REFLEXÃO
DOMINICAL III
"O NOSSO DEFENSOR"
Em
uma sociedade onde a Família é descaracterizada do seu papel e de seu valor, a
orfandade não é mais tão impactante como em outros tempos quando, ser órfão de
Pai era algo tenebroso, ainda mais se o filho fosse criança ou
adolescente. A comunidade dos discípulos é preparada por Jesus para os tempos
difíceis que estão por vir, após a sua morte. Este evangelho faz parte do
chamado “Discurso de Consolação”onde Jesus promete que eles nunca estarão
sozinhos.
Entre
a inauguração do Reino de Deus, realizado no meio dos homens por Jesus, e a
Plenitude dos tempos, que ainda virá, está a Igreja dos que crêem, e que
alimenta no coração essa esperança, estamos no meio da caminhada, rumo a um
acontecimento definitivo para onde converge toda humanidade. Nos tempos das
promessas de Deus, a referência era a Lei de Moisés, portanto, a obediência aos
mandamentos, nesses novos tempos o amor vem por primeiro, depois vem a Lei, a
nossa relação com Deus em Jesus Cristo, tem que ser pautada primeiramente pelo
amor e não pela lei, mesmo porque Jesus já resumiu toda a Lei nesse único
Mandamento Amai-vos uns aos outros...
O
amor agora divinizado por Jesus é dado como mandamento maior e essencial a quem
se dispuser ao discipulado, mas esse amor grandioso, gratuito, incondicional e
sem medidas, não caberia jamais nos horizontes tão limitados do ser humano se
não fosse Aquele que , dado pelo Pai a rogo de Jesus, alargou os horizontes do
coração humano, tornando-o sim,capaz de amar na mesma medida com que o Senhor
amou a todos, é o Espírito Santo, o Defensor, o assistente de nossas fraquezas,
a água abundante que irriga a secura do nosso egoísmo, a luz Fulgurosa que
ilumina os pontos obscuros da nossa caminhada, mas há algo ainda de maior
importância que o Espírito Santo realiza em nós...
Como
se aproximar do Deus Altíssimo , Todo Poderoso, Onipotente e Perfeito? Em quem
podemos olhar para enxergarmos esse modelo do homem novo, primogênito de todas
as criaturas, dos vivos e dos mortos? Como fazer esta comunhão entre a nossa
Fraqueza e a Fortaleza de Deus, entre a nossa fraqueza e a sua Santidade
Gloriosa, isso equivaleria a tênue chama de uma pequenina vela tendo a
pretensão de iluminar o sol. Jesus é esse caminho a ser percorrido, esse Homem
totalmente novo a ser imitado. Talvez os discípulos naquele momento, já tinham
até feito esta descoberta...Entretanto, se Ele os Consola, parece que
descobriram tarde demais....Daria para recomeçar ? Com Deus tudo é possível,
até um recomeço quando chegamos ao fundo do “poço”
Pois
o Espírito Santo, entranhado nas profundezas do Homem, o une a Deus,
impulsionando-o á Santidade, destinando-o á glória Futura, na vivência de um
amor que já não é mais humano, mas que foi perpassado pela Divindade. É isso
exatamente que o Espírito Santo faz em nossa Vida, nos diviniza! No Paraíso, a
serpente enganadora insinuou ao homem que ele poderia ser igual ao Criador, e
Deus, parece ter gostado dessa “idéia” e pensou, “o homem será divinizado, mas
com a minha ajuda”
A
proposta da serpente era de que, o homem se divinizasse sozinho, em sua
prepotência egoísta, Deus encapa essa idéia, mas a partir de uma comunhão
profunda, que irá agora se cumprir com o envio do Espírito Santo prometido por
Jesus.
Com
este enfoque podemos compreender melhor a denominação de Defensor, como Jesus o
chama, pois Ele nos defende da idéia tenebrosa e dessa tentação de sermos
iguais a Deus petrificados em nosso egoísmo, que é exatamente o sentimento
mesquinho que domina o coração de muitos, descartando a Salvação que Deus
ofereceu em Jesus, para apegar-se á salvação oferecida pelo próprio homem.
Esse
Espírito com o qual Deus nos envolve na comunhão para nos divinizar, só o
discípulo do Senhor conhece, o mundo não o conhece e nem parece ter interesse
em conhecê-lo. Este mundo as vezes tenebroso, na reflexão de João é a
Força do mal, presente em nosso coração, temos portanto um lado que busca
a Santidade e o Divino, mas temos também um outro lado que quer estagnar-se
dentro dos seus limites.
Impulsionados
pelo Espírito Santo, o homem que crê descobre o sentido da Vida naquilo que
faz, e que pensa, esse Sentido da Vida a que nos conduz o Espírito é
precisamente Jesus Cristo, aquele que ilumina toda nossa existência, que nos
torna íntimos do Pai, na vivência de um amor que extrapola o Humano.
José
da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora
Consolata – Votorantim – SP
E-mail jotacruz3051@gmail.com
http://www.npdbrasil.com.br/religiao/rel_hom_gotas0336.htm#msg01
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