sexta-feira, 27 de junho de 2025

IV- LITURGIA DA SOLENIDADE DOS APÓSTOLOS PEDRO E PAULO

 

 

IV-       LITURGIA DA SOLENIDADE DOS APÓSTOLOS PEDRO E PAULO

 

- Celebramos hoje a solenidade de São Pedro e São Paulo, as Colunas da Igreja, ou como nos recorda a oração Coleta para este dia "fundamentos da fé". Eles não escondem suas falhas, mas a graça de Deus triunfou sobre suas fragilidades. A festa de São Pedro e São Paulo também pode ser uma ocasião privilegiada para aprofundar o nosso "ser Igreja. A experiência de fé deles e, naturalmente, de toda a Igreja ao longo de sua história, tem como fundamento o encontro com a pessoa de Jesus e se edifica no seu seguimento. Esse encontro, porém, não é fruto de uma iniciativa humana. É Deus mesmo que vem ao encontro da sua criatura por excelência, quando a chama para a existência e à plenitude de vida. Foi assim com Pedro: "Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi nem sangue nem a carne que te revelaram isso". Deus quis se revelar ao ser humano.

- A primeira leitura (At 12,1-11) nos apresenta uma cena poderosa: Pedro está na prisão, acorrentado, mas a comunidade cristã reza insistentemente por ele. E o que acontece? Deus envia um anjo para libertá-lo. Esse episódio nos ensina que a oração da Igreja tem poder. Nos momentos de dificuldade, perseguição e incerteza, o povo de Deus é chamado a se unir em oração, confiando na providência divina. Quantas vezes também nós enfrentamos "prisões" em nossas vidas: medos, dificuldades e provações. Assim como a comunidade cristã rezava por Pedro, somos chamados a rezar uns pelos outros, a sermos Igreja que intercede e cuida dos seus irmãos, pois a oração nos fortalece e nos mantém unidos.

 - Na segunda leitura (2Tm 4,6-8.17-18), São Paulo, já no final de sua missão, fala com confiança: "Combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé". Ele reconhece que sua força veio do Senhor, que sempre esteve ao seu lado. Paulo não trabalhou sozinho; ele contou com a graça de Deus e com a comunidade cristã. A vida de São Paulo nos ensina que ser cristão é perseverar, mesmo diante das adversidades. Ele nos mostra que amar a Igreja significa entregar-se totalmente à sua missão. Não podemos ser cristãos isolados, mas devemos estar inseridos na comunidade, dispostos a dar a vida pelo Evangelho.

- O Evangelho de hoje nos apresenta um momento imprescindível no caminho do seguimento de Jesus: a decisão de conhecê-lo mais profundamente. A pergunta que Jesus dirige aos discípulos, de forma didática em dois momentos, marca decisivamente esse caminho. Fica claro que não basta apenas repetir o que os outros afirmam: "Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?" É necessário também expressar, a partir da convivência com Ele, o que conhecemos sobre sua pessoa e missão.

- A resposta deve ser pessoal, mas isso não significa intimismo ou espiritualismo individualista, pois ninguém conhece Jesus sem acolher o testemunho da experiência dos outros, que, por sua vez, também o encontraram na comunidade, na Igreja querida e edificada pelo próprio Senhor. É ela o lugar por excelência do encontro e do conhecimento de sua Pessoa. "E vós, quem dizeis que eu sou?" Só é capaz de anunciar Jesus aquele que faz uma experiência real com Ele. Pedro é pescador e rude, negou Cristo três vezes. Já Paulo é perseguidor dos cristãos. Mesmo assim, Cristo quis contar com os dois para o anúncio do Reino. Tanto que, no Evangelho que escutamos ontem, na Missa da Vigília, o Ressuscitado se dirige a Pedro e diz: "Simão, filho de Jonas, tu me amas? Apascenta as minhas ovelhas" (Jo 21,15). O pastor é aquele que cuida, alimenta e dá a vida pelas ovelhas. Essa é a missão de Pedro. Mas por que Pedro? Por que Paulo? Deus chama os fracos para confundir os fortes, aqueles que, aos olhos do mundo, parecem não ter utilidade. Deus trabalha nas fragilidades. A pergunta de Jesus a Simão Pedro deve ter uma profunda ressonância em todos nós. O decisivo não é o quanto sabemos sobre Ele, mas o significado e o sentido de sua proposta em nossa vida para o discipulado.

- Pedro e Paulo sofreram muito por causa do Evangelho. Deram suas vidas por Cristo. Por isso, celebramos com honra e dignidade neste domingo. Pedro e Paulo, santos e pecadores, são colunas da Igreja de Cristo. Ele, sim, a pedra fundamental, sem defeito. Hoje é dia de declarar nosso amor à Igreja. Pedro e Paulo deram suas vidas por ela, conscientes de que estavam servindo a Cristo. Diante dos desafios do mundo atual, devemos permanecer firmes na fé, unidos na oração e comprometidos com a missão da Igreja.

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