1- Olá! Pra começo de conversa...
Celebrando o mistério do nascimento de
Cristo, a Igreja comemora hoje a Sagrada Família de Nazaré: Jesus, Maria e
José. Nessa família nasceu e cres- ceu o Verbo de Deus, para um dia assumir sua
missão salvadora no mundo. Podemos dizer com segurança que o Amor, vínculo da
perfeição, fez da Sagrada Família o modelo do lar cristão. Em Nazaré, a família
vivia em torno de Jesus. Da mesma forma, deve viver a família cristã. Somente
assim po- derá experimentar o dom da paz. Rezemos também para que todas as
famílias obtenham dos poderes políticos apoio e incentivo para desempenhar seu
papel insubstituível na sociedade.
Muito nos alegra, acolher
fraternalmente a cada um de vocês, bem como vossas famílias, neste dia em que
somos convidados a recordar a vocação ao matrimônio. A liturgia trará
orientações precisas quanto às relações familiares entre seus membros. É deste
berço que nascem todas as outras vocações para servir a Deus nos seus
diferentes modos. Isto por meio da certeza de que somos amados e chamados por
Deus. Acolhamos a imagem (quadro ou cartaz) da Sagrada Família de Nazaré.
Já no último dia deste ano marcado por
diversas adversidades e suas consequências, mas também com os gestos de
solidariedade que desencadearam, contemplamos a Sagrada Família de Nazaré,
modelo para todos os lares. “Na vida familiar de Maria e José, Deus é
verdadeiramente o centro, e o é na pessoa de Jesus.” Espelhando-se no Lar de
Nazaré, nossas famílias poderão ser sempre mais lugar de comunhão, de iniciação
à vida cristã e de ação missionária. P. (... último domingo do ano ... / na
festa da Sagrada Família, agradecer a Deus pela família de cada um ..).
SAGRADA
FAMÍLIA
Cardeal Orani João Tempesta
Arcebispo do Rio de Janeiro
(RJ)
Durante a oitava de natal uma das festas celebradas é a
da Sagrada Família Jesus, Maria e José. Costuma ser no domingo dentro da
oitava, mas, neste ano o domingo após o Natal é dia 01 de janeiro, então se
celebra a Solenidade de Maria, Mãe de Deus. Assim a Sagrada Família é celebrada
no dia 30 de dezembro. Deus quis manifestar-se aos homens integrado numa
família humana. Ele quis nascer numa família, quis transformar a família num
presépio vivo. Pode-se dizer que hoje celebramos o verdadeiro Dia da Família.
Para nós cristãos, a família é sagrada: nasce do
sacramento do Matrimônio, no qual o marido e a esposa recebem a graça de
viverem como sinal da aliança de amor entre o Cristo-Esposo e a Igreja-Esposa.
Nascida do matrimônio, a família vai crescendo pela fecundidade do amor humano,
consagrado nas águas do Batismo de cada novo membro que nasce; e vai
alimentando-se não somente da comida e da bebida da mesa de cada dia, mas,
sobretudo, do pão e do vinho, Corpo e Sangue do Senhor, dado e recebido na
Eucaristia. Estejamos atentos a este fato importantíssimo! A família não é uma
realidade simplesmente humana, sociológica! A família é sagrada: querida por
Deus, amada por Deus, criada por Deus, sustentada por Deus!
A liturgia de hoje na primeira leitura, nos apresenta
como opção somente uma leitura. A primeira leitura – Eclo. 3, 3 – 7. 14 – 17a –
lembra aos filhos o dever de honrarem pai e mãe, de socorrê-los e compadecer-se
deles na velhice, ter piedade, isto é, respeito e dedicação para com eles; isto
é cumprimento da vontade de Deus.
Na segunda leitura – São Paulo, em Cl 3, 12 – 21 –
enumera as virtudes que devem reinar na família: sentimentos de compaixão, de
bondade, humildade, mansidão e paciência. Suportar-se uns aos outros com amor,
perdoar-se mutuamente. Revestir-se de caridade e ser agradecidos. Se a família
não estiver alicerçada no amor cristão, será muito difícil a sua perseverança
em harmonia e unidade de corações. Quando esse amor existe, tudo se supera,
tudo se aceita; mas, se falta esse amor mútuo, tudo se faz sumamente pesado. E
o único amor que perdura, não obstante os possíveis contrastes no seio da
família, é aquele que tem o seu fundamento no amor de Deus.
