O
câncer é um problema genético ou hereditário?
É
possível herdar um DNA anômalo do pai ou da mãe, mas a maioria das mutações
genéticas ocorrem ao longo da vida, por um erro durante a multiplicação das
células, ou pela exposição a um agente carcinogênico (ou carcinógeno), como a
radiação ou o cigarro. Estima-se que apenas 10% de todos os cânceres ocorram
devido a fatores hereditários.
Assim,
dizemos que o câncer é uma doença de origem genética, mas nem sempre
geneticamente herdada. Os diferentes fatores de risco interagem de forma
específica para cada pessoa, por isso nem todos os integrantes de uma mesma
família expostos aos mesmos fatores de risco ficam doentes.
Carcinogênese
O processo de
formação do câncer, ou carcinogênese, é lento, podendo levar anos até o
surgimento de um tumor visível. Os diferentes estágios envolvidos dão uma ideia
de quão complexa é a doença e suas causas:
1) Estágio de iniciação As células são
geneticamente alteradas por certos agentes cangerígenos, mas a doença ainda não
está instalada.
2) Estágio de promoção A célula
"iniciada" sofre a ação de outros tipos de agentes e se transforma,
lentamente, em uma célula maligna. Se a exposição for suspensa, ainda há chance
de interromper o processo.
3) Estágio de progressão A célula
modificada começa a se multiplicar de forma descontrolada e irreversível, e o
câncer se manifesta (por exemplo na forma de um tumor ou de alterações em células
do sangue).
4) Metástase Eventualmente, as células
cancerosas de um tumor localizado podem atingir os gânglios linfáticos próximos
ao tecido afetado e, então, há risco de se espalharem, produzindo uma metástase
(um tumor em outra parte do corpo).
Qual a diferença entre tumor maligno e benigno?
Nem todo tumor é um
câncer, mas todo tumor pode ser chamado também de neoplasia ("neo" e
"plasia" significam "novo" e "crescimento"). Um
tumor benigno (ou neoplasia benigna), ao contrário do maligno (câncer), cresce
de forma lenta e organizada. Num exame de imagem, em geral, ele apresenta
limites nítidos. Diferentes do câncer (ou tumor maligno), os benignos não têm
capacidade de gerar metástase e, por isso, só costumam ser operados quando
geram sintomas ou ameaçam estruturas vizinhas. Miomas uterinos são exemplos de
tumores benignos muito frequentes e que nem sempre exigem cirurgia. Um tumor
maligno pode surgir a partir de um benigno? Até pode, mas é muito raro.
Vale acrescentar que
existem outros tipos de doenças caracterizadas pela proliferação exagerada de
células que não são câncer, como as displasias e as hiperplasias.
Sintomas.
Cada tipo de câncer
pode gerar sinais e sintomas específicos, e muitos podem permanecer
assintomáticos até que a doença se torne avançada. Entre as manifestações mais
comuns, pode-se destacar:
Presença de nódulo ou inchaço, Anemia ou infecções freqüentes, Presença de
sangue nas fezes ou secreções, Pintas com bordas irregulares ou feridas que não
cicatrizam, Perda de peso, Dor. Fadiga, Convulsões.
- Causas
Não existe uma causa única para o câncer, e sim fatores que interagem entre si, levando ao surgimento e proliferação das células anormais. Há causas internas, como hormônios, condições imunológicas, envelhecimento e mutações genéticas. E existem as causas externas, como a radiação ultravioleta, o cigarro, alguns vírus e outros elementos classificados como carcinogênicos (agentes cancerígenos). Algumas dessas causas são impossíveis de se evitar, como o envelhecimento. Mas isso não quer dizer que seja impossível prevenir-se de um câncer. De acordo com o Inca, entre 80% e 90% dos casos de câncer se devem a mudanças provocadas no ambiente pelo homem ou seus hábitos. O estilo de vida sozinho, o que inclui dieta, obesidade, sedentarismo, uso de álcool e tabaco, responde por um terço de todos os casos da doença, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde).
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