Nota do Editor do blog sbsabendobem.blogspot.com.br:
Este artigo é uma transcrição de publicação da Agência de Notícias DW, por indicação do proprietário do Blog e não reflete a nossa opinião, concordância ou discordância. Informações confiáveis podem e devem ser obtidas através do órgão de comunicação oficial do Ministério da Saúde do Brasil, pelo site: https://www.gov.br/saude/pt-br e quaisquer informações médicas sobre tratamentos adequados e medicamentos eficazes devem ser obtidas diretamente com seu médico de confiança. Jamais confie sua saúde à pseudo-especialistas e opiniões ou dados jornalísticos. Somente seu médico pode te tratar e recomendar o que é bom para sua saúde. Cuide-se! Jamais faça uso da automedicação: Sua vida é muito importante!
Segue artigo da Agência DW:
Há medicamentos que funcionam contra a covid-19?
Ivermectina, hidroxicloroquina, remdesivir. Em meio à luta contra a pandemia, diversos remédios têm sido propagandeados como possíveis armas contra o coronavírus. A DW checou o que se sabe sobre sua eficácia.
Busca
por um antídoto contra o coronavírus tem desafiado cientistas
A pandemia de covid-19 tem
desafiado pesquisadores do mundo inteiro na busca não só por uma vacina, mas também por medicamentos
capazes de prevenir, minimizar ou até curar uma infecção pelo coronavírus Sars-Cov-2.
A DW checou o que se sabe sobre a eficácia
de alguns dos fármacos que vêm sido associados à covid-19:
Favipiravir (Avigan) – pode encurtar duração
da covid-19
O antigripal japonês Avigan, com o ingrediente
ativo Favilavir, já havia causado sensação na Ásia antes de virar notícia no restante
do mundo. O medicamento é usado contra a gripe e supostamente atua contra vários
vírus RNA. Em 2014, por exemplo, foi usado com sucesso contra o ebola, levando o
governo japonês a enviar doses de Favilavir à Guiné como ajuda de emergência para
combater a epidemia no país africano.
Estudos recentes apontam que o medicamento
pode, de fato, encurtar a duração da covid-19. Os efeitos colaterais, no entanto,
são muito fortes, e podem incluir choque anafilático ou pneumonia.
Dexametasona – uma questão de timing
O medicamento anti-inflamatório Dexametasona
é apontado como capaz de reduzir a mortalidade em pacientes de covid-19 dependentes
de ventilação mecânica e cujo quadro infecioso se estende por mais de sete dias.
Embora o Instituto Robert Koch (RKI), a agência alemã de prevenção e controle de
doenças, e a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendem o uso do medicamento
nesses casos, a Dexametasona não deve ser utilizada em pacientes com sintomas leves
e tampouco de maneira precoce.
"Quando utilizada cedo demais, é capaz
de amortecer ou bloquear o sistema imunológico, podendo provocar inclusive uma evolução
mais grave da doença", explicou no início de outubro Sandra Ciesek, diretora
do Instituto de Virologia Médica do Hospital Universitário de Frankfurt, no podcast
da emissora alemã Norddeutscher Rundfunk.
Hidroxicloroquina – sem efeitos positivos
No início da pandemia, o princípio ativo
hidroxicloroquina, um antigo medicamento contra a malária, foi visto como uma luz
de esperança contra o coronavírus e, inicialmente, até chegou a ser utilizado. Atualmente,
o Instituto Federal de Medicamentos e Dispositivos Médicos alemão adverte contra
seu uso no tratamento da covid-19.
"Os pacientes de covid-19 tratados com
hidroxicloroquina devem ser acompanhados muito de perto devido aos graves efeitos
colaterais que podem decorrer de sua utilização", afirma o instituto em seu
website. Mas o mais importante, aponta, é que não foram demonstrados efeitos benéficos
no tratamento de pacientes com coronavírus.
Artemisinina – faltam estudos confiáveis
No início da pandemia, uma bebida herbácea
de Madagáscar provocou furor: Covid Organics, derivada da artemisinina, um ingrediente
ativo da planta Artemísia. Até o momento, porém, não há estudos confiáveis sobre
os efeitos da bebida.
Uma equipe liderada pelo professor Peter
Seeberger, chefe da Divisão de Sistemas Biomoleculares do Instituto Max Planck de
Colóides e Pesquisa de Interfaces, conseguiu estabelecer, pelo menos em estudos
de laboratório, que os extratos da planta Artemísia são eficazes contra o novo coronavírus.
As conclusões, porém, ainda não foram revisadas por outros cientistas.
