domingo, 5 de julho de 2020

A SAGRADA EUCARISTIA NA HISTÓRIA

A EUCARISTIA NA IGREJA PRIMITIVA:
III SÉCULO (201 a 300 d.C) E SÉCLO. IV (301ª 400)

Orígenes (184 a 253 d.C)

Tratado sobre os princípios, segundo Orígenes (220 a 230 d.C):

Dizemos ainda que a inteligência pode se servir de dentes, quando ela mastiga e come <o pão da vida que desceu do céu> (Jo 6,33-51)” (Tratado sobre os princípios [Livro I] 9).

Homilias sobre o evangelho de São Lucas, segundo Orígenes (240 d.C):

Se alguém sai do mundo, se alguém é libertado tanto do cárcere quanto da casa dos cativos, que vá viver como rei, que tome Jesus em suas mãos, e o cerque com seus braços” (Homilia 15; capítulo 2).

Quanto a nós, se não abraçarmos de boa vontade as prodigiosas riquezas de Nosso Senhor, o maravilhoso mobiliário de sua palavra, a abundância de seus ensinamentos, se não comermos o pão da vida, se não nos nutrirmos da carne de Jesus e não bebermos o sangue de seu sacrifício, se desprezarmos o banquete de Nosso Salvador, devemos saber que Deus pode ter <tanto bondade quanto severidade>” (Homilia 38; capítulo 6).


IV SÉCULO (301 a 400 d.C )

Eusébio de Cesaréia (263 a 339 d.C.)

 

História Eclesiástica, segundo Eusébio de Cesaréia (303 a 324 d.C):

Narrativa de Dionísio sob Serapião – A este mesmo Fábio, um tanto propenso ao cisma, escreve também Dionísio de Alexandria. Trata, nas cartas que lhe dirigiu, de muitas questões, entre outras da penitência, e narra os combates recentes daqueles que haviam prestado testemunho em Alexandria. Contra especialmente um fato maravilhoso, que é necessário transmitir nesta obra. Ei-lo: <Exporei apenas um exemplo do que aconteceu aqui. Havia entre nós certo Serapião, ancião fiel, que durante muito tempo vivera de forma irrepreensível, mas se tornara lapso no decurso da provação. Ele pedia frequentemente perdão, mas ninguém lhe dava atenção, pois havia sacrificado. Tendo caído doente, ficou três dias seguidos sem fala e inconsciente. No quarto dia, como estivesse um pouco melhor, chamou seu neto e disse: ‘Até quando, meu filho, me reténs? Peço-te, apressa-te a me desatar. Chama-me um sacerdote’. Tendo proferido essas palavras, perdeu novamente a voz. O menino correu até a casa do sacerdote; era noite e este estava doente; não podia sair. Mas, como de outro lado eu havia dado ordem de que fosse concedido perdão aos que estivessem morrendo se o pedissem e sobretudo se antes o houvessem suplicado, a fim de morrerem cheios de esperança, entregou um pedacinho do pão eucarístico ao menino, recomendando que molhasse e o colocasse na boca do ancião. O menino voltou para casa com a eucaristia. Estando perto, antes de entrar, Serapião voltou de novo a si: ‘Tu vieste, meu filho? O presbítero não pode vir, mas faze depressa o que ele ordenou e deixa-me partir’. O menino pôs a eucaristia num líquido e logo o derramou na boa do velho; este ingeriu um gole e imediatamente entregou o espírito. Não se evidencia ter sido conversado em vida e subsistido até ser absolvido, e, apagado seu pecado, em consideração das numerosas boas ações que praticara foi reconhecido por Cristo?> Até aqui a narração de Dionísio ” (História Eclesiástica [Livro VI] 44,1-6).

 

Basílio de Cesaréia (330 a 379 d.C)

 

Tratado sobre o Espírito Santo, segundo Basílio de Cesaréia (330 à 379):

Que passagem da Escritura nos instruiu a nos voltarmos para o Oriente durante a oração? Qual dos santos nos deixo por escrito as palavras da <epiclese> no momento da consagração do pão na Eucaristia e do cálice da benção? Não nos bastam as palavras referidas pelo Apóstolo e pelo evangelho; antes e depois proferimos outras, recebidas do magistério oral, por terem grande importância para o mistério” (Tratado sobre o Espírito Santo, 66).

 (Continua no próximo Domingo ainda no século IV, com Santo Ambrósio).


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