sexta-feira, 22 de agosto de 2025

IV- LITURGIA DO XXI DOMINGO DO TEMPO COMM ANO C

 

IV-     LITURGIA DO XXI DOMINGO DO TEMPO COMM  ANO C

 

  - Neste 21º Domingo do Tempo Comum a Liturgia da Palavra propõe-nos o tema da "salvação". Diz-nos que o acesso ao "Reino" - à vida plena, à felicidade total ("salvação") - é um dom que Deus oferece a todos os homens e mulheres, sem exceção; mas, para lá chegar, é preciso renunciar a uma vida baseada em valores que nos tornam orgulhosos, egoístas, prepotentes, autossuficientes, e seguir Jesus no seu caminho de amor, de entrega, de dom da vida.

- Na primeira leitura, o Profeta Isaías nos lembra que Deus não apenas quis salvar o povo de Israel do exílio babilônico, como também o encarregou de abrir o Templo e a aliança a todas as nações. Quando Deus concede um privilégio, como foi a salvação de Israel do cativeiro babilônico, esse privilégio se torna responsabilidade para com os outros. Deus rejeita a autossuficiência e deseja que todas as nações possam integrar o seu Povo. Não é novidade nenhuma dizer que "ao novo Povo de Deus, todos os homens são chamados" (Concílio Vaticano II, Lumen Gentium, 13). No Povo de Deus não é decisivo nem a raça, nem a posição social, nem a preparação intelectual, mas sim a adesão a Jesus e o compromisso com o projeto de salvação que o Pai oferece, em Jesus. As nossas comunidades devem ser espaços de igualdade, de fraternidade, de acolhimento, sem nenhum tipo de discriminação, de exclusão.

- A Carta aos Hebreus faz um apelo à constância e a perseverar na fé. Ela se destina a uma comunidade que já perdeu o entusiasmo e começa a conhecer as tribulações e as perseguições, e corre o risco de abandonar a fé. Neste contexto, o convite é para os cristãos aceitarem as correções e repreensões de Deus como um Pai amoroso, preocupado com a felicidade dos filhos. Uma certa mentalidade religiosa popular considerava o sofrimento como um castigo de Deus para o pecado do homem. No entanto, o sofrimento não é um castigo, mas sim uma pedagogia que Deus utiliza para nos amadurecer e nos ensinar a viver. Como sinais do amor que Deus nos tem, os sofrimentos são uma prova da nossa condição de "filhos de Deus". Além de nos mostrarem o amor de Deus e o desejo de salvar-nos, as provas aperfeiçoam-nos, transformam-nos, levam-nos a uma mudança de vida. O sofrimento não é bom em si; mas ajuda-nos a perceber certos caminhos sem sentidos que seguimos e a corrigir o rumo da nossa vida.

- No Evangelho, Jesus nos fala que a porta do Reino Eterno é estreita e exige, de cada um de nós, força para cumprir os critérios para entrar no Reino e ser conhecido por ele. Alguém perguntou a Jesus: "Senhor, é verdade que são poucos os que se salvam?" A resposta de Jesus, como sempre, não vem com um sim ou um não, mas trará um apelo para os seus ouvintes: "Fazei todo esforço possível para entrar pela porta estreita. Porque eu vos digo que muitos tentarão entrar e não conseguirão". Portanto, a resposta de Jesus não é se são poucos ou muitos os que se salvam, mas ele ensina o que se deve fazer para entrar no seu Reino. E Jesus vai além. Ele ensina como fazer: uma maneira é se esforçar para entrar pela "porta estreita", ou seja, viver os valores do Reino. Qual a chave para podermos entrar por esta porta que nos leva à salvação? O que poderá me atrasar a chegada da porta do Reino?

- Jesus nos ensina que precisamos nos esforçar para poder chegarmos a tempo à porta que leva ao Reino definitivo. Esforçarmos para viver o amor, o perdão, a fraternidade e a prática da Justiça. Porque o seu Reino não é para um grupo de privilegiados, mas para os que vivem o que ele anunciou ao mundo, isto sem discriminação de cultura, raça ou nação. Ou seja, a salvação de Deus é oferecida a todos os homens que seguem o caminho de Jesus. Nele, cumpre-se a promessa da salvação universal anunciada pelos profetas.

- Agora ficam duas reflexões para nós cristãos que ouvimos a Palavra e buscamos nos aperfeiçoar no caminho de Jesus. Primeiramente, já sabemos o que devemos fazer para chegar a tempo à porta estreita e depois sermos acolhidos pelo dono da casa celestial. Depois, não devemos ignorar os outros que, mesmo sem o completo conhecimento dos valores do Evangelho, poderão fazer parte da mesa do Reino de Deus.

- Se quisermos também nós entrar pela porta estreita, devemos empenhar-nos a ser pequenos, isto é, humildes de coração como Jesus, como Maria, sua e nossa Mãe. Foi ela a primeira, seguindo Jesus, a percorrer o caminho da Cruz e foi elevada à Glória do Céu, como recordamos há alguns dias. O povo cristão invoca-a como, "Porta do Céu". Peçamos-lhe que nos guie, nas nossas opções cotidianas, pelo caminho que conduz ao Reino celestial.

 

https://diocesedesaomateus.org.br/wp-content/uploads/2025/07/24_08_25.pdf

Nenhum comentário:

Postar um comentário