SANTO AGOSTINHO E SÃO PAULO
Santo Agostinho sentiu o fogo de Deus em seu coração depois de ler
um trecho da carta de São Paulo aos Romanos: “Chega de comer e beber”.
São
Paulo, cuja Solenidade da Conversão é celebrada no dia 25 de janeiro,
desempenhou um papel fundamental na vida de Santo Agostinho, e especialmente no
processo de sua conversão na fé. Em As Confissões, Agostinho narra de maneira
clara e explícita como ele sentiu o fogo do Espírito em Cassicíaco. De pé em um
jardim enquanto refletia, ele ouviu a voz de uma criança dizendo-lhe “pegue e
leia”. Ele pegou as Escrituras Sagradas e abriu o livro por uma página
aleatória.
O
fragmento que ele encontrou foi a carta de São Paulo aos Romanos,
especificamente o capítulo 13. Nela, Paulo nos exorta a viver e trabalhar em
consciência e em caridade. Santo Agostinho observou especificamente o final da
carta: “Não se entreguem ao banquete e à embriaguez, não se deitem na cama e
sejam preguiçosos, não lutem e emulem, mas vistam-se do Senhor Jesus Cristo e
não se preocupem com a carne com muito desejo”.
Então,
após concluir a leitura da carta de São Paulo, Agostinho sentiu “como se uma
luz de segurança se tivesse infiltrado em meu coração, toda a escuridão de
minhas dúvidas se dissipou”. Foi o passo definitivo para consumar o processo de
conversão que ocorreu no bispo de Hipona por muito tempo, contando com a oração
incessante de sua mãe Mônica.
O trecho da carta de
São Paulo
Submetam-se todos às autoridades constituídas, pois não há
autoridade que não seja de Deus, e as que existem foram constituídas por Deus.
Portanto, quem se opuser à autoridade se rebelará contra a ordem divina, e os
rebeldes atrairão a condenação sobre si mesmos. De fato, os magistrados não
devem ser temidos quando o bem é feito, mas quando o mal é feito. Você não
temerá a autoridade? Faça o bem, e você receberá elogios dele, pois é para você
um servo de Deus para o bem. Mas se fazeis o mal, temei, porque ele não traz a
espada em vão; porque é servo de Deus para fazer justiça e para castigar aquele
que faz o mal. Portanto, você deve se submeter, não apenas por medo de punição,
mas também em consciência. É precisamente por isso que vocês pagam impostos,
porque são servos de Deus, empenhados assiduamente nesse escritório. Dê a cada
um o que é devido: a quem você tributa, imposto; a quem você presta tributo,
tributo; a quem você respeita, respeito; a quem você honra, honra.
A ninguém se deve uma dívida, a não ser amar uns aos outros. Pois
aquele que ama seu próximo cumpriu a lei. De fato, “não cometereis adultério,
não matareis, não roubareis, não cobiçareis”, e todos os outros preceitos estão
resumidos nesta fórmula: Você deve amar seu próximo como a si mesmo. A caridade
não prejudica seu próximo. A caridade é, portanto, a lei em sua plenitude. E
isto, levando em conta o momento em que vivemos. Pois já é hora de acordar do
sono; pois a salvação está mais próxima de nós do que quando abraçamos a fé. A
noite está atrasada. O dia está chegando. Deixemos, portanto, de lado as trevas
e coloquemos as armas da luz. Como durante o dia, prossigamos com o decoro: sem
banquetes e embriaguez; sem luxúria e falta de desejo; sem rivalidade e inveja.
Ao contrário, vistam-se do Senhor Jesus Cristo e não se preocupem com a carne
com muito desejo.
Romanos,
13
https://www.agustinosrecoletos.com/2020/06/san-pablo-carta-conversion-san-agustin/?lang=pt-pt
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