SANTOS DA SEMANA
21- APRESENTAÇÃO DE NOSSA SENHORA
Origens
A
Festa da Apresentação de Nossa Senhora ao Templo recorda, segundo os Evangelhos
apócrifos, o dia em que Maria, ainda criança, vai ao templo de Jerusalém para
se consagrar a Deus.
Ciclo Mariano
Depois
de ter celebrado a Natividade de Maria Santíssima no dia 8 de setembro e quatro
dias depois, dia 12, a Festa do Seu Santíssimo Nome, que lhe foi imposto logo
após o seu nascimento. O Ciclo Mariano celebra neste dia a Apresentação no
templo, de esta Jovem, filha da bênção.
A Memória
A memória que a
Igreja celebra hoje não encontra fundamentos explícitos nos Evangelhos
Canônicos, mas algumas pistas no chamado protoevangelho de Tiago, livro de
Tiago, ou ainda, História do nascimento de Maria. A validade do acontecimento
que lembramos possui real alicerce na Tradição que a liga à Dedicação da Igreja
de Santa Maria Nova, construída em 543, perto do templo de Jerusalém.
O Dom de Maria
A
Igreja não pretende dar realce apenas ao acontecimento histórico, que não
existe nos Evangelhos, mas ao dom total da jovem de Nazaré, que, ao ouvir a
frase “Bem-aventurados os que ouvem a Palavra de Deus e a põem em prática”, se
preparou para ser “templo do Filho”.
Apresentação de Nossa Senhora no
Templo: um ato de amor e consagração
Os Manuscritos
Os
manuscritos não canônicos, contam que Joaquim e Ana, por muito tempo não tinham
filhos, até que nasceu Maria, cuja infância se dedicou total e livremente a
Deus, impelida pelo Espírito Santo desde sua concepção imaculada. Tanto no
Oriente quanto no Ocidente, observamos esta celebração mariana nascendo do meio
do povo e com muita sabedoria sendo acolhida pela Liturgia Católica. Por isso,
essa festa aparece no Missal Romano a partir de 1505, onde busca exaltar a
Jesus através daquela muito bem soube isso fazer com a vida, como partilha
Santo Agostinho, em um dos seus Sermões:
“Acaso
não fez a vontade do Pai a Virgem Maria, que creu pela fé, pela fé concebeu,
foi escolhida dentre os homens para que dela nos nascesse a salvação; criada
por Cristo antes que Cristo nela fosse criado? Fez Maria totalmente a vontade
do Pai e por isto mais valeu para ela ser discípula de Cristo do que mãe de
Cristo; maior felicidade gozou em ser discípula do que mãe de Cristo. E assim
Maria era feliz porque já antes de dar à luz o Mestre, trazia-o na mente”.
Um ato de Amor
A vida de Maria no Templo foi um profundo ato de amor e consagração de si mesma
aos planos do Senhor. A festa da Apresentação de Maria nos leva a pensar em
nossa consagração a Deus. A refletir sobre a graça que recebemos por meio
de nosso batismo. Amar a Deus e servi-Lo é um compromisso ao qual nenhum
cristão pode abrir mão.
Devoção da Beata Maria do
Divino Coração
A
Beata Maria do Divino Coração dedicava devoção especial à festa da Apresentação
de Nossa Senhora no Templo, de modo que quis que os atos mais importantes da
sua vida se realizassem neste dia.
O Mundo Consagrado ao Coração de Maria
Concílio Vaticano II
Foi
no dia 21 de novembro de 1964 que o Papa Paulo VI, na clausura da 3ª Sessão do
Concílio Vaticano II, consagrou o mundo ao Coração de Maria e declarou Nossa
Senhora Mãe da Igreja.
A Festa
Neste
dia de festa, o “dom” que Maria faz de si a Deus se entrelaça com seu
compromisso de viver a vida, animada pela fé, na certeza de que o próprio Deus
providenciará a tudo (Cf. Gn 22). Quando, para o homem, tudo parece impossível,
tudo se torna possível para quem acredita em Deus. É preciso, com fé, confiar
na intercessão de Maria, Mãe de Jesus e nossa Mãe.
Nossa
Senhora da Saúde
Neste
mesmo dia 21 de novembro, celebra-se a festa mais famosa de Maria, Nossa
Senhora da Saúde. A festa foi instituída na então República do Vêneto, em 1630,
que, depois, se espalhou por toda parte. Esta recorrência e tradição tiveram
origem depois da epidemia, que atingiu todo o norte da Itália, entre 1630 e
1631, que também citada por Alessandro Manzoni em “Os Noivos”. Além disso, por
desejo de Pio XII, a Igreja também celebra, desde 1953, o “Dia das Monjas de
Clausura”.
Minha oração
“Ó
Maria, assim como foste consagrada a Deus faça de nós homens e mulheres
consagrados da mesma forma. Não queremos nos consagrar só a Deus, mas também a
ti porque reconhecemos que tu és um caminho perfeito para Cristo Jesus. Amém.”
