Como é feito o diagnóstico do câncer
Um câncer pode ser
diagnosticado em exames de rotina ou após alguma queixa do paciente. Além dos
exames em consultórios, diversos procedimentos podem ser solicitados pelo
médico para confirmar ou descartar uma suspeita, como exames de sangue
(hemograma completo e eventuais testes de marcadores tumorais, entre outros),
exames de imagem (como radiografia, ultrassonografia, ressonância magnética e
tomografia) ou endoscópicos (como endoscopia, colonoscopia etc).
PET/CT A tomografia por emissão de pósitrons
utiliza substâncias radiativas que indicam a existência de alterações malignas
em diferentes partes do corpo. É indicada apenas em certos casos confirmados de
câncer, quando é preciso verificar com maior precisão a extensão da doença.
Marcadores tumorais Existem substâncias produzidas por
tumores ou em resposta a eles no sangue e em certos fluidos corporais que podem
colaborar com o diagnóstico. É o caso, por exemplo, do PSA (câncer de
próstata), o AFP (fígado), CA 15-3 (mama e outros), CA 125 (ovário), entre
muitos outros. É importante destacar que, sozinhos, eles não são capazes de
determinar um câncer, já que essas substâncias também podem aumentar em outras
condições. "Andar a cavalo, de moto ou o próprio orgasmo podem fazer o PSA
aumentar", exemplifica Mônica Stiepcich, patologista sênior do Grupo
Fleury. Apesar de insuficientes no diagnóstico inicial, esses marcadores são
fundamentais para determinar a escolha do tratamento e monitorar a resposta da
doença às terapias.
Biópsia A confirmação de um câncer depende de uma
biópsia da lesão suspeita ou, no caso dos cânceres de sangue, da medula óssea.
A retirada de tecido para análise microscópica pode ser feita de diferentes
formas, como por agulha fina ou grossa, por punção aspirativa, por raspagem
(como no Papanicolau), com um corte para remoção do tumor inteiro ou parte dele
(biópsia excisional ou incisional, respectivamente), por endoscopia, por
laparoscopia ou outros procedimentos cirúrgicos menos invasivos.
Em alguns casos, a biópsia
já é feita durante o exame para investigar uma suspeita, como nos exames
endoscópicos. Em outros, já é o próprio procedimento curativo, como acontece
nas biópsias para câncer de pele. Alguns exames, como a colonoscopia (no trato
gastrointestinal), ainda têm papel preventivo, já que são removidas também
lesões com potencial de se transformar em câncer. Ainda é comum que seja feita
biópsia de linfonodos (gânglios linfáticos) para determinar a extensão da
doença e a existência de metástase. Após a retirada, a amostra é analisada por
um patologista, que vai observar as características das células coletadas e
compará-las com as saudáveis. Além de identificar o o câncer, a análise permite
sua classificação. Esses dados, junto com outros que podem ser obtidos com a
realização de outros exames ou da própria cirurgia permitem o estadiamento do
câncer, o conjunto de informações que irá determinar o tratamento.
Existem diversos
sistemas de estadiamento, mas a maioria dos tumores é classificada de acordo
com o sistema TNM (T refere-se à localização do tumor, N à existência ou número
de linfonodos afetados e M, a metástase). O câncer também costuma ser
classificado por estágios (1 para estágio inicial, 2 quando ainda não se
espalhou, 3 quando há células cancerosas nos linfonodos e 4, para estágio
avançado, quando há metástase).
Testes genéticos Testes moleculares mais sofisticados também
podem ser feitos após a biópsia para se observar a presença de marcadores no
tumor que podem determinar o uso de terapias alvo ou imunoterapia. Essa é uma
área que tem avançado muito e revolucionado o tratamento. Um exemplo desse
benefício é o teste Oncotype Dx, capaz de detalhar o risco de agressividade de
um câncer de mama. Um estudo realizado pelo Grupo Fleury e pelo Hospital Pérola
Byington, em São Paulo, com 111 mulheres reduziu a indicação para quimioterapia
em 70%. "Isso não só significa que muitas mulheres podem evitar efeitos
colaterais como perda de cabelo e risco de infecção, mas também representa uma
economia de recursos", observa Mônica Stiepcich.
Os testes genéticos
também são capazes de indicar a presença de mutações hereditárias, o que não
apenas pode influenciar no tratamento como também pode levar os familiares do
paciente a serem testados como medida de prevenção. É o caso da atriz Angelina
Jolie, que decidiu fazer cirurgias preventivas após descobrir que era portadora
de um gene, o BRCA1, que aumenta significativamente os riscos de câncer de mama
e de ovário.
Biópsia líquida Apesar do nome, esse exame não costuma
substituir a biópsia tradicional. Trata-se de uma tecnologia avançada que
permite analisar fragmentos de DNA tumoral que circulam no sangue. Seu uso
ainda é restrito a casos específicos de câncer.
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