No Evangelho – Mt 2,13-15.19-23 – os magos tiveram um
encontro pessoal com o Menino Jesus depois que foram atraídos pela estrela.
Assim também quando nós vislumbramos a “estrela” que nos guia até Belém, nós
temos uma experiência de salvação. A caminho de Belém, isto é, quando buscamos
a Salvação, nós também precisamos estar preparados, pois, aí começará a
perseguição. O inimigo de Deus está atento e faz todo o possível para nos
desviar do caminho que o Senhor traçou para nós. Não precisamos, porém, temer!
Assim como fez com José e Maria, o Senhor também nos ordena: “Levanta-te, pega
o menino e sua mãe e foge para o Egito!” Quando nos dispomos a fazer a vontade
de Deus nós precisamos nos fortalecer em Jesus, com o auxílio da Sua Mãe,
Maria, na oração, na penitência, no serviço ao irmão, na meditação da Palavra
dando passos concretos. Não podemos ficar parados e inertes esperando a
perseguição chegar. Precisamos nos antecipar e acolher todos os avisos que o
Espírito Santo nos dá através das suas mensagens. Herodes representa aqui o
inimigo de Deus que não se conforma com a nossa libertação. O Egito aqui é
lugar de refúgio ou de dificuldade conforme o que o Senhor quer para nós.
Jesus começou a ser perseguido, quando ainda era uma criancinha, nós também
seremos perseguidos, mas também amparados.
A família – “Pois bem. O que Deus uniu não o separe o
homem” (Mc 10, 9). É uma exortação aos crentes para superar toda a forma de
individualismo e de legalismo, que se esconde num egoísmo mesquinho e no medo
de aderir ao significado autêntico do casal e da sexualidade humana no projeto
de Deus. “Neste contexto social e matrimonial bastante difícil, a Igreja é
chamada a viver a sua missão na fidelidade, na verdade e na caridade. A Igreja
é chamada a viver a sua missão na fidelidade ao seu Mestre como voz que grita
no deserto, para defender o amor fiel e encorajar as inúmeras famílias que
vivem o seu matrimônio como um espaço onde se manifesta o amor divino; para
defender a sacralidade da vida, de toda a vida; para defender a unidade e a
indissolubilidade do vínculo conjugal como sinal da graça de Deus e da
capacidade que o homem tem de amar seriamente” (Retirado do site:
http://www.a12.com/formacao/detalhes/a-familia-e-o-sinodo. Último acesso em:
20/12/2022).
A família é a forma básica e mais simples da sociedade. É
a principal escola de todas as virtudes sociais. É a sementeira da vida social,
pois é na família que se pratica a obediência, a preocupação pelos outros, o
sentido de responsabilidade, a compreensão e a ajuda mútua, a coordenação
amorosa entre os diversos modos de ser. Está comprovado que a saúde de uma
sociedade se mede pela saúde das famílias.
Maria e José educaram Jesus, em primeiro lugar, com o seu
exemplo. Nos seus pais, Ele conheceu toda a beleza da fé, do amor a Deus e à
sua Lei, assim como as exigências da justiça, que encontra o seu pleno
cumprimento no amor (cf. Rm 13, 10). Deles aprendeu que antes de tudo
é necessário realizar a vontade de Deus, e que o laço espiritual vale mais
que o vínculo do sangue. A Sagrada Família de Nazaré é verdadeiramente o
“protótipo” de cada família cristã que, unida no Sacramento do matrimônio e
alimentada pela Palavra e pela Eucaristia, é chamada a realizar a maravilhosa
vocação e missão de ser célula viva não apenas da sociedade, mas da Igreja,
sinal e instrumento de unidade para todo o gênero humano.
https://www.cnbb.org.br/artigo-cardeal-orani-sagrada-familia-2022/
1- Liturgia da Festa da
Sagrada Família, Jesus, Maria e José- Ano B;
-
O Papa Paulo VI disse: "Nazaré é a escola onde se começa a compreender a
vida de Jesus: a escola do Evangelho. Aqui se aprende a olhar, a escutar, a
meditar e a penetrar o significado, tão profundo e tão misterioso, dessa muito
simples, muito humilde e muito bela manifestação do Filho de Deus entre os
homens. Aqui se aprende a imitar essa vida". A família é a forma básica e
simples da sociedade. Principal escola de todas as virtudes sociais.
