sábado, 27 de setembro de 2025

V- LITURGIA DO 26.º DOMINGO DO TEMPO COMUM – ANO C

 

V-     LITURGIA DO 26.º DOMINGO DO TEMPO COMUM – ANO C

 

- Neste Domingo, a liturgia nos convida a refletir a relação que estabelecemos com os bens passageiros, a riqueza que leva à perdição. Precisamos enxergar esses bens não como algo que nos pertence de forma exclusiva, possessiva. Do contrário, enxerguemos como dons que Deus colocou em nossas mãos, para serem administrados e partilhados, com gratuidade e amor, sobretudo com aqueles que nada têm.

- Na primeira leitura, o profeta Amós denuncia com autoridade uma classe dirigente que vive a ociosidade despreocupada, no luxo à custa da exploração dos pobres e ignoram o sofrimento e a miséria dos humildes. Este é o terceiro "ai" de Amós, dirigido às pessoas que se encontram às portas da morte por causa de seus pecados. O profeta anuncia que Deus não vai ser conivente com esta situação, porque esse sistema de egoísmo e injustiça não é o projeto que ele sonhou para o ser humano no mundo.

 - Na segunda leitura, Paulo traça o perfil do "homem de Deus". Quem é esse "homem"? É alguém que ama os irmãos, que é paciente, é brando, justo e que transmite fielmente a proposta de Jesus. Ou seja, ele é um discípulo que transmite a verdadeira fé. Sua vida prefigura a santidade enraizada na fé e no amor. Porque, não vive para si, mas para partilhar tudo o que é e o que tem com os irmãos.

- O Evangelho pode ser dividido em duas partes. Na primeira (Lc 16,19-26), o evangelista nos apresenta os dois personagens: o rico que vive luxuosamente e promove grandes festas e o pobre Lázaro, que tem fome, está doente e vive na miséria. No entanto, a morte dos dois muda a situação por completo. As ações boas ou más que ambos cometeram não são relatadas, logo, não parece serem elas quem decide a sorte do rico e de Lázaro. Assim, o objetivo do texto é uma catequese sobre a posse dos bens e o uso deles.

 - Na perspectiva de Lucas, a riqueza é um pecado, pois supõe a apropriação, em benefício próprio, dos dons de Deus que se destinam a todos, para serem partilhados e assegurar-lhes uma vida digna. A parábola mostra que o amor da riqueza torna o homem cego para Deus e para o pobre. Nela, vemos que quem está bem nutrido não se dispõe a ceder suas riquezas nem diante dos maiores sinais, como, por exemplo, a ressurreição de um morto. Para nós, Cristo ressuscitou e é o caminho para a salvação. Infelizmente, muitos ainda continuam a ser cegos e não se decidem diante dessa realidade, ou seja, utilizar dos bens materiais para fazer o Reino de Deus acontecer pela acolhida, auxílio e solidariedade entre os irmãos.

 - A segunda parte do texto (Lc 16,27-31) confirma o que já foi exposto, ou seja, o caminho seguro para aprender e para assumir a atitude correta em relação aos bens é ouvir a Palavra de Deus, ser transformado por ela e colocá-la em prática. Quem recusa esse projeto e escolhe viver fechado no seu egoísmo e autossuficiência, não faz parte desse mundo novo de fraternidade que Deus propõe. Jesus ensina que não somos donos dos bens que Deus colocou em nossas mãos, somos apenas adminis- tradores, encarregados de partilhar com os irmãos aquilo que pertence a todos. Todos nós devemos anunciar e viver o projeto de Deus que passa por um Reino de fraternidade, amor e partilha.

 

https://diocesedesaomateus.org.br/wp-content/uploads/2025/08/28_09_25.pdf

Nenhum comentário:

Postar um comentário