FORMAÇÃO
Sede perfeitos como o Pai celeste
é perfeito
Recorda-nos
o Papa João Paulo II em sua carta apostólica N M I, nº 31: ‘Perguntar a um
catecúmeno: Queres receber o batismo? Significa ao mesmo tempo pedir-lhe:
Queres fazer-te santo? Isto significa colocar na sua vida o radicalismo do sermão
da montanha: Sede perfeitos como vosso Pai celeste é perfeito ‘(Mt. 5,4-8)
.
No entanto, o caminho da santidade não é um caminho
extraordinário, percorrível apenas por algum gênio da santidade, mas um caminho
de humildade, como aquele caminho percorrido pelo mestre Jesus na encarnação. Sendo
Ele de condição divina, não se prevaleceu de sua igualdade com Deus, mas
aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e assemelhando-se aos
homens (Fl 2, 6-7). Faz-se urgente contemplar o rosto de Cristo e
prostrar-se diante da grandeza de seu mistério. Não creiais apenas
nos teus olhos corporais. Enxerga-se muito melhor o que não se vê, porque o que
vemos é transitório e isto é eterno. No entanto, se vemos o que os olhos não
alcançam, enxergamos com o coração e com a mente. (Santo Ambrósio)
Porém,
quero lembrar que este caminho de santidade é um caminho pessoal e sugere de
cada um de nós um esforço, pois hoje, mais do que nunca, precisamos de
testemunhas do amor: amor pela oração. Aliás, o Papa nos fala da arte da oração
– e aqui penso nos artistas, pois eles encarnam tão perfeitamente os
personagens de novelas, filmes, teatros, que nos impressionam, fazendo-nos rir
e nos contagiando. Parece que o Papa nos quer dizer: vibrem, encarnem o que
vocês oram, transformem em fé viva tudo o que vêem. É necessário aprender a
rezar, voltando sempre de novo a conhecer esta arte dos próprios lábios do
divino mestre, como os primeiros discípulos. Senhor, ensina-nos a orar (Lc
11,1). Conduza-nos, Senhor, a uma Oração que não seja só de pedido de ajuda,
mas também em ação de graças, louvor, adoração, contemplação, escuta, afetos de
alma até se chegar a um coração verdadeiramente apaixonado. Uma oração intensa,
mas que não afasta do compromisso na história: ao abrir o coração ao amor de
Deus, abre-o também ao amor dos irmãos, tornando-nos capazes de construir a
história segundo o desígnio de Deus (N M I, nº 33).
Padre
Leandro Carlos Pereira
Pároco da Paróquia São José
São José do Barreiro/ SP
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