IX- SANTOS DO MÊS DE AGOSTO E SANTA
AGOSTINIANA
Santo do dia 11 de Agosto- Santa Clara de Assis, virgem (†1253).
São Gaugérico de
Cambrai, Bispo (†cerca de 625). Por 39 anos exerceu seu episcopado em Cambrai,
França. Construiu uma capela, berço da cidade de Bruxelas e realizou numerosos
milagres.
Santo do dia 12 de Agosto- Santa Joana Francisca de Chantal, religiosa (†1641).
Beato Inocêncio XI,
Papa (†1689). Após impor severas normas aos Bispos, dando ele mesmo exemplo de
virtude e austeridade, empreendeu uma grande obra de moralização dos costumes.
Santo do dia 13 de Agosto- Santos Ponciano, Papa, e Hipólito, presbítero, mártires (†cerca de 236).
Beata Gertrudes,
abadessa (†1297). Filha de Santa Isabel da Hungria, regeu durante 48 anos o
convento premonstratense de Altenberg, Alemanha.
Santo do dia 14 de Agosto- São Maximiliano Maria Kolbe, presbítero e mártir (†1941).
Santo Arnolfo,
Bispo (†1087). Após ter sido soldado, tornou-se monge e Bispo de Soissons,
França. Fundou um mosteiro em Oudenburg, Bélgica, onde veio a falecer.
Santo do dia 15 de Agosto- São Jacinto, presbítero (†1257). Tomou o hábito em Roma, das mãos do
próprio São Domingos de Gusmão. Propagou a Ordem de Pregadores no seu país,
Polônia, na Boêmia e na Silésia.
Santo do dia 16 de Agosto- Santo Estêvão da Hungria, rei (†1038).
Beato João de Santa
Marta, presbítero e mártir (†1618). Franciscano espanhol decapitado em Kioto,
Japão, após três anos de indizíveis sofrimentos num cárcere.
Santo do dia 17 de Agosto- Santa Clara da Cruz, virgem (†1308). Abadessa do mosteiro agostiniano de
Santa Cruz, de Montefalco, Itália, distinguiu-se por seu extremo amor à Paixão
de Nosso Senhor.
Santo do dia 18 de Agosto- Santo Alberto Hurtado Cruchaga, presbítero (†1952). Sacerdote jesuíta
que fundou em Santiago do Chile “O Lar de Cristo”, para assistência aos
necessitados.
https://divinaprovidencia.blog.arautos.org/cada-dia-tem-seu-santo/08-santos-do-mes-de-agosto/
17 de agosto- Santa
Clara da Cruz de Montefalco, Virgem
Clara nasceu em
Montefalco, região italiana da Úmbria, em 1268. Aos 4 anos, já demonstrava uma
profunda inclinação para a oração e a contemplação.
Segunda filha de
Damião e Jacobina, com apenas 6 anos, decidiu seguir as pegadas da sua irmã,
Joana, que se retirou para viver em oração e penitência em uma clausura,
construída pelo pai em uma propriedade da família.
Clara imergiu-se, totalmente, no estilo de vida do eremitério; as orações,
penitências, sacrifícios e mortificações tornaram-se para ela o caminho para se
conformar com a Paixão de Cristo.
Com a entrada de Clara, começou a aumentar o número de postulantes. Então,
Joana, superiora do pequeno claustro, resolveu ampliar o local. Contando ainda
com a ajuda do pai, em 1290, obteve a permissão do Bispo de Espoleto, Dom
Gerardo Artesino, para transformá-lo em mosteiro, que foi chamado
"Mosteiro da Cruz". Às religiosas foi imposta a observância da Regra
de Santo Agostinho.
No ano seguinte, Joana faleceu e foi sucedida por Clara, que tinha vinte e três
anos.
Abadessa sábia e defensora “fidei”
Clara aceitou o
cargo, contra a sua vontade, considerando-se indigna. Ao invés, como abadessa
deu novo impulso à comunidade religiosa: organizou melhor a vida comunitária,
propondo o trabalho manual a todas as Irmãs, mas deixou ampla liberdade para as
mais inclinadas à oração. Cuidou de todas, amorosamente, instruindo-as,
corrigindo-as e dando atenção especial às necessidades de cada uma.
Imergiu, assim, uma mulher de uma firmeza iluminada. Aproximavam-se da grade do
seu locutório pobres e necessitados, aos quais sempre estava pronta para dar
algo para comer ou uma palavra de conforto; para os mais cultos, sacerdotes e
alto clero, foi uma conselheira sábia, capaz de ler os corações dos outros e de
prever os acontecimentos. Fez tudo isso apesar de uma dura provação de aridez
espiritual, que a acompanhou por 11 anos.
Bem antes da morte da sua irmã, passou por um estado interior de deserto e de
silêncio de Deus. Santa Clara sofreu até 1299.
"Tenho Jesus no meu coração"
No início de 1294, no
jardim do mosteiro, Cristo apareceu-lhe como peregrino e sofredor com a cruz,
dirigindo-se a ela com estas palavras: "Procuro um lugar sólido, onde
possa plantar a cruz; e vejo aqui o lugar apropriado para plantá-la". Este
lugar era o coração de Clara, que, desde então, sempre repetiu: "O meu
Jesus está dentro do meu coração".
Segundo a tradição, Cristo, o viajante, ter-lhe-ia dado o seu bastão, o qual,
tendo sido plantado, tornou-se uma árvore, que ainda hoje é viçosa. A “árvore
de Santa Clara” ou o “Melia Azedarach”, originário do Himalaia, produz bagos
lenhosos usados, há séculos, para fazer rosários.
No início de 1300, Clara adoeceu e, em julho de 1308, foi obrigada a ficar de
cama, passando seus dias em êxtase e em contemplação. No entanto, enquanto se
preparava para seu encontro com Deus, aconselhava as monjas a serem humildes,
obedientes, pacientes e unidas na caridade.
No dia 17 de agosto, pediu para ser levada à igreja, que havia construído no
mosteiro, onde, com 40 anos, exalou seu último respiro.
As Irmãs decidiram conservar seu corpo; seus órgãos foram extraídos e, com
grande surpresa, em seu coração foram descobertos os sinais da Paixão de
Cristo.
Berengário de Donadio de Santo Africano, biógrafo de Clara, escreveu:
"Havia... dentro do coração... em forma de nervos rígidos de carne, de um
lado, a cruz, três cravos, a esponja e a cana; do outro, o pilar, o chicote...
e a coroa. No saco de fel... havia três pedras redondas, todas iguais, que,
provavelmente, representavam a Trindade".
A fama de santidade de Clara difundiu-se rapidamente e vários milagres foram
documentados pela sua intercessão. Seu corpo incorrupto e as relíquias
encontram-se, ainda hoje, em Montefalco, na nova igreja, ao lado do mosteiro
agostiniano.
A história de Santa Clara é recordada pelos esplendidos afrescos, na Capela de
Santa Cruz, e a igrejinha primitiva da comunidade religiosa, onde a Santa
passou as últimas horas da sua vida na terrena.
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