1- OITO
DADOS QUE JUSTIFICAM POR IGUALDADE DE GÊNERO NOS DIAS DE HOJE
As
reivindicações das mulheres por direitos iguais, mais oportunidades e liberdade
começou no século XIX com a luta pelo sufrágio feminino, ou seja, o direito ao voto. Na década de 1960, o movimento
lutou pela ampliação de direitos legais e sociais, abordando temas como família, direitos reprodutivos,
sexualidade e mercado de trabalho.
No
Brasil, uma das pioneiras pela luta de direitos das mulheres é a educadora Nísia Floresta. Na década de 1920, as reivindicações incluíam direito ao
voto, a educação e emancipação feminina.
Hoje,
o movimento feminista têm
muitas vertentes, como o feminismo
negro, liberal, marxista, radical e interseccional. A segmentação leva em
conta que mulheres de diferentes condições financeiras, sociais, etnias e
culturas têm diferentes necessidades.
Toda essa luta
gerou muitos avanços na condição da mulher na atualidade. Mas, a equidade - igualdade de oportunidades - ainda
não foi alcançada. Muitas mulheres ainda sofrem pela violência de gênero, a
violência por serem mulheres, e desigualdade no mercado de trabalho.
Para
entender as reivindicações do movimento das mulheres no Brasil, confira 8 dados que justificam a luta por igualdade de
gênero até os dias de hoje!
Violência contra mulher
Divulgado em 2019, o 13ª Anuário Brasileiro de Segurança
Pública registrou o maior número de vítimas de violência sexual desde o início
do estudo em 2007. A dez estupros, oito foram contra mulheres. A maioria das
vítimas (53,8%) foram meninas de até 13 anos.
O
relatório também registrou um aumento de 4% no número de feminicídio -
homicídio contra mulheres pelo fato de serem mulheres - em relação ao ano
anterior. Mais de 1200 mulheres foram mortas, quase 90% dos assassinos são ex
ou atuais companheiros das vítimas. A violência começa dentro de casa, a
pesquisa aponta um registro de violência doméstica a cada dois minutos.
Casamento
infantil
O Brasil é quarto país do mundo no ranking de casamento
infantil de meninas, atrás apenas da Índia, Bangladesh e Nigéria, de acordo com
o estudo “Tirando o véu - Estudo sobre o casamento infantil no Brasil“, de
2019. O país também está entre os cinco países da América Latina e Caribe com a
maior incidência de casos. Na região, uma em cada quatro meninas menores de 18
anos se casam. Dos 137.973 casamentos infantis realizados em 2019 no Brasil,
109.594 são de meninas.
Mulheres na política
No Brasil, as mulheres são subrepresentadas na política.
Segundo o Mapa Mulheres na Política 2019, um relatório da Organização das
Nações Unidas e da União Interparlamentar, o Brasil ocupa a posição 149 de 188
países no ranking representatividade feminina na política. No congresso
brasileiro, apenas 15% dos representantes são mulheres.
Desigualdade
salarial
Apesar da
queda na desigualdade salarial nos últimos anos, as mulheres brasileiras ainda
ganham cerca de 20,5% a menos que os homens. O estudo foi feito pelo IBGE com
base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) de
2018.
Dupla
jornada
Além de
ganharem menos, as mulheres trabalham mais dentro de casa por conta da dupla
jornada, ou seja, afazeres domésticos e criação dos filhos. Uma pesquisa do
Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese),
do três últimos meses de 2019, apontou que as mulheres gastam 95% a mais de
tempo com afazeres domésticos do que os homens.
Mulheres
em cargos de chefia
O
machismo e o excesso de tarefas domésticas refletem na dificuldade de ascensão
das mulheres no mercado de trabalho. De acordo com o IBGE, elas são minoria em
cargos de chefia. Em 2016, a porcentagem de mulheres em cargos gerenciais era
de 37,8%.
Mulheres
negras
Quando é
feito um recorte de mulheres negras, a violência e desigualdade de acesso à
educação e mercado de trabalho se somam ao racismo e ficam ainda maiores. De
acordo com o 13ª Anuário Brasileiro de Segurança Pública, 61% das vítimas de
feminicídio são mulheres negras. Nos casos de violência sexual, elas também são
maioria das vítimas (50,9%).
No
mercado de trabalho, as mulheres negras recebem menos da metade do salário de
um homem branco (44,4%) em 2018, segundo o IBGE. A pesquisa também apontou que
quanto maior o cargo, menor a presença de pessoas negras na liderança.
Mulheres
na pesquisa acadêmica
Apesar
das mulheres serem maioria no Ensino Superior (71,3%), segundo a pesquisa do
Instituto de Psicologia (IP) da Universidade de São Paulo (USP) a partir de
dados da Academia Brasileira de Ciências (ABC), na área de “Engenharia,
Ciências Exatas e da Terra”, apenas 20,08% das bolsistas são mulheres. Nas
outras áreas, a diferença é menos significativa.
A
pesquisa ainda mostrou que conforme o nível das chamadas bolsas de
produtividade aumenta, a porcentagem de pesquisadoras mulheres na área de
“Engenharia, Ciências Exatas e da Terra” cai para menos de 10%.
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