domingo, 13 de junho de 2021

REFLEXÃO DOMINICAL II

AS BOAS SEMENTES DO REINO DE DEUS


Embora a Primeira Leitura de hoje nos reporte a um momento triste pelo qual passou o povo de Israel; a mim, esse texto, mostra uma visão de esperança: nosso Deus e Senhor da história é quem fará o povo ressurgir, pois é n’Ele que reside o poder sobre todas as coisas, Ele é misericordioso e não abandona os que vivem segundo Sua lei. Se quisermos ir além, o texto sagrado mostra também a transformação que Deus pode operar na vida de cada um de nós. Para quem não tem fé, a morte é o fim de tudo; é isto que transparece na Segunda Leitura. Para quem segue Jesus, no entanto, a morte é passagem para a dimensão definitiva da vida. Nosso corpo mortal se desgasta e se desfaz na vida terrena, mas, através da ressurreição, Deus leva nosso ser à vida plena.

O Apóstolo faz uso de uma imagem que, no Oriente, é muito familiar: os nômades do deserto, no momento em que se põem a continuar a caminhada, desmontam o acampamento. O deserto não é sua morada permanente. Isso acontece conosco: este mundo é o lugar onde vivemos e construímos nossa história, porém nosso fim é a participação na própria vida divina. Nós somos os filhos de Deus indo para casa; somos a multidão que está alvejando as vestes no sangue do Cordeiro.

O evangelista São Marcos nos fala de paciência: se a realização do Reino de Deus não depende simplesmente de nós, deveremos ser pacientes. Se o ser humano não se converte, não o acusemos. Continuemos nossa luta, conscientes de que Deus age em nós: nos chama, quando e como quer, se serve de nós, mas não sabemos de que modo, em que ocasião e para quais pessoas. Façamos tudo sem atribuir-nos o mérito de nada; trabalhemos com todas as nossas forças sem a pretensão de ver o resultado. Essa meta é também uma lição de humildade: “tende os mesmos sentimentos de Jesus Cristo” (Fl 2,5).

Olhemos para a catequese do Mestre: “Jesus anunciava a Palavra usando muitas outras parábolas como essa”... (Mc 4,33a). A mentalidade de terceirizar chegou à educação e à catequese. Os pais delegam à escola e à Igreja o empreendimento de educar seus filhos. Limitam-se a matriculá-los e a pagar taxas. Educação é tarefa intransferível e acontece, maiormente, nos lares. Os catequistas e professores têm a missão de ajudar os pais, educando nos princípios éticos e formando nas convicções sadias, mas a família é decisiva na educação da fé. A assimilação da vida cristã passa de pais para filhos... há dois mil anos! “Catequese não é aula e catequista não é professor”... isso já é lugar comum.

Também temos o entendimento de que o catequizando não é aluno e para os sacramentos – Eucaristia, Confirmação – não tem “formatura”. Então, é necessário que continuemos batendo na mesma tecla, embora pareça desgastada: a Igreja doméstica, como é chamada a família nos documentos da Igreja, é a primeira e mais importante escola da fé; os pais são os primeiros catequistas, primeiros evangelizadores dos filhos; a fé se pega por contágio. Caríssimos irmãos, o que vocês têm semeado? A semente crescerá; mas vocês estão semeando ou ficam apenas esperando que outros semeiem por você?

Dom Jorge Pierozan Bispo Auxiliar de São Paulo

http://www.arquisp.org.br/sites/default/files/folheto_povo_deus/ano_45-b-38-11o-domingo-do-tempo-comum.pdf

 

 

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