sábado, 11 de dezembro de 2021

REFLEXÃO DOMINICAL I

O “DOMINGO DA ALEGRIA”

- Alegrai-vos! O Senhor está próximo! Nesta certeza, celebramos o 3º Domingo do Advento, chamado o "domingo da alegria". Há muitas definições de alegria, uma delas é a manifestação de contentamento e júbilo. Estamos em tempo de preparação, espera, e a liturgia, hoje, nos convida a uma espera alegre. O "Prometido" está para chegar, por isso, somos tocados por uma alegre exultação. Em Jesus, o "Esperado", cantamos de alegria, pois ele vem para transformar a história: a guerra em paz, a fome em fartura, a desolação em consolo, o ódio em amor, o desespero em esperança, as trevas em luz.

 - A profecia de Sofonias convida-nos à alegria e ao júbilo, pois o Senhor manifestou a sua presença de salvação no meio do povo. A sentença foi revogada e foram afastados os poderosos opressores que causaram destruição e exílio. A ação do Senhor suscita novas lideranças, a partir de um povo pobre e humilde que confia na sua presença de amor. Ele consola e encoraja na missão de reconstruir a identidade e o país: "Não temas porque o Senhor está no meio de ti. Ele se compadece, ama e se alegra por ti. Como nos dias de festa".

 - Na segunda leitura Paulo convida os filipenses a exultar de alegria, pois o Senhor está próximo. O apóstolo ensina a testemunhar o Evangelho com alegria, em meio às provações, à experiência da prisão, por causa de Cristo (1,12-26). A comunidade, enquanto aguarda a vinda do Senhor, deve ser identificada pela bondade e amor solidário. É chamada a confiar suas necessidades ao Senhor em oração, súplica e ação de graças, confiando plenamente na sua palavra. A paz de Deus, que ultrapassa toda compreensão humana, guarda o coração e os pensamentos em Cristo Jesus.

- No Evangelho, as pessoas que estão às margens da sociedade acolhem a palavra de Deus anunciada por João. "Que devemos fazer?", perguntam as multidões, os publicanos e os soldados. A resposta do precursor de Jesus exige radicalidade a ser demonstrada no cuidado sem interesse dos irmãos necessitados. João, seguindo a tradição dos profetas antigos, mostra que a conversão consiste em praticar a justiça e a fraternidade (3,10-14).

- A ação e o testemunho de João fazem renascer a expectativa da vinda do Messias, isto é, o Ungido de Deus, para restaurar a vida do povo. Mas, João é o precursor e se considera inferior ao escravo mais humilde, encarregado de desatar as correias das sandálias. O batismo de João simboliza a con- versão e prepara para receber o definitivo em Cristo. Como Messias, "Jesus batizará com o Espírito Santo e com fogo", realizando plenamente as promessas de salvação.

 - A imagem da pá, separando os grãos de trigo da palha, acentua o sentido radical do anúncio profético de esperança que prepara o tempo novo. Jesus de Nazaré traz a Boa Nova da salvação, transformando as situações que impedem o crescimento do Reino. Sua presença libertadora proclama a chegada do Reino de Deus que proporciona alegria e paz, sobretudo, às pessoas marginalizadas.

- Neste domingo o apelo do precursor do Messias leva a assumir atitudes essenciais que consistem em compartilhar roupas e comida, ou seja, os bens que possuímos; a não praticar injustiças, extorsões; a não oprimir, abusando do poder e acusando falsamente. Trata-se de uma conversão pessoal e social para acolher Jesus Cristo, Palavra do Pai, que vem revelar o seu amor. - Santo Agostinho, num de seus sermões, dizia: "João era a voz, mas o Senhor, no princípio era a Palavra (Jo 1,1). João era a voz passageira, Cristo, a Palavra desde o princípio. João era a voz do que grita no deserto, do que rompe o silêncio. Aplainai o caminho do Senhor, como se dissesse: 'Sou a voz que se faz ouvir apenas para levar o Senhor aos vossos corações. Mas ele não se dignará vir aonde o quero levar, se não preparardes o caminho'. Imitai o exemplo de João. Julgam que é o Cristo e ele diz não ser aquele que julgam. Se tivesse dito: 'Eu sou o Cristo', facilmente teriam acreditado nele, pois já era considerado com tal antes que o dissesse. Mas não disse; pelo contrário, reconheceu o que era, disse o que não era, foi humilde. Viu de onde lhe vinha a salvação; compreendeu que era uma lâmpada".

- É necessário manifestar nossa alegria na retidão e na bondade de nossa forma de viver a proximidade do Senhor. A transformação pessoal nos compromete a tornar as estruturas deste mundo mais de acordo com o Evangelho e o Reino de Deus.

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