SANTO AGOSTINHO E AS VOCAÇÕES
Por
tradição, cada domingo é dedicado a uma vocação específica. O primeiro domingo
é dedicado ao sacerdócio e aos ministérios ordenados; o segundo domingo à
vocação da família, o terceiro domingo à vida consagrada e o quarto domingo à
vocação dos leigos e leigas. Para enriquecermos as catequeses e celebrações que
temos neste mês, selecionamos algumas breves reflexões que Santo Agostinho faz
sobre estas vocações celebradas neste mês tão bonito, dedicado as vocações.
Sobre os ministérios ordenados temos o famoso
sermão que Agostinho discorre no aniversário de sua ordenação episcopal, este
que é tão citado quando se fazem reflexões sobre a relação dos ministros
ordenados com os fiéis leigos, pois aqui Agostinho fala a seu povo como bispo:
“Atemoriza-me o que sou para vós; consola-me o que sou convosco. Para vós sou
bispo, convosco sou cristão. Aquilo é um dever, isso uma graça. O primeiro é um
perigo, o segundo é salvação.” (Sermão 340,1. Lumen Gentium 81) Reconhece ao
mesmo tempo a dignidade da qual está revestido pelo sacramento da ordem e a
igualdade que tem para com todos os fiéis leigos como batizado. Se atemoriza
pela função e se consola pelo batismo. Deixa claro que o ministério é para o
povo, “para vós”, é uma entrega serviço. Em sua humildade ele pede para que o
povo o ajude em sua missão de pastor.
Ao falar sobre a família, Agostinho enfatiza que
o destino e, portanto, a vocação dela, é chegar à pátria celeste. Os autênticos
pais de família têm uma responsabilidade grande no dever de conduzir a família
como um todo a Deus. Naquela época as famílias eram grandes, além dos filhos,
muitos que viviam na casa como empregados ou servos. Mas, no que se refere a
Deus, todos devem ser considerados iguais e conduzidos pelos pais. “Os
autênticos pais de família considerem filhos todos os membros da família, no
tocante ao culto e honra a Deus. Desejam e anseiam por chegar à casa celeste,
onde não seja necessário mandar os homens, porque na imortalidade não será
preciso acudir a necessidade alguma.” (Cidade de Deus 19,16)
Agostinho, mesmo sendo bispo, nunca deixa de
lado sua comunidade, nos deixou várias reflexões sobre a importância e o valor
da vocação religiosa na Igreja. Para ele, a vida com os irmãos deve ter, antes
de tudo, como ponte mais importante a caridade, pois este é o principal
mandamento que nos foi dado. A vocação do consagrado é a caridade. A comunidade
primitiva dos Atos dos Apóstolos (Atos 4,32) é para ele o modelo da vida
consagrada a Deus na comunidade “Antes de tudo, caríssimos irmãos, amemos a
Deus e depois ao próximo, porque estes são os principais mandamentos que nos
foram dados. Em primeiro lugar – já que com este fim vocês se congregaram em
comunidade – vivam unânimes em casa e tenham uma só alma e um só coração
orientados para Deus.” (Regra. 1-2) A vida consagrada deve ser o local da
caridade
.
Sobre os leigos, na Cidade de Deus, comentando
citando uma passagem do Apocalipse, Agostinho fala sobre o sacerdócio comum dos
fiéis, enfatizando assim a dignidade dos leigos. “Serão sacerdotes de Deus e de
Cristo e com ele reinarão mil anos (Ap 20,6) Não se refere somente aos bispos e
presbíteros, quer são propriamente chamados sacerdotes na Igreja. Do mesmo modo
que chamamos de cristãos a todos os ungidos com a mesma unção, assim todos podem
ser chamados de sacerdotes por serem membros do único sacerdote de
Cristo. Sobre eles fala o apóstolo Pedro: raça eleita, sacerdócio real.
(1 Pe 2,9).” (Cidade de Deus 20,10). Todos somos membros do corpo de Cristo. E
neste corpo, cada membro tem sua função, sua vocação, para o bem do todo o povo
de Deus.
Como ordenados, família, consagrados ou leigos,
todos fazemos parte do único corpo de Cristo, como Igreja peregrina caminhamos
rumo à mesma meta- a santidade em Deus. Todas têm sua importância e seu valor
específico. Que neste mês de agosto, dedicado as vocações, saibamos celebrar e
valorizar todas as vocações em nossa Igreja. Pois todas nos ajudam no caminho
para Deus.
https://www.assuncionistas.com.br/index.php/pro-vocacoes/132-santo-agostinho-e-as-vocacoes
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