XIV DOMINGO DO
TEMPO COMUM
Jesus é “manso e humilde
de coração” (Mt 11,29) e quer que nós também o sejamos. Como é bom conviver com
pessoas humildes, mansas e cordiais! Pelo contrário, como é desagradável estar
perto de gente emproada, complicada e altiva. A mansidão e a humildade, além de
serem virtudes que agradam o coração de Deus, são disposições que tornam mais
fácil a convivência humana.
O orgulho nos faz
ridículos, a humildade nos mostra transparentes, pois – como dizia S. Teresa de
Jesus – “humildade é andar na verdade”. C. S. Lewis explicava de maneira
bastante clara o porquê Deus deseja ver-nos humildes: “Deus tenta nos tornar
humildes para que seja possível o momento de lançarmos fora a tola e horrenda
fantasia com que nos adornamos e que nos entravava os movimentos, enquanto a
exibíamos por aí feito idiotas”. Falando bem claro: a humildade e a mansidão
revelarão o nosso autêntico “eu” e nos fará exultar em Deus.
Algumas pessoas acham-se
tolamente muito importantes. Talvez ajude a explicar tal contradição a seguinte
fábula tirada de Julio Eugi: uma mosca descansava sobre o chifre de um boi.
Este balançou a cabeça, como faz habitualmente, e a mosca achou que o estava
atrapalhando, e disse-lhe: – Se o meu peso o incomoda, pode dizer, que eu vou a
outro lugar. O boi respondeu, divertido: – Muito obrigado pelo aviso, dona
mosca, pois nem tinha percebido que a senhora estava aí.
Diante de Deus somos o que
somos, nem mais nem menos, com qualidades e defeitos, com méritos e deméritos,
gente boa com coisas não tão boas. É preciso ter bem claro tudo isso na própria
vida para saber exigir os próprios direitos, cumprir os próprios deveres e dar
a devida honra e glória a Deus. Ter a consciência bem formada na humildade nos
ajudará também a não praticar a falsa humildade, que consiste, entre outras
coisas, em negar as nossas qualidades ou em andar por aí expondo-as sem
necessidade. Somos o que somos e o que somos devemos a Deus, a quem seja toda a
honra e toda a glória através de nós e de nossas ações! E quanto à mansidão?
Sem dúvida alguma, a mansidão vem pela humildade. Peçamos a Deus a humildade, e
a mansidão também virá.
Talvez você nunca tenha
pensado nisso, mas se o sol fosse do tamanho duma bolinha de tênis, a terra
seria uma esfera com 1 milímetro de diâmetro e… nós, quem seríamos? Mais uma: o
universo tem uma idade de aproximadamente 14 a 18 bilhões de anos… o que
significa viver 80 anos? A última: se fizéssemos um filme da história do
universo que durasse um ano, talvez aparecêssemos em 0,17 segundos. Dizia S.
Josemaria Escrivá: “É uma grande coisa saber-se nada diante de Deus, porque é
assim mesmo” (Sulco 260).
Um bispo espanhol ao fazer
uma visita pastoral tentou explicar a um jovenzinho já bastante desinformado da
vida da Igreja. O rapazinho tinha uns 12 ou 13 anos.
O bispo lhe disse: –
escuta, você sabe quem sou eu? – não. – Então vou lhe dar umas dicas: tenho o
costume de utilizar um chapéu com duas pontas, um cajado de ouro ou de prata e
um anel bem grosso no dedo; além do mais, vou acompanhado por muitas pessoas
nas cerimônias. Você já sabe quem sou eu?
– Sim. Você é um
mauricinho exibido. Nada contra as sagradas vestes dos bispos, mas…
infelizmente o rapaz concluiu de outra maneira!
Volto a uma consideração
anterior: quem somos nós? O que somos diante de Deus… e nada mais! O importante
é o que Deus pensa de nós: atuemos com retidão de intenção, sem exibicionismos,
vivendo a humildade dos cavaleiros cristãos: com nobreza e em verdade. Nada de
renunciar a direitos legítimos, nem de viver com uma mentalidade pegada a
coisinhas de nada e sem metas. Isso não! Talvez nos dirão que somos orgulhosos,
que nos vestimos bem ou coisas semelhantes…. Mais a humildade não está
necessariamente nessas coisas… A humildade? É andar na verdade!
Pe. Françoá Rodrigues Figueiredo Costa
Fonte: http://www.npdbrasil.com.br/religiao/rel_hom_gotas0340.htm#msg01
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