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De Francisco a Leão XIV: sucessão apostólica
A Igreja experimentou o luto pela morte do Papa
Francisco, cujo pontificado de 12 anos deixou marcas profundas e foi amplamente
reconhecido por sua capacidade de tocar os corações e iniciar mudanças. Em
menos de duas semanas, o cardeal Robert Francis Prevost-OSA foi eleito papa
Leão, um nome escolhido para evocar o legado de Leão XIII e sua encíclica Rerum
Novarum.
Dom Oriolo - Bispo da Igreja
Particular de Leopoldina MG
A Igreja Católica está vivendo um
tempo de muitas graças e bênçãos. Falando em sucessão apostólica, gostaria de
retomar um artigo, que recentemente, o prelado dom Odilo Scherer escreveu, no
jornal “O São Paulo”, falando que a Igreja está aprendendo a dinâmica da
passagem do luto à esperança. A Igreja experimentou o luto pela morte do Papa
Francisco, cujo pontificado de 12 anos deixou marcas profundas e foi amplamente
reconhecido por sua capacidade de tocar os corações e iniciar mudanças. Em
menos de duas semanas, o cardeal Robert Francis Prevost-OSA foi eleito papa
Leão, um nome escolhido para evocar o legado de Leão XIII e sua encíclica Rerum
Novarum. Leão XIV demonstrou a intenção de focar questões novas da era
tecnológica e da informação, prometendo uma abordagem que, como a de seu
antecessor, buscará o bem da humanidade e a esperança em tempos de incerteza.
Esse artigo levou-me a um lembrete
poderoso. A história de São Francisco de Assis é inseparável de seu fiel amigo,
Frei Leão. Um laço de amizade que marcou a vida de um dos maiores santos da
história. São Francisco foi muito próximo de Frei Leão, um sacerdote culto,
hábil calígrafo e secretário pessoal. Frei Leão foi fiel, humilde e dócil.
Acompanhava São Francisco em momentos de oração, missão e sofrimento. No
entanto, São Francisco e Frei Leão demonstraram uma profunda conexão na missão e
no zelo apostólico.
Nessa perspectiva, podemos estabelecer
um grande paradigma para fazermos uma analogia entre o saudoso Papa Francisco e
o Papa Leão XIV. O cerne da argumentação reside no fato do cardeal Prevost,
amigo do Papa Francisco, assumir o nome de Leão XIV. Essa escolha foi por causa
da figura de Leão XIII, uma figura de imensa relevância para a Igreja Católica.
Leão XIII é reconhecido como um profeta que impulsionou a Doutrina Social da
Igreja.
A Encíclica Rerum Novarum continua
a ser uma bússola relevante para entender a complexidade do mundo do trabalho,
hoje. Embora tenha sido concebida em um contexto de Revolução Industrial e
exploração operária, seus princípios sobre a dignidade humana do trabalho e a
justiça social ressoam em um cenário global totalmente transformado. Hoje, a
tecnologia e a automação criam a falsa ideia de que o trabalho manual é
obsoleto, gerando desocupação e falta de propósito para muitos.
Nesse sentido, torna-se essencial
explorar a visão e o legado profético de Leão XIII para o cenário
contemporâneo, ao lado da atuação do Papa Francisco, que sempre esteve atento
às questões sociais, preocupado com a justiça, a paz e a inclusão dos últimos e
sofredores, considerando todos irmãos e conclamando à solidariedade entre os povos.
A conclusão dessa linha de raciocínio
é que, com morte de Francisco, o papa Leão XIV permanecerá consolidando
processos de uma visão que une a paixão pela missão com a profundidade
doutrinária e social de Leão XIII. A permanência de Leão XIV, após a partida de
Francisco, sugere uma transição que preserva e aprofunda a mistagogia, a
ministerialidade e a missionariedade dos papas anteriores no que tange à
dimensão social e profética da Igreja.
Outro fato interessante é que, assim
como São Francisco de Assis encontrou em seu confrade Frei Leão um fiel e
dedicado companheiro de missão, a chegada de Leão XIV, um amigo próximo de
Francisco, parece selar uma amizade e um compromisso que transcende o tempo e
espaço. Ambos assumem o desejo de uma Igreja aberta, dialogante e que construa
pontes que facilitem a pregação do evangelho num mundo tão necessitado de
conhecer e aceitar Cristo, sua pessoa, sua mensagem e seu projeto de salvação.
São Francisco e Frei Leão, Papa Francisco e Leão XIV, irmãos universais, ontem
e hoje, seguidores de Jesus, discípulos missionários, no tempo e espaço,
indicam que a sucessão apostólica é obra do Espirito Santo. Embora a dimensão
de fé daqueles que assumem o lugar de Pedro seja notável, é o Espirito Santo
quem, em seu mistério e poder, impulsiona e assegura a sucessão apostólica,
perpetuando a missão da Igreja, ao longo dos tempos.
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