime de Aragão e do Bispo de
Barcelona, Dom Berenguer Palau. Contudo, conta-se que também o Rei Jaime havia
tido uma visão de Nossa Senhora na qual Ela lhe pedia a fundação de uma Ordem
para cuidar dos cristãos detidos pelos muçulmanos.
Além
disso, São Raimundo de Penaforte, o confessor de Pedro Nolasco, também o
encorajou e o ajudou nesse processo.
O próprio
São Pedro Nolasco foi o primeiro a ser investido com o escapulário mercedário
da Ordem, branco, em homenagem à pureza da Virgem Maria. Também Dom Berenguer
presenteou a nova Ordem dos Mercedários com a cruz da catedral de Barcelona. Já
o Rei Jaime deu a Nolasco o brasão de armas da Coroa de Aragão.
Foi então
a partir desses dois presentes que o fundador desenvolveu o escudo
mercedário.
Confirmação
Pontifícia da Ordem
A Ordem
dos Mercedários surgiu na Igreja em 10 de agosto de 1218. Ela é fruto do amor
heroico que o jovem Nolasco tinha pelos cristãos cativos que sofriam porque
escolhiam não renunciar à própria fé.
Neste
primeiro momento, a Ordem era uma comunidade restrita à Igreja de Barcelona, e
ficava aos cuidados do bispo de Barcelona.
Contudo,
em 1235, deu um grande passo recebendo a Confirmação Pontifícia da Igreja, o
que a tornou unida diretamente com o bispo de Roma, ou seja, com o Papa na
época Gregório IX.
Por meio
da Confirmação Pontifícia, o Sumo Pontífice confirma aquilo que já existe na
vida da Igreja.
Neste
tempo, a Ordem dos Mercedários já havia crescido, possuindo 4 conventos e o
Mestre Geral era o seu fundador, Pedro Nolasco.
O Carisma
da Ordem dos Mercedários
O carisma
é a identidade de uma Ordem religiosa e deve ser vivido por todos os seus
membros.
As
constituições da Ordem dos Mercedário determinam: “trabalhem – os frades – de
bom coração e de boa vontade em visitar e libertar os cristãos que estão em
cativeiro, e em poder dos sarracenos ou de outros inimigos de nossa fé”. Ou
seja, este é o carisma dos Mercedários.
Portanto,
ao fundar a nova Ordem dos Mercedários na Igreja, São Pedro Nolasco determinou
que seus membros devem professar 4 votos. Porém, três deles são os mesmos
professados por todas as instituições religiosas: o voto da pobreza, da
castidade e da obediência. Já o voto professado exclusivamente pelos que
escolhem a Ordem dos Mercedários para viver sua vocação na igreja é este:
“Todos os
irmãos da Ordem devem sempre de bom grado estarem dispostos a abrir mão de suas
vidas, se necessário for, como Jesus Cristo deu a sua por nós…”
Assim,
deste quarto voto, a Ordem dos Mercedários conta, atualmente, com mais de 200
mártires reconhecidos pela Igreja.
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