VII-
REFLEXÃO DOMINICAL I
ELES NOS DERAM OS FUNDAMENTOS DA FÉ
Celebramos
a solenidade litúrgica do martírio dos apóstolos Pedro e Paulo e nos unimos ao
Papa neste “Dia do Papa”. É costume, desde os tempos apostólicos, que a Igreja
inteira reze por Pedro e seus Sucessores, especialmente quando passam por
tribulações e perseguições. Lemos nos Atos dos Apóstolos que, enquanto Pedro
estava preso e Herodes queria matá-lo, “a Igreja rezava continuamente a Deus
por ele” (At 12,5). Assim fazemos também nós, todos os dias, em todas as
Missas. E hoje, especialmente. Todos os apóstolos são importantes e além de
pregar o Evangelho, deram também o testemunho de seu martírio por Jesus Cristo
e pela fé que pregavam. Apenas São João Evangelista não é mártir. Mas, desde o
início, Pedro e Paulo destacaram-se mais que todos e passaram a ser
considerados os “príncipes dos Apóstolos”. Pedro, pela sua autoridade
reconhecida por todos, como aquele que “confirma os irmãos na fé”. Paulo,
Apóstolo missionário e teólogo, mais que todos, deixou o testemunho de sua
pregação nos Atos dos Apóstolos e nas suas Cartas (Epístolas), que marcaram e
seguem marcando a vida cristã. Ambos os Apóstolos foram martirizados em Roma,
onde se encontram seus túmulos e para onde acorrem continuamente multidões de peregrinos
para aprender e se deixar contagiar pelo seu amor a Cristo e pelo testemunho
vigoroso de sua fé. Hoje, os lembramos com gratidão a Deus. Eles nos eram as
primícias da fé e são como as antigas cepas de oliveira que, mesmo com o passar
dos séculos, brotam sempre de novo e oferecem sombra e frutos abundantes a quem
delas se aproxima. O Papa, sucessor de Pedro, desempenha a missão dele ao longo
do tempo. Para nós, católicos, a comunhão com Pedro, o acolhimento de sua
palavra e de suas orientações para a vida da Igreja, é questão de fé. A Igreja
Católica está com Pedro e com seus Sucessores. “Ubi Petrus, ibi Ecclesia” (onde
está Pedro, aí está a Igreja). Não é questão de simpatia com a pessoa do Papa:
é questão de fé. A rejeição do Papa e a desobediência a seus ensinamentos ferem
a comunhão na Igreja e são ocasião de divisão, discórdia na comunidade e desvio
na fé. E isso vai contra a vontade explícita de Jesus, que pediu, antes de sua
paixão, que os discípulos ficassem unidos e não se dividissem. As divisões na
Igreja, ao longo da História, muitas vezes, passaram pela rejeição do Papa e de
seu papel fundamental na Igreja. Hoje, em Roma, encerra-se a peregrinação
jubilar dos bispos do mundo inteiro, neste Ano Santo de 2025. Os bispos
legitimamente escolhidos, nomeados e ordenados, e em comunhão com o Papa,
também são sucessores dos Apóstolos e, cada um em sua diocese, é pastor da
única e mesma Igreja de Cristo. Junto com o Papa, eles são corresponsáveis pela
Igreja inteira. Hoje, rezemos pela Igreja, de maneira especial, para que, em
união com o Papa e o Episcopado, ela caminhe com serenidade e na unidade, dando
ao mundo o testemunho do Evangelho da esperança. Também hoje se faz, em todas
as igrejas católicas do mundo, e em todas as missas e celebrações do dia, a
coleta do Óbolo de São Pedro, destinada a apoiar as iniciativas de
evangelização e de caridade do Papa em todo o mundo. Sejamos generosos em
apoiar esse serviço tão importante do Papa. Deus lhes pague!
Cardeal
Odilo Pedro Scherer Arcebispo de São Paulo
https://arquisp.org.br/wp-content/uploads/2025/05/Ano-49C-40-SAO-PEDRO-E-SAO-PAULO-APOSTOLOS-2.pdf
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