A Covid-19 não será capaz de impedir o Natal deste ano
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Miriam
Esteban Benito
A família de Nazaré também enfrentou muitas "restrições" quando Jesus nasceu
Como será o Natal este ano? A pandemia deixará as festas muito diferentes?
Por volta dessa época, todos os anos, vitrines
e ruas são enfeitadas com uma abundância de decorações festivas. Além disso, as
lojas transbordam de presentes e brinquedos.
Se 2020 fosse um ano normal, já estaríamos
organizando nossas atividades para o Natal. Estaríamos também definindo a decoração
da casa, escolhendo a pessoa para se vestir de Papai Noel, organizando a ceia e
o amigo secreto na empresa.
Este ano, entretanto, haverá algumas novas
questões a considerar. Quantos convidados é um número seguro? Seremos capazes de
compartilhar uma refeição com nossa família?
Por causa da Covid-19, teremos que evitar
grandes eventos públicos, como desfiles, festivais e festas de Natal no escritório.
De fato, para os especialistas em saúde será improvável que a situação melhore o
suficiente para celebrarmos o Natal sem restrições.
Reinventando o Natal
Portanto, dada a situação, pergunto-me: será mesmo necessário reinventar o Natal?
Alguns dias antes do Natal de 2018, o Papa Francisco perguntou como Deus gostaria que celebrássemos essa dada. Este ano, face à pandemia, esta questão ganha ainda mais significado. Agora, mais do que nunca, precisamos refletir sobre que tipo de Natal queremos viver. Na época, em dezembro de 2018, o Papa Francisco disse:
“Celebrar o Natal, então, é receber na terra as surpresas do Céu …
É a celebração de um Deus sem precedentes que vira nossa lógica e nossas expectativas.”
A chegada de Jesus mudou radicalmente os
planos de Maria, e este ano um vírus mudou totalmente os nossos. O primeiro desses
eventos foi a melhor coisa que já aconteceu à humanidade, enquanto o último parece
o contrário. No entanto, devemos nos lembrar do exemplo da Sagrada Família na celebração
deste Natal incomum.
Mais de dois mil anos atrás, quando Jesus
nasceu, a situação não era das melhores. A família de Nazaré também encontrou muitas
“restrições”. Em obediência a um decreto
emitido por César Augusto, José e Maria (que tinham poucos recursos econômicos)
viajaram para Belém. Lá, Maria “deu à luz seu filho primogênito, envolveu-o em faixas
e deitou-o na manjedoura, porque não havia lugar para eles na estalagem” (Lucas
2, 7).
Dias depois, avisado em um sonho da ameaça
representada pela intenção de Herodes de assassinar a criança, José não hesitou
em partir com sua família para o Egito.
O espírito do Natal
O Natal é sempre uma oportunidade que Deus nos coloca para celebrarmos de forma especial a esperança. O Papa Francisco também disse em dezembro de 2018:
“O Natal inaugura uma nova época onde a vida não é planejada, mas doada: onde não se vive mais para si mesmo, com base no próprio gosto, mas sim para Deus”.
Em dezembro de 2011, o então cardeal Jorge Mario Bergoglio referiu-se a um cartoon em que uma menina contou a uma amiga o que ela havia pedido a seus pais no Natal:
“Ela havia pedido a seus pais que não lhe dessem os brinquedos, mas
sim o espírito natalino. Seus pais ficaram surpresos, sem entender ou saber o que
fazer.”
Agora, à luz desse cartoon, o atual Papa fez uma
pergunta importante: Qual é o espírito do Natal? Sua resposta: é a promessa de esperança
que culmina em Jesus.
Vamos, portanto, começar fazendo atos de
generosidade para os outros. Esses atos são um elemento muito importante, para que,
neste tempo do Advento, a esperança seja o dom que mais brilha. Além disso, todos
nós somos chamados a dar ao mundo a esperança que recebemos do próprio Cristo.
Ideias para um Natal em meio à pandemia
A pandemia não pode impedir o natal. Então, vamos montar o presépio em família e aproveitar para contemplar a história de São José, da Virgem Maria e do Menino Jesus. Isso nos ajudará a tomar consciência do grande dom que recebemos por meio de nossa fé.
A manjedoura de Belém manifesta a ternura
de Deus que se tornou criança para nos mostrar como Ele está perto de todo ser humano,
apesar das circunstâncias.
No estábulo de Belém há lugar para cada um
de nós. Pastores, médicos, ferreiros, enfermeiros, mecânicos de automóveis, trabalhadores
de escritório. Enfim, pessoas de todas as profissões refletem a santidade da vida
cotidiana, nossos problemas diários e como Jesus compartilha conosco Sua vida, que
pode se tornar extraordinário até mesmo o confinamento mais severo.
Em resumo: não precisamos reinventar o Natal!
Se entendermos seu verdadeiro significado, podemos viver um Natal pleno, “sem restrições”.
Basta sabermos acolher o espírito esperançoso do Natal e divulgá-lo a todos, como
fizeram os pastores de Belém, por exemplo.
A Covid-19 tirará o Natal de nós? Sem dúvida
que não. Vamos nos livrar do medo! Vamos fazer deste o nosso melhor Natal de todos
os tempos.
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