sábado, 24 de setembro de 2022

REFLEXÃO DOMINICAL I

 

REFLEXÃO DOMINICAL I

O amor da riqueza torna o homem cego para Deus e para o pobre.

- Neste Domingo a liturgia nos convida a refletir a relação que estabelecemos com os bens passageiros, a riqueza que leva à perdição. Precisamos enxergar esses bens não como algo que nos pertence de forma exclusiva, possessiva. Do contrário, enxerguemos como dons que Deus colocou em nossas mãos, para serem administrados e partilhados, com gratuidade e amor, sobretudo com aqueles que nada têm.

- Na primeira leitura, o profeta Amós denuncia com autoridade uma classe dirigente que vive a ociosidade, despreocupada, no luxo à custa da exploração dos pobres e ignoram o sofrimento e a miséria dos humildes. Este é o terceiro "ai" de Amós, dirigido a pessoas ou grupo que se encontram às portas da morte por causa de seus pecados. O profeta anuncia que Deus não vai ser conivente com esta situação, porque esse sistema de egoísmo e injustiça não tem nada a ver com o projeto que ele sonhou para o ser humano no mundo.

- Na segunda leitura, Paulo traça o perfil do "homem de Deus". Quem é esse "homem"? É alguém que ama os irmãos, que é paciente, é brando, justo e que transmite fielmente a proposta de Jesus. Ou seja, ele é um discípulo que transmite a verdadeira fé. Sua vida prefigura a santidade enraizada na fé e no amor. Porque, não vive para si, mas para partilhar tudo o que é e o que tem com os irmãos.

 - O Evangelho pode ser dividido em duas partes. Na primeira (Lc 16,19-26), o evangelista nos apresenta os dois personagens: o rico que vive luxuosamente e promove grandes festas e o pobre Lázaro, que tem fome, está doente e vive na miséria. No entanto a morte dos dois muda a situação por completo. As ações boas ou más que ambos cometeram não são relatadas, logo, não parece ser elas quem decide a sorte do rico e de Lázaro. Assim, o objetivo do texto é uma catequese sobre a posse dos bens e o uso deles.

- Na perspectiva de Lucas, a riqueza é um pecado, pois supõe a apropriação, em benefício próprio, de dons de Deus que se destinam a todos, para serem partilhados e assegurar-lhes uma vida digna. A parábola mostra que o amor da riqueza torna o homem cego para Deus e para o pobre. Nela, vemos que quem está bem nutrido não se dispõe a ceder suas riquezas nem diante dos maiores sinais, como, por exemplo, a ressurreição de um morto. Para nós, Cristo ressuscitou e é o caminho para a salvação. Infelizmente, muitos ainda continuam a ser cegos e não se decidem diante dessa realidade, ou seja, utilizar dos bens materiais para fazer o Reino de Deus acontecer pela acolhida, auxílio e solidariedade entre os irmãos.

- A segunda parte do texto (Lc 16,27-31) confirma o que já foi exposto, ou seja, o caminho seguro para aprender e para assumir a atitude correta em relação aos bens é ouvir a Palavra de Deus, ser transformado por ela e colocá-la em prática. Quem recusa esse projeto e escolhe viver fechado no seu egoísmo e autossuficiência, não faz parte desse mundo novo de fraternidade que Deus propõe. Jesus ensina que não somos donos dos bens que Deus colocou em nossas mãos, somos apenas administradores, encarregados de partilhar com os irmãos aquilo que pertence a todos. Como ele, todos nós devemos anunciar e viver o projeto de Deus que passa por um Reino de fraternidade, amor e partilha.

http://diocesedesaomateus.org.br/wp-content/uploads/2022/08/25_09_22.pdf

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