A
CONVERSÃO DE SÃO PAULO I
Como
aconteceu o processo de conversão de São Paulo?
O
que entendemos por conversão? Será que essa palavra tem apenas um cunho
religioso ou podemos dizer que pode ser usada também em outro contexto? E,
sendo usada em outro contexto, ela pode ser usada também em cunho religioso?
Parece confuso, mas a palavra conversão, na maioria das vezes, é compreendida
de maneira equivocada. Quando falamos da conversão de São Paulo, quando falamos
que “fulano de tal” se converteu ou coisa parecida falamos com um certo
preconceito, ou seja, um conceito já pré-estabelecido dentro de nós.
Falar
de conversão em ambos os sentidos, religioso ou noutro contexto, não é falar de
pegar sentido inverso ao caminho até então feito, e sim falar de um retorno às
origens. E foi justamente isso que aconteceu com São Paulo na estrada de
Damasco, como relata o capítulo 9 dos Atos dos Apóstolos.
Vivamos a conversão assim como São Paulo
Paulo,
na verdade, não pegou um caminho inverso, mas retornou às suas origens, para,
aí sim, poder trilhar um caminho que o levaria à meta do ser humano. Ou seja,
viemos de Deus e voltaremos para Deus, como canta a liturgia da
Igreja, que temos uma origem divina e um destino divino.
Falar
de destino aqui, nada tem a ver com predestinação na qual não temos escolha, e
que somos por Deus “escravizados ou condenados” a este destino, ou seja,
estaríamos presos neste mundo esperando essa condenação predestinada. Na
verdade, quando a Igreja diz
de “destino divino”, ela fala justamente que, um dia, pouco tempo depois da
nossa morte, quando nosso corpo ainda estiver quente, nós já estaremos diante
do Justo Juiz, Nosso Senhor Jesus Cristo, para sermos, por Ele julgados. Neste
sentido, entende-se que saímos de Deus, nossa origem divina, pois por Ele fomos
criados, e um dia estaremos diante d’Ele, mas não mais aqui nesta terra, e sim
no nosso destino divino, para que lá possamos ser julgados pela vida que
tivemos enquanto membros deste mundo passageiro.
Paulo,
naquele bendito dia em que cai do cavalo, fica cego e escuta a voz do Senhor
dizendo: “Por que me persegues?”, ele tem o seu encontro pessoal com Jesus, e
isso o faz voltar ao caminho da sua origem divina, para que esse caminho o
levasse ao seu destino divino, o encontro derradeiro com Jesus Juiz. Conversão,
no sentido religioso, não acontece apenas com uma atitude moral de, isso pode,
isso não pode; nem mesmo com leis e doutrinas a serem obedecidas; mas com um
autêntico encontro pessoal com Jesus, como nos ensina Bento XVI na
encíclica “Deus caritas est”(Deus é amor). Conversão como a de Paulo de Tarso é
possível somente quando encontramos
Aquele que nos criou (origem divina), o qual nos mostra a nossa meta, o
Céu (destino divino).
Viva um caminho de conversão
Conversão
é voltar à estrada que o pecado nos tirou. Conversão, como aconteceu com Paulo,
é nos fazer ver Jesus no nosso caminho. Conversão é decisão de trilhar um
caminho de vida, e não mais de morte como era antes o de Paulo. Conversão é
saber ser criado por Deus, amado por Ele, e querer morar eternamente com Ele no
Céu. Conversão é dizer com a vida, que estamos aqui somente de passagem, e que
por isso, nada daquilo que é passageiro poderá roubar-me o Céu.
Conversão é dizer, sou de Deus, pois dele eu vim, e um dia eu quero voltar
definitivamente para Ele.
https://formacao.cancaonova.com/igreja/santos/como-aconteceu-o-processo-de-conversao-de-sao-paulo/
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