Fatores de risco
Veja abaixo quais os
principais agentes ou condições que podem aumentar a probabilidade de ter um
câncer.
Idade: o envelhecimento é considerado o principal
fator de risco para o câncer, pois, com o passar da idade, as células sofrem
mudanças que as deixam mais vulneráveis aos processos que levam à doença. Além
disso, uma pessoa idosa é exposta por mais tempo aos diversos carcinógenos. Nos
EUA, a idade média de diagnóstico do câncer é 66 anos. Apesar dessa propensão
mais alta entre os mais maduros, é bom lembrar que um câncer pode ocorrer em
qualquer idade e alguns tipos específicos são mais frequentes em crianças ou adolescentes.
Sexo: além dos tumores exclusivos de cada sexo (como os de
próstata, útero ou ovário), certos tipos são mais frequentes em homens ou
mulheres devido a diversos fatores, como o hormonal. É o caso, por exemplo, do
câncer de mama, que é mais raro nos homens apesar de eles terem essa glândula.
Tabagismo: os diversos compostos químicos presentes do
cigarro têm capacidade de causar dano ao DNA e até o contato com a fumaça (fumo
passivo) pode aumentar o risco de câncer. Segundo a OMS, esse hábito causa 22%
de todas as mortes pela doença no mundo.
Álcool: estudos mostram que mesmo o consumo
moderado de álcool pode aumentar o risco de certos tipos de tumores, como de
boca, faringe, laringe, esôfago, estômago, fígado, intestino e mama.
Radiação: tipo de energia com determinado comprimento
de onda, a chamada radiação ionizante pode danificar o DNA das células. Certos
exames de imagem e a radioterapia, um dos tratamentos mais importantes para o
câncer, podem ser fatores de riscos.
Raios ultravioleta: a exposição aos raios emitidos pelo sol ou
por câmaras de bronzeamento são o principal fator de risco para o câncer de
pele.
Obesidade: vários tipos de tumor têm sido associados ao
excesso de peso, que favorece processos inflamatórios e interfere na concentração
de certos hormônios que facilitam a proliferação das células cancerosas.
Dieta: além da bebida
alcoólica, alguns elementos presentes na alimentação podem aumentar o risco de
certos tipos de câncer se consumidos em excesso, como a gordura saturada, compostos
existentes em carnes processadas (como presunto, salsicha, linguiça, salame,
peito de peru etc.), produtos com conservantes (como nitritos e nitratos) ou
muito sal. O baixo consumo de frutas e vegetais também aumenta a
suscetibilidade ao câncer. Bebidas quentes demais e excesso de churrasco também
são associados a certos tipos de tumores.
Hormônios: o estrogênio, que existe em maior quantidade
nas mulheres, pode colaborar com alguns tipos de câncer, como o de mama. O uso
em longo prazo da testosterona também pode levar ao câncer de fígado.
Infecções: alguns agentes infecciosos, como os vírus
HPV ou da hepatite B e C, bem como a bactéria H. pylori (causadora de úlceras)
e certos parasitas podem resultar na doença.
Hereditariedade: o fator genético exerce um papel importante
na oncogênese, embora sejam raros os casos que se devem exclusivamente a
fatores hereditários ou étnicos.
Imunossupressão: certos medicamentos para evitar a rejeição a
transplantes ou doenças que afetam a imunidade, como a Aids, podem predispor a
certos tipos de tumor. Outros medicamentos ou tratamentos usados no combate ao
câncer também podem aumentar o risco de ter um segundo tipo de câncer no
futuro.
Doenças crônicas: certas condições podem predispor o
indivíduo ao câncer por provocar um estado crônico de inflamação, como a doença
de Crohn e a própria obesidade.
Exposição ambiental ou ocupacional: pessoas que são
expostas cronicamente a agentes carcinógenos, seja pelo local onde vivem, seja
pela profissão que exercem, têm risco aumentado de certos tipos de câncer.
Segundo o Inca, 10,8% dos casos de câncer em homens e 2,2% em mulheres surgem
devido a fatores relacionados ao local de trabalho, por isso é importante o uso
correto e constante de materiais de proteção.
Agentes cancerígenos A Iarc (Agência Internacional para a
Pesquisa do Câncer), ligada à OMS, mantém uma lista com todas as substâncias
com potencial de provocar a doença comprovado em estudos com seres humanos, ou
cujo risco é provável, mas ainda exige confirmação. A relação é atualizada
regularmente, conforme novas evidências científicas surgem.
A lista de elementos
cuja exposição pode aumentar o risco da doença é grande e inclui: agentes
presentes naturalmente no ambiente (como gás radônio, metais pesados, a
radiação ultravioleta e a radiação ionizante que vem do espaço), hormônios
(como estrogênio natural ou sintético), componentes usados no diagnóstico e
tratamento de doenças (como certos quimioterápicos, a radiação usada na
radioterapia ou em exames de imagem), agentes infecciosos (como vírus e
bactérias) e a extensa lista de poluentes (fumaça emitida pelos veículos ou
pelos cigarros) ou componentes químicos usados na indústria ou em certas
ocupações (como agrotóxicos, solventes, amianto, poeira de couro, madeira ou sílica
etc).
Cada um dos agentes
cancerígenos pode atuar em diferentes estágios da formação de um tumor
(iniciação, promoção ou progressão), por isso é difícil que um componente
sozinho provoque a doença, com certas exceções como o tabaco, que contém componentes
capazes de atuar nesses três diferentes estágios e, por isso, é chamado de
agente carcinógeno completo.
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