REFLEXÃO DOMINICAL II
As tentações
Na última quarta-feira iniciamos o grande retiro da Igreja, o tempo da
Quaresma e com isso, fomos recordados das obras quaresmais que devemos
praticar: o jejum, a oração e a esmola. Este é o caminho rumo a uma verdadeira
conversão, ou seja, metanoia, que significa, transformação, mudança, procurar
seguir outro caminho, o caminho da verdadeira vida.
Neste primeiro domingo da Quaresma o evangelho nos apresenta as
tentações de Jesus, refletindo sobre elas devemos olhar para nós mesmos e
enxergar em nós as dificuldades de seguirmos e fazermos o bem. Se Jesus saiu
vitorioso destas tentações, o mesmo, muitas vezes, não acontece conosco, que
acabamos caindo nas tentações do demônio.
O demônio parece que acha que Jesus é um simples homem e vai tentá-lo
naquilo que é de mais sensível nos simples homens. Primeiro no alimento,
necessidade básica do ser humano e assim, vemos todas as necessidades básicas
físicas do homem: comida, bebida e sexo; em si mesmas, não há pecado, mas o
exagero e o uso errado, pervertem estas ações e assim se tornam pecado.
A segunda é relacionada ao orgulho e poder, aqui foi onde o próprio
Lúcifer e Adão pecaram, querendo ser como Deus. Não quiseram adorar a Deus,
quiseram estar no lugar de Deus, sendo adorados pelas outras criaturas, aqui
está a raiz de todos os pecados. Mais uma vez podemos pensar: possuir os bens
materiais não é pecado em si, mas: apegar-se a eles, não repartir com aqueles
que necessitam, querer ser melhor e humilhar os outros; aqui está o pecado,
aqui está nossa fraqueza. A Campanha da Fraternidade deste ano coloca para nós
o exemplo de Santa Dulce dos Pobres, que se santificou ajudando os mais
necessitados, não se apegou aos bens deste mundo.
A terceira é tentar a Deus, achar que Ele não pode realizar aquilo que
nós tanto necessitamos. Deus tem o seu tempo, diferente do nosso tempo e todas
as coisas se realizam no tempo de Deus, Ele sempre terá aquilo que é o melhor,
reservado para nós, não aquilo que queremos, mas aquilo que é melhor. Relaciona-se
intimamente com a segunda e com a primeira. A oração e a fé combatem esta
tentação.
O demônio cita as Escrituras, dialoga, dá as razões para tentar enganar
Jesus, mas Ele estava fortalecido pelo jejum e pela oração, por isso não caiu
nas tentações do demônio. Aprendamos com Jesus e através das armas da oração,
jejum e esmola combatamos contra o demônio e o mundo em que vivemos, é assim
que estaremos prontos para a dura luta contra o pecado.
https://www.diocesedeanapolis.org.br/padre-fabio-carlos-faz-reflexao-do-1o-domingo-da-quaresma/
Nenhum comentário:
Postar um comentário