sábado, 25 de dezembro de 2021

REFLEXÃO DOMINICAL II

Sabedoria familiar          

 

Pe. Françoá Rodrigues Figueiredo Costa

 

Todos aqueles que escutavam o Senhor Jesus, com apenas doze anos, estavam admirados da sabedoria das suas respostas, também Maria e José se admiravam (cf. Lc 2,47-48). A sabedoria do Perfeito Deus e do Perfeito Homem, Jesus Cristo, é impressionante; contemplar essa sabedoria quando ele tinha apenas doze anos devia ser algo digno de grande surpresa. Tampouco deixa de ser edificante a capacidade de maravilhar-se de Nossa e São José: ao pensarmos que eles conviviam com o Menino Jesus e que, portanto, o escutavam frequentemente, nós poderíamos concluir que eles já estavam acostumados às palavras do Deus-Homem. E não era assim! Maria e José continuam admirando-se e meditando em seus corações todas as palavras de Jesus. Aprendamos essa atitude dos pais de Jesus: escutar, admirar, meditar e viver a Palavra de Deus! Essa atitude faz-nos sábios.


Maria e José tinham dentro do próprio lar a sabedoria de Deus. Como é importante também que as nossas famílias tenham dentro de casa a sabedoria. Jesus Cristo é a Sabedoria. A sabedoria é também um dos sete dons do Espírito Santo e faz com que tenhamos um juízo correto sobre as coisas, faz com que julguemos as coisas “segundo o Espírito”, movidos pelo Espírito Santo. Trata-se daquilo que pedimos naquela conhecida oração: “Vinde, Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas”. Como é importante que pensemos todas as coisas da nossa vida segundo as exigências do amor de Deus!


A sabedoria faz com que exista em nós uma inclinação amorosa a querer e seguir a vontade de Deus, uma espécie de co-naturalidade com o que Deus quer. Esse dom acompanha a virtude sobrenatural da caridade. E a caridade é exigente! Trata-se daquela disposição que se encontra em nós pela graça e que nos faz amar a Deus como ele quer ser amado e amar a todos os seres humanos como Deus os ama. Diz Santo Tomás de Aquino que a caridade é um amor de amizade entre o homem e Deus, que constitui a fonte e o motor de toda a vida cristã.


O amor, em seu ponto mais alto, consiste em doar-se, em entregar-se a si mesmo, não só em dar algo, mas dar-se a si mesmo (amor ágape). O que acontece é que essa doação nos deixa “esgotados”. Faço ou não faço isso? Que esse juízo seja feito sob o impulso da sabedoria que vem do alto. Diante das exigências do amor, o dom da sabedoria existe também para dar suavidade à nossa doação, por esse dom somos movidos a realizar a doação que Deus nos pede a cada momento.


Mais concretamente, quais são as exigências do amor de Deus na vida de família? Muitas… e especialmente no que se refere à convivência pacífica e amorosa dos cônjuges e à educação dos filhos. Com relação à convivência conjugal: quem se deixa conduzir pela sabedoria que vem do Espírito Santo saberá descobrir e viver as amorosas exigências do amor matrimonial. Saberá tratar com delicadeza o cônjuge, conviver com as fraquezas dele, melhorá-lo (a). A sabedoria que vem de Deu os fará ver que nos momentos de dificuldades é que se encontra uma excelente oportunidade para demonstrar seu amor a Deus e ao próprio compromisso matrimonial. A vontade de Deus para si, a vontade de Deus para o cônjuge: esta é a norma de conduta da pessoa sábia no seu matrimônio.


Quais as exigências do amor de Deus no que diz respeito aos filhos? Quantos sacrifícios o Senhor pede dos pais para com os seus filhos, em primeiro lugar para tê-los! Somente os pais que são sábios entendem, como exigência do amor de Deus e do amor entre eles, que é preciso ser generosos para receber como dons do alto os filhos que Deus lhes quer enviar. Faço-lhes uma confidência de amigo: admiro com entusiasmo as famílias numerosas e também àquelas que, dentro da sua generosidade para com Deus, têm poucos filhos! Aplaudo também aqueles pais que não tem filhos porque o Senhor não quis dar-lhes e que aceitam essa realidade com vontade de Deus para eles, pois os filhos são presentes de Deus e os presentes não se exigem! Tenho dificuldade para entender a tantas pessoas casadas cujo egoísmo não lhes deixa o caminho livre ao amor que quer se concretizar nos filhos. Além do mais, também há muito sacrifício para educar os filhos! Muitas virtudes precisam ser vividas no lar! Como tratar os filhos na infância, na adolescência, na juventude, na maturidade? É preciso pedir ao Espírito: “dá-me, Senhor, sabedoria”. O sábio vê as coisas movido pelo amor de Deus.

 

http://www.npdbrasil.com.br/religiao/rel_hom_gotas0299.htm

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