REFLEXÃO DOMINICAL IV
A FESTA DA
SAGRADA FAMÍLIA
Celebramos, com alegria, a Festa da Sagrada
Família de Jesus, Maria e José. Neste Tempo de Natal Deus se faz presente no
meio de nós, é o Emanuel, Deus conosco, no seio de uma família, simples e
pobre. O mistério da Encarnação se realiza, Maria e José foram os escolhidos, e
com Jesus se tornam modelo de vida para as nossas famílias. Neste dia queremos
apresentar ao Senhor todas as famílias do mundo, em especial aqueles que mais
sofrem e necessitam de oração e amparo, e rezar por elas. Neste mundo somos a família
de Deus, pois Jesus se encarnou em nossa realidade, experimentou o drama de
todas as famílias humanas, e conduziu seu povo para a vida em plenitude.
Estamos também concluindo este ano e somos convidados a elevar louvores e ação
de graças a Deus Pai por todos os benefícios recebidos, que haja sempre paz e
esperança. A primeira leitura do Livro do Eclesiástico (Eclo 3,2-6.12-14)
apresenta um conjunto de orientações para o bom convívio familiar e nos recorda
que é preciso amar, obedecer e respeitar os pais. Deus é a origem de toda a
vida e o que fazemos aos nossos pais é a Deus que o fazemos. Honrar significa,
antes de tudo, respeitar e sustentar. Honrar pai e mãe é um dos mandamentos da
Lei de Deus, que dá sentido à vida e é sinal de felicidade para os que temem a
Deus. Sabemos que a fecundidade e a comunhão na família são sinais de benção,
pois a caridade feita aos pais jamais será esquecida. O texto do Evangelho de
Lucas (Lc 2, 22-40) nos mostra Maria e José que vão ao templo, em Jerusalém,
apresentar Jesus, conforme a exigência da Lei. Os pais são pobres, Jesus se
encarna na realidade dos empobrecidos. É assim que se apresenta a humanidade. E
nas palavras e gestos de Simeão e Ana se encontram os anseios e esperanças de
todo o povo, que esperava o Salvador. Jesus é a realização destas esperanças,
as promessas foram cumpridas, a salvação chegou. A exemplo de Maria e José, da
família de Nazaré, toda família é chamada a encontrar, na comunhão com o Senhor
e na fidelidade à Palavra de Deus, a sua plena força e união, mesmo diante de
tantos desafios. Maria é a primeira discípula e, com ela e José, aprendemos a
dizer sim e acolher o projeto de Deus. Assim como Ana somos chamados a louvar a
Deus e falar do menino, anunciando e testemunhando que Ele é verdadeiramente a
luz que veio para iluminar as nações. A segunda leitura da Carta aos
Colossenses (Col 3,12-21) nos diz que como filhos amados de Deus e seus eleitos
somos convidados a nos amar uns aos outros, revestindo-se de sincera
misericórdia, bondade, humildade, mansidão e paciência. A exemplo de Cristo,
praticar o perdão e viver na paz. No contexto da Festa de hoje, Paulo apresenta
algumas instruções para as famílias, tendo como referência o agir de Jesus em
relação a Deus Pai e às pessoas, como a docilidade e a solicitude das esposas,
o amor e o respeito dos esposos, a obediência sincera dos filhos, o
encorajamento e incentivo dos pais. Assim nos disse Papa Francisco, e rezemos:
“Sagrada Família de Nazaré, fazei que todos nos tornemos conscientes do caráter
sagrado e inviolável da família, da sua beleza no projeto de Deus. Jesus, Maria
e José, ouvi-nos e acolhei a nossa súplica. Amém” (Amoris Laetitia, p. 199).
Dom Angelo Ademir Mezzari, RCJ Bispo auxiliar
de São Paulo
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