- Para entendermos melhor a primeira leitura, é importante saber
algumas coisas sobre o livro do Eclesiástico: este livro foi escrito para
ajudar a recuperar as raízes e a identidade de um povo ameaçado de perder o
sentido da vida. Vivendo em terra estranha, o povo judeu facilmente aprendia os
costumes e a cultura do país em que estava, esquecendo a herança cultural e
espiritual de seus antepassados, baseada na experiência de Deus em família. De
fato, o Deus de Israel foi se revelando na vida das pessoas, e essa revelação
passou de boca em boca, de pai para filho, desde muito tempo. A leitura de
hoje, na verdade, é uma boa explicação do mandamento escrito no livro do Êxodo:
"honra teu pai e tua mãe, para que se prolonguem os teus dias...
".
O mandamento está ligado à promessa de vida longa. O Eclesiástico vai mais
longe, acrescentando à vida longa mais duas promessas: a de ter as orações
atendidas e o perdão dos pecados. A leitura aponta um novo horizonte: o perdão
dos pecados acontece não através de um rito externo, como era costume dos
judeus, mas de uma atitude traduzida em amor pelos pais, sobretudo quando eles
se encontram na idade avançada ou com alguma doença. Esta proposta quebra o
sistema de sociedade do consumo e do descartável, que só valoriza as pessoas
enquanto são capazes de produzir e gerar lucro. Amar, obedecer e respeitar a
fonte de vida que são os pais é amar, respeitar e obedecer ao próprio Deus, que
é origem de toda vida
.
- Na segunda leitura, Paulo emprega
a imagem da veste ("procurem revestir-se") para caracterizar um novo
jeito de nos relacionarmos, começando dentro de nossas famílias, depois em
nossa Comunidade e assim construirmos juntos um mundo novo. E este novo jeito
consiste em viver as virtudes da bondade, humildade, mansidão, tolerância,
paciência e perdão, tendo como modelo o próprio Jesus Cristo que assim se
relacionou com todos. A seguir, Paulo nos mostra alguns instrumentos para que a
comunidade viva o projeto de Jesus. O mais importante deles é a celebração da
Eucaristia. A expressão "sejam agradecidos" recorda a celebração
eucarística do modo como era celebrada pelos primeiros cristãos: a escuta da
Palavra, a partilha e o louvor, feito de salmos, hinos e cânticos espirituais.
Em seguida, Paulo nos fala dos relacionamentos dentro da família, baseados no
perdão, no carinho, no afeto, no respeito e, acima de tudo, no amor, que é o
laço da perfeição
.
- No Evangelho, Lucas começa
afirmando que os pais de Jesus iam todos os anos a Jerusalém, para a festa da
Páscoa. Cumprem assim o que estava previsto na lei. É assim que os romeiros
deviam se apresentar para a festa da Páscoa: "cada um traga o seu dom,
conforme a bênção que Javé lhe tiver proporcionado". Mas Jesus já tem doze
anos. É a época de se realizar a cerimônia, na qual, para os judeus, o menino
entra no mundo dos adultos: passa a ser plenamente responsável diante de Deus e
das pessoas. Chegou sua maturidade religiosa e civil. No entanto, Lucas escreve
este texto muito tempo depois da ressurreição de Jesus, por isso, ele traz
alguns elemen- tos pascais. Os três dias de busca recordam os três dias em que
Jesus ficou sepultado. Também a resposta que ele dá aos pais: "não sabiam
que eu devo estar na casa de meu Pai?" revela sua condição de ressuscitado
e glorificado. Jesus está no Templo, justamente na festa da Páscoa. Lucas não
diz nada sobre o dom que a família de Jesus deveria apresentar. Para quem lê o
texto à luz da fé no Cristo ressuscitado, fica claro que é Jesus mesmo que se
dá como dom ao Pai e a nós. O texto termina dizendo que Jesus voltou para casa
com seus pais e permaneceu obediente a eles. Mais uma vez é na pessoa de Jesus
que devemos manter os nossos olhos fixos e com Ele aprendermos a bonita arte de
amar e nos relacionar.
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