Nossa Senhora da Apresentação, rogai por nós!
https://santo.cancaonova.com/santo/apresentacao-de-nossa-senhora-no-templo/
22- SANTA CECÍLIA
Santa
Cecília nasceu
provavelmente no ano 150, em Roma. Era filha de um Senador Romano, da família
nobre dos Metelos. Era cristã, e desde pequena fez voto de castidade para viver
o Amor de Deus e de Cristo. Como cristã numa época tão antiga, e em Roma, ela
certamente herdou a fé dos discípulos de São Paulo, que levou a fé até Roma, e de São Pedro, o
primeiro papa.
Cecília herdou a fé desses santos homens e de
tantos outros que foram martirizados exatamente em Roma. O cristianismo que
Cecília recebeu em sua formação, era o cristianismo dos mártires, dos heróis da
fé. Cecília foi cristã numa Igreja perseguida, numa Igreja que ainda era
minoritária, porém, cheia de profunda fé, esperança e coragem.
História de Santa Cecília
No
transcorrer normal de sua vida, quando jovem ela foi prometida e dada em
casamento a um jovem chamado Valeriano. No dia do casamento ela estava muito
triste. Então, ela chamou seu noivo disse a ele toda verdade sobre sua
fé. Disse que tinha feito voto de castidade para Deus, e começou a falar das
glórias de Deus e de Jesus
Cristo ao jovem, que a ouvia boquiaberto com a força de
suas palavras e a convicção que vinha de seu coração.
Tamanho foi o poder das palavras de Cecília
que, após ouvi-la, ele se converteu, entendeu a promessa de sua noiva e disse
que iria respeitá-la em sua decisão. Naquela mesma noite ele recebeu o batismo.
Valeriano contou o que ocorrera para seu irmão Tiburcio e este também,
impressionado, se converteu. Ambos eram pagãos.
A primeira canção de Santa Cecília
Santa
Cecília, então, vendo a maravilha que Deus estava operando através dela,
agradecida, cantou para Deus: Senhor,
guardai sem manchas o meu corpo e minha alma, para que não seja confundida. Foi
um canto inspirado e emocionante, que tocou profundamente o coração de todos.
Daí vem o fato de ela ser considerada a padroeira dos músicos cristãos.
O
prefeito de Roma, Turcius Almachius, teve conhecimento da conversão dos dois irmãos
e quis o tesouro dos dois irmãos nobres e ricos. Os dois irmãos, porém, já
tinham distribuído todos os seus bens aos pobres. O prefeito de Roma exigiu,
então, sob pena de morte, que os dois abandonassem a nova fé. Os dois, porém,
alimentados com a força do cristianismo nascente
e cheios do poder de Deus, não renegaram sua fé. Assim, foram condenados à
morte e decapitados.
Milagres de Santa Cecília
Santa
Cecília foi
chamada ao conselho romano logo em seguida. Isso aconteceu provavelmente
no ano 180. O conselho exigiu primeiro que ela revelasse onde estaria o tesouro
dos dois irmãos. Ela disse que tudo já tinha sido distribuído aos pobres.
O prefeito, furioso, exigiu que ela
renunciasse a fé cristã e adorasse aos deuses romanos. Cecília negou-se mostrando
muita coragem e serenidade diante de todos. Condenaram-na à tortura. Mas,
estando ela diante dos soldados romanos para ser torturada, ela falou a eles
sobre as maravilhas de Deus, sobre a verdadeira religião, sobre sentido da
vida, que é o seguimento de Jesus Cristo. Os soldados, maravilhados com uma
mensagem que nunca tinham ouvido, ficaram do lado de Cecília, dizendo que iriam
abandonar o culto aos deuses. Essas inúmeras conversões foram milagres que Deus
operou através de Santa Cecília para que essas pessoas alcançassem a
felicidade e a salvação.
O prefeito então, aborrecido e furioso, deu
ordens para outros algozes trancarem Santa Cecília no balneário de águas
quentes do seu próprio castelo, logo na entrada dos vapores. Ali, ela seria
asfixiada pelos vapores ferventes que aqueciam as águas. Ninguém conseguia
ficar ali por mais de alguns minutos. Era morte certa.
Porém, para surpresa de todos, milagrosamente
ela foi protegida e nada lhe aconteceu. Todos ficavam impressionados com a fé
daquela jovem, frágil, que enfrentava a morte sem receio por causa da grande fé
que tinha em seu coração. Mas o prefeito, irredutível, mandou que ela fosse
morta com três golpes de machado em seu pescoço.
O algoz obedeceu, mas não conseguiu arrancar
sua cabeça, coisa que ele estava acostumado a fazer com apenas uma machadada.
Santa Cecília permaneceu viva ainda por 3 dias, conversando e dando conselhos a
todos que corriam para vê-la e rezar por ela.
Martírio de Santa Cecília
Por fim, pressentindo sua morte iminente,
Santa Cecília pediu para o Papa entregar todos os seus bens aos pobres e
transformar sua casa numa igreja. Antes de sua morte, em seus últimos momentos
neste mundo, sentindo que sua missão estava cumprida mesmo ela sendo ainda tão
jovem, Cecília conseguiu cantar louvando a Deus, cantando as maravilhas de
Deus.
