VIII-REFLEXÃO
DOMINICAL III: A RELIGIÃO PURA
E SEM MANCHA
A
religião é o conjunto de atitudes, ensinamentos, ritos e normas mediante os
quais o homem se volta para Deus e expressa o seu reconhecimento, obediência e
adoração a Ele. Muitas podem ser as expressões e atitudes religiosas. Todas são
igualmente agradáveis a Deus? A Liturgia da Palavra de hoje nos fala disso e dá
respostas a essa pergunta. Na primeira leitura, Moisés faz um elogio à Lei de
Deus e ordena ao povo que guarde e pratique zelosamente os mandamentos de Deus,
pois, assim, Deus será honrado e será propício às súplicas do povo. A segunda
leitura, da Carta de São Tiago, recomenda “receber com humildade a Palavra de
Deus”, não ser meros ouvintes, mas praticantes da Palavra de Deus, que tem o
poder de salvar” (Tg 1,21-22). O mesmo Apóstolo recomenda unir a adoração de
Deus à prática da caridade: “com efeito, a religião pura e sem mancha diante de
Deus Pai é esta: assistir aos órfãos e às viúvas em suas tribulações e não se
deixar contaminar pelo mundo” (Tg 1,27). No Evangelho, Jesus recomenda cuidar
da integridade da vida, da honestidade e pureza do coração e das intenções mais
do que das práticas rituais exteriores, que podem ser perfeitas, mas não
condizer com o interior da pessoa. “Deus vê o coração e as intenções” (cf Lc
16,15) e sabe o que há no interior da pessoa. Por isso, Jesus repreende, com as
palavras duras do profeta Isaías, a falsidade dos que tentam agradar a Deus
apenas com uma religião exterior e formal: “Esse povo me honra com os lábios,
mas o seu coração está longe de mim” (Is 29,13). Nossas práticas exteriores de
religiosidade devem ser expressão de um coração sincero e humilde diante de
Deus, que despreza os orgulhosos e os trapaceiros, que tentam enganar até o
próprio Deus com palavras e atos. E o amor a Deus, expressado nas nossas ações
religiosas, deve ser acompanhado do amor ao próximo: “quem ama a Deus, ame
também a seu irmão”, recomenda São João (cf 1Jo 4,21). No próximo dia 5 de
setembro, celebraremos o 70º aniversário da inauguração e dedicação da nossa
Catedral metropolitana “Nossa Senhora da Assunção”. É ocasião para agradecer a
Deus por tantos benefícios recebidos nessa “casa do Senhor” e igreja-mãe de
todas as igrejas de nossa Arquidiocese. A Catedral é a igreja-símbolo da sede
(Sé) episcopal; nela está a cátedra do Arcebispo, outro símbolo que lembra a
missão do bispo de governar, ensinar e santificar o povo de Deus confiado aos
seus cuidados. Desejo convidar todo o povo da nossa querida arquidiocese de São
Paulo a se unir em oração e louvor a Deus no dia 5 de setembro, participando
das celebrações, quer na própria Catedral, quer em cada igreja paroquial da
Arquidiocese, onde também devem ser celebradas as Missas no aniversário da
dedicação da Catedral metropolitana. Alegremo-nos sempre no Senhor em seu
templo sagrado e lhe agradeçamos de todo coração pela sua presença contínua no
meio de nós.
Cardeal Odilo Pedro Scherer Arcebispo de São
Paulo
https://arquisp.org.br/sites/default/files/folheto_povo_deus/ano-46b-49-22-domingo-tempo-comum.pdf
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