Ministério
de Catequista: uma “autêntica vocação laical”
O novo ministério é
um convite dirigido às Igrejas locais para que valorizem a contribuição de
homens e mulheres que pretendem consagrar a vida à catequese como forma
privilegiada de evangelização
A
criação do novo Ministério de Catequista pelo Papa Francisco visa apoiar os
leigos que “pretendem dedicar a vida à catequese como forma privilegiada de
evangelização”. Foi o que explicou Dom Rino Fisichella, presidente do Conselho
para a Nova Evangelização. O bispo Franz-Peter Tebartz-van Elst, ex-bispo de
Limburgo, por sua vez, alertou contra a armadilha de qualquer forma de clericalização
dos leigos.
É
pela “Igreja do terceiro milênio” que o Papa Francisco está instituindo o novo
Ministério de Catequista, explicou Dom Fisichella. Este ministério sempre
acompanhou o caminho de evangelização da Igreja em todos os tempos e em todas
as longitudes. Com a instituição deste ministério, insistiu o prelado, o Papa
Francisco promove a formação e o empenho dos leigos na missão.
Ministério de Catequista:
“autêntica vocação laical”
Este
novo ministério é um “convite” dirigido às Igrejas locais para que valorizem a
contribuição de homens e mulheres que “pretendem consagrar a vida à catequese
como forma privilegiada de evangelização”. “Receber um ministério leigo como o
de um catequista enfatiza ainda mais o compromisso missionário típico de cada
batizado, que deve ser realizado de forma plenamente secular”, disse o
arcebispo italiano.
Este
ministério está reservado às pessoas que reúnam certas condições enumeradas
no motu proprio,
como a de “servir a Igreja onde o bispo a considere mais qualificada”. O
ministério não é dado por uma “gratificação pessoal”, advertiu o presidente do
Conselho para a nova evangelização, “mas pelo serviço que se pretende prestar à
Igreja local e ao serviço onde o bispo considera necessária a presença do
catequista ”.
Nem clericalização dos
leigos, nem secularização do clero
“Autêntica
vocação laical”, o Ministério de Catequista não deve levar a crer na
“clericalização dos leigos”, segundo os dois prelados. Os fiéis são, de fato,
chamados a exprimir a sua vocação baptismal «com toda a sua capacidade», «não
como substitutos de sacerdotes ou consagrados, mas como autênticos leigos»,
insiste Dom Fisichella. Para eles, trata-se de experimentar “plenamente” o
chamado batismal a testemunhar um serviço eficaz na comunidade e no mundo.
Por
sua vez, Dom Franz-Peter Tebartz-van Elst saudou o fato de que o motu proprio, ao
fortalecer a função do catequista na Igreja, não o fez “derivar do ministério
da hierarquia”, mas o orientou para ele. Com efeito, o Papa Francisco sublinha
o risco de que “a definição do perfil do Ministério de Catequista conduza a uma
nova forma de clericalização”.
Nesse
sentido, o ex-bispo de Limburgo recordou que o Papa Francisco, apoiando-se na
noção de “espiritualidade de comunhão” formulada por João Paulo II, nos convida
sempre a discernir a especificidade de cada batizado, “na aceitação como
enriquecimento para serviço próprio ”.
O
prelado alemão insistiu também no fato de que toda “catequese autêntica” “faz
parte da comunhão da Igreja e requer uma comunicação constante com Deus e com
os fiéis”. Além da importância dada à “formação específica e sólida” do
catequista, o motu
proprio especifica claramente, segundo Dom Franz-Peter
Tebartz-van Elst, que o catequista “não deve assumir tarefas ou
responsabilidades principalmente litúrgicas ou pastorais de ‘outros
ministérios’, mas que ele mesmo é em seu testemunho “mestre e mistagogo,
acompanhante e pedagogo da própria vocação e talento, entendido de maneira
evangélica”.
Agência
I. Media
https://pt.aleteia.org/2021/05/11/ministerio-de-catequista-uma-autentica-vocacao-laical/
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