Por
isso, ela é a padroeira dos músicos e da música sacra. Depois disso, a
fisicamente frágil e interiormente forte jovem romana que desafiou os poderes
deste mundo, entregou seu espírito ao Pai Celestial. Após sua morte ela foi
sepultada pelos cristãos na catacumba de São Calisto e desde então passou a ser
venerada como mártir.
Descoberta do túmulo de Santa Cecília
O
túmulo de Santa Cecília ficou desaparecido por muitos séculos. No século IX,
Santa Cecília apareceu ao Papa
Pascoal l (817-824). Logo após este fato, seu túmulo foi
encontrado e lá estava o caixão com as relíquias da Santa.
O corpo dela estava intacto, na mesma posição
em que ela foi enterrada. Ao lado da Santa estavam também os corpos de Valeriano
e Tiburcio. No ano de 1599, o Cardeal Sfondrati mandou abrir o tumulo de Santa
Cecília, e seu corpo foi encontrado na mesma posição que estava quando o Papa
Pascoal l a encontrou. Sua festa é celebrada em 22 de novembro, dia dos músicos
e da música.
Oração a Santa Cecília
Ó Virgem
e mártir, Santa Cecília, pela fé viva que vos animou desde a infância,
tornando-vos tão agradável a Deus e ao próximo, merecendo a coroa do martírio,
convertendo pagãos ao cristianismo, alcançai-nos a graça de progredir cada vez
mais na fé e professá-la através do testemunho das boas obras, especialmente
servindo aos irmãos necessitados. Alcançai-nos também a graça de sempre
louvar a Deus com canções espirituais.
Gloriosa
Santa Cecília, que os vossos exemplos de fé e virtude sejam para todos nós um
brado de alerta, para que estejamos sempre atentos à vontade de Deus, na
prosperidade como nas provações, no caminho do céu e da salvação eterna.
Santa
Cecília, padroeira dos músicos e artistas, rogai por nós.
Amém.
https://cruzterrasanta.com.br/historia-de-santa-cecilia/68/102/
24- SANTO ANDRÉ DUNG-LAC, PRESBÍTERO E COMPANHEIROS
MÁRTIRES
A evangelização do Vietnã começou no século
XVI, através de missionários europeus de diversas ordens e congregações
religiosas. São quatro séculos de perseguições sangrentas que levaram ao
martírio milhares de cristãos massacrados nas montanhas, florestas e em regiões
insalubres. Enfim, em todos os lugares onde buscaram refúgio. Foram bispos,
sacerdotes e leigos de diversas idades e condições sociais, na maioria pais e
mães de família e alguns deles catequistas, seminaristas ou militares.
Hoje, homenageamos um grupo de cento e dezessete mártires vietnamitas,
beatificados no ano jubilar de 1900 pelo papa Leão XIII. A maioria viveu e
pregou entre os anos 1830 e 1870. Dentre eles muito se destacou o padre
dominicano André Dung-Lac, tomado como exemplo maior dessas sementes da Igreja
Católica vietnamita.
Filho de pais muito pobres, que o confiaram desde pequeno à guarda de um
catequista, ordenou-se sacerdote em 1823. Durante seu apostolado, foi cura e
missionário em diversas partes do país. Também foi salvo da prisão diversas
vezes, graças a resgates pagos pelos fiéis, mas nunca concordou com esse
patrocínio.
Uma citação sua mostra claramente o que pensava destes resgates: "Aqueles
que morrem pela fé sobem ao céu. Ao contrário, nós que nos escondemos
continuamente gastamos dinheiro para fugir dos perseguidores. Seria melhor
deixar-nos prender e morrer". Finalmente, foi decapitado em 24 de novembro
de 1839, em Hanói, Vietnã.
Passada essa fase tenebrosa, veio um período de calma, que durou cerca de
setenta anos. Os anos de paz permitiram à Igreja que se reorganizasse em
numerosas dioceses que reuniam centenas de milhares de fiéis. Mas os martírios
recomeçaram com a chegada do comunismo à região.
A partir de 1955, os chineses e os russos aniquilaram todas as instituições
religiosas, dispersando os cristãos, prendendo, condenando e matando bispos,
padres e fiéis, de maneira arrasadora. A única fuga possível era através de
embarcações precárias, que sucumbiam nas águas que poderiam significar a
liberdade, mas que levavam, invariavelmente, à morte.
Entretanto o evangelho de Cristo permaneceu no coração do povo vietnamita, pois
quanto mais perseguido maior se tornou seu fervor cristão, sabendo que o
resultado seria um elevadíssimo número de mártires. O papa João Paulo II, em
1988, inscreveu esses heróis de Cristo no livro dos santos da Igreja, para
serem comemorados juntos e como companheiros de santo André Dung-Lac no dia de
sua morte.
*Fonte:
Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br
https://arquisp.org.br/liturgia/santo-do-dia/santo-andre-dung-lac-e-companheiros
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