Um estudo de fase 2 com 360 pessoas também
está em andamento no México para investigar a eficácia da Artemísia em conexão com
o coronavírus, mas os resultados ainda não foram publicados.
Numa entrevista à DW, Seeberger disse que
existem "indícios suficientes" para analisar cientificamente o efeito
da artemisinina em ligação com o coronavírus. No entanto, ele desaconselha fortemente
"tomar chás de Artemísia na esperança de que eles irão prevenir ou curar a
covid-19". "Não existe, atualmente, qualquer evidência clínica de eficácia",
diz.
Tocilizumabe e sarilumab (Kevzara) – estudos contraditórios
Os efeitos dos anticorpos tocilizumabe e
sarilumab são controversos. Eles costumam ser usados no tratamento de artrite reumatóide,
mas um estudo recente – ainda sem revisão – afirmou que eles podem reduzir significativamente
a mortalidade em pacientes de covid-19. Embora outro estudo tenha concluído que
os medicamentos não reduzem de fato a mortalidade, o governo britânico já anunciou
que planeja utilizá-los contra o coronavírus no futuro.
Ivermectina – OMS desaconselha
Controvérsia também gira em torno da ivermectina.
Originalmente indicado contra sarna e vermes, o antiparasitário tem sido comercializado
na América Latina como um "medicamento milagroso contra o coronavírus".
No entanto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a agência americana Food and
Drug Administration
(FDA) desaconselham o uso do
medicamento contra a covid-19. Ainda são necessários mais testes para determinar
se a ivermectina pode ser utilizada na prevenção ou no tratamento da doença, afirmaram.
Em contraste, a Front Line COVID-19 Critical
Care Alliance, uma aliança de médicos de UTIs americanas, concluiu, após avaliar
os dados clínicos disponíveis, que o medicamento pode reduzir significativamente
a carga viral e acelerar a recuperação em pacientes com quadros infecciosos leves
ou moderados. Já nos casos graves, o medicamento reduziria a necessidade de hospitalização,
assim como as taxas de mortalidade.
Higienização bucal e sprays nasais – efeitos não comprovados
Como forma de prevenção, a Sociedade Alemã
de Higiene Hospitalar recomenda o gargarejo com substâncias apropriadas. Por trás
disso, está a idéia de que o gargarejo mataria os vírus presentes na garganta. Caso
os pacientes estejam infecciosos, o risco de transmissão seria assim reduzido durante
um curto período de tempo.
"Claro que não se chega ao vírus enquanto
ele estiver nas células. Não se trata, portanto, de eliminar a infecção, mas apenas
de eliminar os vírus livres, que – caso expectorados ou exalados – seriam a base
para uma nova infecção", ", disse o porta-voz do grupo, Peter Walger,
em entrevista à DW.
O mesmo se aplica aos sprays nasais antivirais,
com os efeitos do fármaco Algovir como um dos exemplos em discussão.
A recomendação do medicamento decorre de
um estudo de pesquisadores de Bochum, entre outros, explica Walger. Em laboratórios,
foi possível comprovar que os enxaguamentos bucais reduziam as quantidades de Sars-Cov-2.
Gargarejos com líquidos específicos têm sido
recomendados pela OMS e pelas sociedades de odontologia alemãs desde agosto e setembro.
No entanto, as sociedades profissionais sublinharam que ainda não há estudos clínicos
que comprovem que tais procedimentos também ajudem contra o coronavírus em humanos.
Atualmente, resta saber se as soluções chegam
efetivamente ao local do organismo onde se concentra a maioria dos vírus, conforme
as investigações de uma equipe do centro de pesquisas alemão Correctiv. Um estudo
feito com dez pessoas testadas positivo para Sars-Cov-2 na Alemanha chegou à conclusão
de que um enxaguamento bucal com uma solução de peróxido de hidrogênio a 1% não
foi capaz de reduzir a carga viral.
Remdesivir – faltam evidências
Embora o presidente americano, Donald Trump,
tenha tomado o medicamento após sua infecção pelo coronavírus, o efeito do remdesivir
contra covid-19 é altamente controverso. O medicamento é usado nos EUA e também
na Alemanha, onde seu uso, porém, é recomendado pelo RKI somente em pacientes que
necessitem de oxigênio, mas não de respiração mecânica, idealmente entre o quinto
e o sétimo dia após início dos sintomas.
O governo americano se baseia em estudos que indicam que o ingrediente ativo reduz a duração da covid-19. Para a OMS, não há evidências suficientes para recomendar o uso do remdesivir.
https://www.dw.com/pt-br/h%C3%A1-medicamentos-que-funcionam-contra-a-covid-19/a-56277232
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