Não há correção fraterna sem caridade (Mt 18,15-20)
Amados irmãos e irmãs, a
Palavra de Deus hoje nos aponta uma necessidade fundamental para a nossa vida e
nossa existência: a necessidade da correção. Todos nós, sem exceção, precisamos
ser corrigidos. O problema é que a maioria de nós ou quase todos nós não
gostamos da correção!
Como a nossa vida seria melhor e teria menos atropelos e mais ganho se
soubéssemos aceitar as correções da vida! Primeiramente, porque a correção vem
de Deus; Ele nos corrige pela Palavra d’Ele e nos aponta a direção da vida pela
Palavra que sai do Seu coração. Ele não é um Pai que castiga, mas é um Deus que
corrige aqueles a quem ama.
Nós somos corrigidos pelas circunstâncias da vida. Em tantas
circunstâncias da vida caímos e passamos por situações difíceis, e como elas
servem para nos corrigir! Só não aprende com as lições da vida quem é orgulhoso
e não sabe se auto-analisar e se conhecer melhor.
Nós não podemos abrir mão das correções fraternas que recebemos uns dos
outros. Como o pai e a mãe corrigem seus filhos; um irmão corrige o outro
irmão; até um filho pode corrigir um pai (não há problema nisso); um superior
corrige seu inferior, e quem está abaixo sabe que pode corrigir a quem está
acima dele.
Nós precisamos da humildade nas
nossas relações mútuas ao corrigir uns aos outros. Para isso, a primeira coisa
necessária é aceitar ser corrigidos; pois nós somos muito orgulhosos,
sabichões, nos achamos conhecedores de tudo e, por causa disso, muitas vezes,
não aceitamos que ninguém nos corrija. Nesse caso, uma dose extrema de humildade
é tudo de que precisamos!
Segunda coisa: precisamos saber corrigir; e não há correção fraterna sem
um elemento fundamental: a caridade. Mesmo que você tenha a verdade, pois a
verdade sem a caridade não é nada, é uma verdade que pode se esvair ou se perder.
Se você tem a verdade para corrigir o seu irmão, faça-o na caridade; primeiro a
sós, em particular.
Para isso é preciso autocontrole, porque se estamos no extremo dos
nossos sentimentos, à flor da pele e machucados com o outro, a nossa correção não
será fraterna. Por isso precisamos, primeiramente, corrigir os nossos
sentimentos e os nossos afetos para, então, poder corrigir o nosso irmão, a
sós, com muita sobriedade. Algumas vezes, será preciso dar tempo ao tempo,
pois, num primeiro momento, talvez não tenhamos as melhores condições para
fazer isso e poderemos até perder a quem deveríamos ganhar. Para isso é preciso
paciência, prudência e saber ter bom senso e juízo ao fazê-lo.
No entanto, pode ser que, mesmo tendo toda humildade e bom senso ao corrigir
o seu irmão, ele não lhe dê ouvidos e você tenha de entregá-lo à Igreja, pedir
conselho a quem é mais sábio e orientação de quem pode ajudá-lo nessa tarefa e,
muitas vezes, você vai apenas entregá-lo à misericórdia de Deus e dizer: “Eu
fiz a minha parte! Eu procurei instruí-lo e amá-lo, mas ele não me deu ouvidos
nem ouviu a sabedoria da Igreja!”. Então etregue-o à misericórdia divina.
Esta também é uma oportunidade para cada um de nós nos rever: Como eu
aceito ser corrigido? Eu já agradeci a alguém por ter me ajudado, me corrigido,
orientado e me mostrado o caminho? Ou eu sou aquele turrão, orgulhoso e soberbo
que acha que sabe tudo, pode tudo e não se deixa corrigir nem por Deus, nem
pelo irmão nem pela vida!?
Deus abençoe você
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