É
Natal… E onde está Jesus?
Faça do seu coração
uma manjedoura capaz de acolher esse Menino-Deus que quer nascer em nós
Que
bom, o Natal! É uma festa animada, a cidade se enche de luz… Pernil de porco,
peru (ou chester). As famílias se reúnem, troca de presentes… Podem até vir
amigos, mas não abrimos mão, é festa da família!
Tem
sido mais ou menos assim, em muitos lares, em muitas, muitas cidades do
planeta. Nas praças e casas, decorações e festas, muitas vezes pomposas.
Presépios os mais variados…
Não
deveria ser assim… As canções falam claramente, mas, parece, não se reflete, ao
ouvi-las. Como nesta, letra simples e direta:
“Então é Natal, e o que você fez?
O ano termina e nasce outra
vez
Então é Natal, a festa Cristã
Do velho e do novo
Do amor como um todo
Então bom
Natal
E um Ano Novo também
Que seja feliz quem
Souber o que é o bem
Então é
Natal, pro enfermo e pro são
Pro rico e pro pobre, num só
coração
Então bom Natal, pro branco e
pro negro
Amarelo e vermelho, pra paz
afinal
Então bom
Natal
E um Ano Novo também
Que seja feliz quem
Souber o que é o bem“
Onde
está Jesus?
Será
que Jesus Cristo, motivo central da festa, não estaria a nos lembrar com
veemência: Olha, vocês
continuam dando atenção exagerada aos insinuantes apelos comerciais… Shoppings,
poderes e repartições públicas, e casas, disputam as mais luminosas, as mais
delirantes decorações.
Mas
não há lugar para os desvalidos e para os marginalizados… Ne mesmo em
considerável parte das igrejas cristãs…
Não
é que sejamos contra a alegria. E Deus também não é. Pelo contrário: “Eu vim
para que todos tenham via, e vida plena” (jo 10:10). E alegria é vida…Mas vida
plena quer dizer também vida de todos; e não de uma minoria. Como posso
alegrar-me, eu e minha família, e meus amigos, sabendo que muitos passam fome?
Depois da missa, do culto religioso e da ceia farta, das comemorações, repousar
sobre macio travesseiro, enquanto muitos tentam dormir ao relento? Desconhecer
que milhões de Irmãos e irmãs perambulam, vegetam, invisíveis, na indigência,
na miséria?
Não
penso num Deus irado, mas desapontado, com a sua mais perfeita obra… É Ele que
grita: “Ó geração incrédula, até quando estarei com vocês? Até quando terei que
suportá-los?” (Marcos 9:19). Até
quando olvidarão os meus preferidos, os pequeninos? Deixem as máscaras apenas
na boca e nariz; tirem a venda dos olhos, amoleçam esses corações de pedra! E,
assim, poderão contemplar ‘a obra nova’, que está surgindo para os justos e
misericordiosos (Ap 21:5). Por
que não conseguem enxergar?… Depois de tantos sinais…
O
Senhor da História
Claro,
o mundo e a humanidade se tornaram complexos, e a economia os rege… Mas não
podemos esquecer o Senhor da História, “o alfa e o ômega”. Ele pôs toda a
criação sob a autoridade, sob a administração dos homens, conforme os seus
talentos. Talentos que estão sendo enterrados, com atitudes e cenas
desagradáveis aos olhos do Senhor. , substituindo-o pelo ‘papai noel’… De onde
surgiu essa bizarra figura? Se viesse de Deus, as crianças mais pobres seriam
as primeiras contempladas… Não acham?
Que
não percamos, porém, a esperança, façamos nossa parte. Na vivência do Natal,
nas nossas comemorações, nos encontros familiares e sociais, vivamos o amor e a
Paz do Senhor. Como deve ser o dia a dia dos cristãos. Afinal Jesus é “o
caminho, a verdade e a vida” (Jo 14:6). E continua a se nos oferecer, como Pai
amoroso: “Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, pois sou manso e
humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para as suas almas. Pois o meu
jugo é suave e o meu fardo é leve”. (Mt 11:29-30). E sua promessa é clara: Eis
que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos.” (Mt 28,20).
Fé
e caridade
É
certo que temos dificuldade em seguir esse caminho, essa verdade, a verdadeira
vida… e sermos manos e humildes de coração… Somos frágeis; contudo, lutemos!
Com fé, esperança e caridade (esta, especialmente). Afinal diz São Tiago: a fé
sem obras é morta (Tg 2: 26). Demo-nos as mãos, e cuidemos uns dos outros,
especialmente, os desvalidos, os pequeninos de Jesus. “… o que vocês fizeram a
algum dos meus menores irmãos, a mim o fizeram’. (Mt 25:40).
Nisto
se resumiu a vida de grandes santos, como Teresa de Calcutá e Dulce dos Pobres
(o anjo bom da Bahia), e tantos e tantas, imitadores de Cristo e do “pobrezinho
de Assis. É o que nos orienta o nosso Papa (o Francisco do século XXI), em
diversas exortações, inclusive na que fez em relação à Vicência do Advento de
2022: empregos, distribuição de renda mais justa, vacinas para os países mais
pobres, acolhimento aos migrantes… E que busquemos enxergar e apoiar todos
excluídos e os sem-nada.
Assim
poderemos entoar belos hinos nas nossas piedosas celebrações de Natal (Nasceu em Belém, a Casa do Pão):
“As nossas mãos se abrem
Mesmo na luta e na dor
E trazem pão e vinho
Para esperar o Senhor
Deus ama
os pobres
E se fez pobre também
Desceu à terra
E fez pousada em Belém
As nossas
mãos se elevam
Para, num gesto de amor
Retribuir a vida
Que vem das mãos do Senhor
(…)
As
nossas mãos sofridas
Nem sempre têm o que dar
Mas vale a própria vida
De quem prossegue a lutar.“
Natal:
fazer do coração uma manjedoura
Convido
você a fazer do seu coração uma manjedoura capaz de acolher esse Menino-Deus
que quer nascer em nós, mas que também se manifesta todos os dias em rostos
invisibilizados. A rede social de oração Hozana oferece, nesse período, uma
novena que ajudará você a preparar o seu coração para o verdadeiro Natal:
Novena “Que no Natal o meu coração seja Manjedoura”. E, ao rezarmos esta
novena, o nosso coração se prepare para o nascimento de Jesus. Clique aqui para rezar.
Enfim,
vivamos o Natal de Jesus, o Salvador, com coração e alma abertos, como coroação
do Advento, este riquíssimo tempo litúrgico. E mais: vivamo-lo, no decorrer de
todo o ano, e de toda a vida, dádiva de Deus.
Olímpio Araújo, membro da AMLEF e ACLP, pelo Hozana
https://pt.aleteia.org/2021/12/24/e-natal-e-onde-esta-jesus/
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