REFLEXÃO DOMINICAL I
"És tu aquele que há de vir, ou
devemos esperar por outro"?
- A liturgia de hoje
convida à alegria que brota do Evangelho. Aliás, no texto de hoje, Jesus mostra
que o mundo novo anunciado pelo Profeta Isaías já chegou. Ele o faz em três
partes no texto de Mt 11,2-11: 1) A pergunta de João Batista: João Batista
estava preso por Herodes por reprovar o seu comportamento. No cárcere, ouve
falar das obras de Cristo, tão diferente do que se esperava: Ele anunciou um
juiz severo que castigaria os pecadores. Ao invés do que esperava, defronta-se
com alguém que se aproxima dos pecadores. Perplexo, envia a Jesus dois
discípulos com uma pergunta bem concreta: "És tu aquele que há de vir, ou
devemos esperar por outro"? 2) A resposta de Jesus: Jesus responde
apontando 06 sinais concretos de libertação, já anunciados por Isaías há muito
tempo: "Ide contar a João o que estais ouvindo e vendo: cegos...
paralíticos... leprosos... surdos... mortos... pobres evangelizados..." E
acrescenta: "Feliz quem não se escandalizar de mim..." Jesus mostra a
João que as suas obras comprovam a era messiânica anunciada por Isaías. O que é
diferente? Um novo tempo baseado em atos de salvação, não de violência e
castigo. 3) O testemunho de Jesus sobre João: João Batista não é um caniço que
verga conforme o vento, ou seja, não é um pregador oportunista que se adapta
conforme a situação; ele não é um corrupto que vive na fortuna e no luxo. João
é muito mais que profeta: "É o maior dos nascidos de mulher". Um
grande Profeta que não é maior do que o Filho de Deus, como diz Jesus: "No
entanto, o menor no Reino dos céus é maior do que ele".
- A ação libertadora de Deus deve continuar na
História através de gestos concretos dos seguidores de Cristo. Por isso nossas
ações devem demonstrar a quem pertencemos. Nossas atitudes devem comprovar, na
força do Espírito Santo, a presença salvadora e libertadora de Deus no meio dos
homens e mulheres.
- Perguntemo-nos: Em nossa vida e comunidade
há gestos de salvação e libertação que são sinais que o Reino de Deus já
chegou? Os "surdos", fechados num mundo sem comunicação e sem
diálogo, encontram em nós a Palavra viva de Deus que os desperta para a comunhão
e para o amor? Os "cegos", encerrados nas trevas do egoísmo ou da
violência, encontram em nós o desafio que Deus lhes apresenta de abrir os olhos
à luz? Os "coxos", privados de movimento e de liberdade, escondidos
atrás das grades em que a sociedade os encerra, encontram em nós a Boa Nova da
liberdade? Os "pobres", sem voz nem dignidade, sentem em nós o amor
de Deus? Quais são os cegos, coxos, surdos, mortos que devemos ajudar a
recuperar suas "funções vitais" (uma vida digna para si e diante da
sociedade)? Também é verdade que não devemos querer tudo de uma vez. Na 2ª Leitura, Tiago convida à espera com
paciência (Tg 5,7-10). Cita o exemplo do agricultor que espera o tempo certo
para a colheita. Da mesma forma, devemos semear o Evangelho e confiar na ação
do Senhor para o tempo certo de colher bons frutos.
- Compreendemos que
toda ação da Igreja deve ser demonstrada na alegria, pois esta é a atitude que
demonstra que pertencemos ao Senhor. Somos convidados por esta liturgia para
uma alegria profunda e contagiante que nos provem do encontro com o Senhor na
sua Palavra e nos Sacramentos. O Deus de amor jamais esqueceu do seu povo e,
mesmo diante de muitas infidelidades, Deus mesmo cumula o povo com toda sorte
de bênçãos, o que por si só já é motivo de muita alegria! Na exortação
apostólica "A alegria do Evangelho", o Papa Francisco nos lembra que
"a alegria do Evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que se
encontram com Jesus. Os que se deixam salvar por Ele são libertados do pecado,
da tristeza, do vazio interior, do isolamento. Com Jesus Cristo, renasce sem
cessar a alegria" (EG, 1). - Quem tem Jesus Cristo pode vacilar por causa
da limitação, mas não pode esquecer que Ele é a causa primeira da alegria
cristã e que seu seguidor deverá testemunhá-la a todos. Que encontremos sempre
a alegria do Evangelho em Comunidade e que, motivados, superemos as tristezas
pela fonte de toda alegria: Jesus Cristo!
http://diocesedesaomateus.org.br/wp-content/uploads/2022/10/11_12_22.pdf
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