REFLEXÃO DOMINICAL I
JESUS SE APRESENTA COMO O MESSIAS
Estamos vivendo o tempo quaresmal, imersos no
profundo chamado de Deus à nossa conversão. As leituras deste 3º domingo se
revelam como guias essenciais para vivermos esse caminho de conversão,
conduzindo-nos ao mistério do amor do Pai em Cristo Jesus. Na primeira leitura,
do livro do Êxodo, desvendamos a intensidade do amor divino. É o coração da
aliança entre Deus e seu povo, apontando o caminho da justiça e paz,
estabelecendo laços de amizade e fraternidade. A leitura, em sintonia com a Cf
2024, acaba por concentrar-se nas relações humanas durante o período quaresmal,
destacando a função dos mandamentos em organizar a sociedade do povo de Deus e,
por extensão, a nossa, como um caminho de amor. Na segunda leitura, o apóstolo
Paulo nos mostra que o centro de sua mensagem reside na cruz. Ele nos apresenta
a cruz como símbolo máximo de amor e sabedoria. A cruz se torna, para a
comunidade convertida, uma ferramenta de salvação. Ele enfrenta a resistência
de uma comunidade cristã que reluta em aceitar a cruz, vendo nela apenas
fracasso e sofrimento. A cruz, segundo Paulo, é o grande sinal da vitória, e
aqueles que a abraçam acolhem o convite à conversão. O Evangelho de São João,
narra os eventos que antecedem a Páscoa, onde o templo é transformado em uma
casa de comércio. Os vendedores desvalorizam a festa da Páscoa, reduzindo-a a
uma mera data comercial. Nos dias de hoje, testemunhamos atitudes semelhantes –
onde o coelho da Páscoa assume maior importância do que o significado cristão
da festa. Diante desse cenário, Jesus reage com veemência, derrubando as moedas
dos cambistas e expulsando os vendedores de animais. Essa atitude, na verdade,
é um chamado à reflexão, expulsar aqueles que deturpam a casa de Deus, e que
ficam somente preocupados com lucro e poder. Jesus se revela como o Messias que
instaura o novo Reino. Ele se torna o novo templo, o lugar de encontro e de
conversão, sendo Seu corpo a grande morada de Deus encarnado. Seu sacrifício é
eterno e sagrado, resgatando- -nos do pecado e conduzindo-nos ao Pai. O seu
exemplo é um convite à conversão, à adesão total ao projeto do Pai. O grande
apelo desta quaresma é que nossas práticas se tornem ferramentas que nos ajudam
a nos relacionarmos como verdadeiros irmãos e irmãs, seguindo um caminho
sinodal com a cruz à nossa frente, e os mandamentos como a plena vivência do
amor que nos conduz à fraternidade e a amizade social.
Dom Carlos Silva, OFMCap. Bispo Auxiliar de São Paulo
https://arquisp.org.br/sites/default/files/folheto_povo_deus/ano-48b-19-3o-domingo-de-quaresma.pdf
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