sexta-feira, 18 de julho de 2025

IX- REFLEXÃO DOMINICAL I IGREJA, UMA COMUNIDADE ACOLHEDORA

 

IX-       REFLEXÃO DOMINICAL I

 

IGREJA, UMA COMUNIDADE ACOLHEDORA

A Palavra de Deus neste domingo toca num ponto importante da vida de nossas comunidades e nossas paróquias, bem como de nosso testemunho cristão no mundo. Falamos da acolhida e da hospitalidade. Abraão, tal como lembra a carta aos Hebreus (Hb 13,2), pela hospitalidade praticada, acolheu os três viajantes que se aproximaram de sua tenda. Eles são vistos por alguns Padres da Igreja antiga como manifestação da Trindade Santa, cuja visita é fonte de vida na promessa da gravidez de Sara - a Abraão havia sido prometida uma descendência numerosa como as estrelas do céu e as areias do mar. O episódio do encontro de Jesus com Marta e Maria em Betânia, por sua vez, pode ser visto sob diversas óticas importantes, tal como a necessidade de se conjugar o trabalho e a contemplação, o “ora et labora” em nossa vivência da fé, mas o quadro se insere também na perspectiva da acolhida e da hospitalidade para com Jesus. Tanto Marta como Maria O acolhem do melhor modo possível. Diante da agitação de Marta, Jesus ensina oportunamente o que é essencial: fazer-se discípulo(a) do Reino e saber aproveitar a especial ocasião para escutar o único que tem palavras de vida eterna (cf. Jo 6, 68). Abraão acolhe os três misteriosos viajantes portadores de vida e Marta e Maria acolhem Jesus, que veio para o que era seu e os seus não o receberam (cf. Jo 1,11), e que traz vida em plenitude para os que O acolhem. Ao mesmo tempo em que O acolhemos, somos também acolhidos no amor que salva e traz vida e salvação. Pensando na missão evangelizadora da Igreja, na perspectiva de uma Igreja em saída, acolhedora, misericordiosa e samaritana, valorizemos a acolhida e a hospitalidade em nossas comunidades e também junto aos que convivemos no dia-a- -dia. Há, segundo dados recentes, uma epidemia de solidão no mundo, e podemos - a partir das lições que a ternura de Jesus nos ensina - ser um sinal profético do amor de Deus que se aproxima, escuta, toca, dialoga e acolhe todos os que ama e os salva. O documento de Aparecida já falava da importância de comunidades unidas e acolhedoras, capazes de atrair para Cristo as pessoas. Sejamos dedicados aos esforços pastorais em nossa missão, mas sem esquecermos que, acolhidos por Cristo em Seu amor incondicional que convida: “Vinde a mim” (cf. Mt 11,28), também somos chamados a ser acolhedores e hospitaleiros para com todos, de modo a testemunhar ao mundo que Deus nos ama e não faz acepção de pessoas. Pensemos sobretudo nos que se sentem sós, nos que estão expatriados - como tantos refugiados - e nos que ainda não tomaram consciência de que são chamados a fazer parte desta maravilhosa família de Deus que é a Igreja. A Igreja deve ser casa e escola de comunhão que alimenta-se da espiritualidade trinitária. Sejam, portanto, nossas paróquias e comunidades oásis de acolhida e ternura em meio ao deserto da indiferença desta sociedade, que trata a pessoa como um número e não segundo a sua vocação à comunhão com Deus e com os irmãos, à luz do Mistério da Trindade.

Dom Edilson de Souza Silva Bispo Auxiliar de São Paulo Vigário Episcopal para a Região Lapa

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