2,2- Liturgia do Quarto Domingo da Páscoa- Ano B
- No Evangelho, Jesus declara
abertamente: "Eu sou o bom pastor". Todos nós que escutamos essa
declaração, não podemos buscar outros guias. É Jesus quem deve guiar a nossa
vida. Mas muitos, hoje, ficam confusos. Afinal, temos acesso a tantas vozes
que, se não tivermos juízo e prudência, veremos Jesus como mais um mestre no
meio de tantos outros. E Ele é mais do que um mestre, um gênio ou um guia: Ele
deu a vida pelas ovelhas. Ele a deu por toda a humanidade! Seu alcance é
suprapartidário, não tem fronteira. A primeira leitura termina afirmando:
"Em nenhum outro há salvação".
- Logo depois, o texto nos ajuda a distinguir o
pastor e mercenário. Já vimos que o bom pastor dá a vida pelas ovelhas. Ele as
conhece profundamente e tem uma relação próxima com cada uma delas. O bom
pastor tem o cheiro das ovelhas. Seu conhecimento não vem através de pesquisas
ou palestras. Vem da convivência direta e amorosa. O mercenário não tem
compromisso com o rebanho. Ele é um oportunista e aproveitador. Apenas se
aproxima da ovelha para obter algum tipo de vantagem. Por não ter vínculo
concreto, Ele foge ao primeiro sinal de perigo. Independentemente do que
acontece com o rebanho, Ele não se preocupa com a situação, mesmo que muita
gente ficou prejudicada ou em situação difícil.
- Um exemplo: nos próximos meses começará a
campanha eleitoral e deveremos ficar atentos para distinguir aquele candidato
que tem algum tipo de compromisso com o povo e o desenvolvimento do município.
Gente que pensa no bem comum e na dignidade da pessoa humana. Candidato que não
tem amor e não luta por um futuro e sociedade sem exclusões é um mercenário!
Não merece nosso respeito nem voto. Ser "bom pastor" é um convite de
Jesus para todos, especialmente os que assumem alguma liderança na Comunidade
ou na sociedade. - "Tenho ainda outras ovelhas que não são deste redil:
também a elas devo conduzir". É muito bonita e grandiosa essa abertura
universal de Jesus e sua mensagem. É inspiradora de missão. Jesus vence as
barreiras do nacionalismo, pois Deus quer salvar a todos e a missão de Filho é
reunir os filhos dispersos. O Papa Francisco está preocupado com os nossos fechamentos.
Na Fratelli tutti, n. 62, ele escreveu: Mesmo esta proposta de amor podia ser
mal compreendida. Foi por alguma razão que, perante a tentação das primeiras
comunidades cristãs criarem grupos fechados e isolados, São Paulo exortava os
seus discípulos a ter caridade uns para com os outros "e para com
todos" (1 Ts 3, 12) e, na comunidade de João, pedia-se que fossem bem
recebidos os irmãos, "mesmo sendo estrangeiros" (3 Jo 5). Esse
contexto ajuda a entender o valor da parábola do bom samaritano: ao amor não
lhe interessa se o irmão ferido vem daqui ou dacolá. Com efeito, é o "amor
que rompe as cadeias que nos isolam e separam, lançando pontes; amor que nos
permite construir uma grande família onde todos nos podemos sentir em casa (…).
Amor que sabe de compaixão e dignidade".
- Hoje somos convidados a rezar pelas vocações
sacerdotais e religiosas. A vocação nasce de uma família que reza e alimenta
sua fé na Eucaristia. A vocação nasce de uma comunidade servidora/mi-
nisterial. Não teremos vocações se ficarmos, durante o almoço de família,
falando mal do padre, do coordenador, da catequista, da equipe de cantos etc.
Ela só pode surgir de uma família que ouve e coloca em prática a Palavra de
Deus! Enquanto estivermos fechados a tudo e a todos, a vocação não brota e nem
sai do papel, ou seja, do coração. Diálogo, serviço, anúncio, testemunho de
comunhão são necessários para um ambiente vocacional sadio e firme.
- Já faz tempo que estamos percebendo que
poucas pessoas querem se colocar a serviço em nossas equipes e pastorais de
Comunidade. Isso é preocupante! Não há comunidade sem várias equipes de
serviço! Tudo deve ser preparado com fé e carinho, e isso leva tempo. Você
precisa tomar a decisão de servir a Deus. Ao mesmo tempo que exprimimos nossa
preocupação com a questão vocacional e ministerial, queremos também agradecer a
Deus pelos que ouviram seu chamado e estão servindo a Igreja, a família e a
sociedade. Muito obrigado a você que se engajou em alguma equipe de nossa
Comunidade. Deus te abençoe e renove suas bênçãos sobre você e sua família. Que
todos nós rezemos pelas vocações na vida e missão da Igreja.
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