REFLEXÃO
DOMINICAL I:
"A hora da Festa..."
Quem é que tem coragem de recusar a um convite para uma
festança, feito por uma pessoa muito especial? O churrasco já está no ponto, o
chope geladinho e esperando para ser bombado para o copo, a comida especial,
regada a iguarias já está nas panelas, cheirando a gostoso, a um canto uma
mesinha com aquelas batidas deliciosas, e ainda mais, uma banda musical de
primeira já está no palco, a espera da platéia... e como se não bastasse tudo
isso, lá pelas tantas vai rolar um bailão que promete varar noite a dentro, e
de madrugada será servido um café colonial. "Se perder uma festa assim,
vou chorar três dias sem parar" dizia um amigo, naqueles tempos em que a
gente dava uma de penetra... e depois se mandava de fininho na hora que a
bendita gravata do noivo vinha vindo...
Deus preparou algo de maravilhoso para o ser humano, algo que os
olhos jamais contemplaram como nos diz o apóstolo Paulo, nada há neste mundo
que possa corresponder à beleza dessa vida plena em Deus. E tudo começou com a
encarnação de Jesus Cristo a festança já começou aí... e teve alguns que não
entenderam. E olhe que Deus não guardou segredo da surpresa que queria fazer á
humanidade, desde o tempo mais antigo já vinha anunciando, dando sinais de que
esse tempo chegaria. Os convidados especiais reagiram da pior maneira possível,
porque tem mais essa ainda, no começo a Festa não era para todos, só para os
privilegiados de Israel, eles foram os primeiros a quem Deus manifestou o
seu amor, isso é inegável!
Mas quem diria, no tempo das promessas até que acreditaram,
apesar dos percalços, mas quando chegou o tempo da feliz realização, quando a
festa iria começar prá valer, uns foram trabalhar no campo, outros foram
negociar, e outros mais estressados agrediram os servos e os mataram... E quem
pensou que o Dono da Festa ia cancelar tudo, se enganou, se os
"bacanas" e os "bonitões" não deram a mínima, o Senhor
mandou abrir os portões da sua casa e convidou a todos os que estavam parados
pelas esquinas, o convite continua sendo especial, mas agora, basta que o
convidado aceite: "Por favor, venham na minha casa comer, beber, dançar,
ouvir músicas e se divertir até o amanhecer, tem muita comida e bebida, quero
que todos participem da minha alegria, pois meu Filho celebra suas núpcias...
Bom, os novos convidados atenderam rapidinho esse convite tão
bom, parecia aquelas liquidação das grandes lojas, o povão invadiu mesmo,
e a sala do banquete ficou lotada. Até aqui tudo bem, mas daí no versículo
final parece que baixou o mau humor no Patrão, ele flagrou um sujeito que não
estava vestido com a veste nupcial, e não só botou o cara prá correr como
ainda mandou amarrar o coitado e jogá-lo lá fora na escuridão....E o evangelho
conclui, "muitos são os chamados, mas poucos os escolhidos"
Que negócio é esse? Se o coitado foi convidado em uma esquina,
claro que estava vestido meio de qualquer jeito, ninguém falou que os
convidados tinham de vestir alguma roupa especial... E parece que o evangelho
termina sem graça... Com um final não muito feliz, pelo menos para o sujeito
que não estava com a roupa adequada...
Bom; aqui vamos esquecer-nos do sentido literal do texto e da
história da Festa, isso é só um modo das comunidades de Mateus refletirem que
em Jesus Cristo, Deus chama a todos os homens, sem nenhuma distinção, para virem
participar com ele, de uma vida em comunhão, que já começa nessa vida, e que um
dia chegará a sua plenitude...Tentar viver uma forma de Cristianismo. que não
tenha a Jesus Cristo e seu evangelho, como referência de vida, é dar uma de
"bicão" nessa Festa, São Paulo em sua teologia Batismal, chama isso
de "REVESTIR-SE do homem novo, revestir-se de Cristo, e sem essa roupa
nova que nos transforma em outro Cristo, e que nos configura totalmente a ele,
seu jeito de pensar e seu modo de agir, seremos sempre "Penetras" no
Reino, e corremos o risco de ficar de fora, justo no melhor da Festa...
José da
Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora
Consolata – Votorantim – SP
E-mail jotacruz3051@gmail.com
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