Sacerdote fundador
da Ordem dos Pregadores (Dominicanos). (1170-1221). Canonizado por Gregório IX
no dia 3 de julho de 1234.
Domingos
(ou Dominique) nasceu no ano de 1170, em Caleruega, pequena localidade na Velha
Castelha. O pai, Félix de Gusmão, pertencia a uma família de alta linhagem na
Espanha; a mãe era Joana de Aza. Antes de Domingos nascer, sua mãe, em sonho
misterioso, viu um cão que trazia na boca uma tocha acesa, de que irradiava luz
sobre o mundo inteiro. Efetivamente, São Domingos veio a ser uma luz
extraordinária de caridade e de zelo apostólico, que dissipou grande parte das
trevas das heresias e restabeleceu a verdade em milhares de corações
vacilantes. Domingos, foi o nome dado à criança, devido à uma devoção que a mãe
do santo tinha com São Domingos de Silos, do qual um dia teve uma aparição,
comunicando-lhe os planos divinos em referência ao recém-nascido. A esse aviso
extraordinário, os pais corresponderam com esmerada atenção na educação
do filho. Domingos, pequeno ainda, deu provas de inclinação declaradíssima às
coisas de Deus.
Seis anos
contava o menino quando os pais o confiaram à direção de um tio, reitor de uma
igreja em Gumyel. Sete anos passou Domingos na escola daquele sacerdote,
aprendendo, além das primeiras letras, como sejam, acolitar, enfeitar os
altares e cantar no coro. Terminado este curso prático, transferiu-se
para Valência, cidade episcopal no reino de Leon, onde existia uma universidade
que mais tarde, em 1217, passou para Salamanca.
Durante o
tempo dos estudos em Valência, isto é, durante seis anos, dedicou-se à arte
retórica, além da filosofia e teologia. Acompanharam-lhe os trabalhos
científicos às práticas da piedade, inclusive, severas penitências. Retraído
por completo do mundo, visitava somente os pobres e doentes, protegia as viúvas
e órfãos. Por ocasião de uma grande fome, vendeu os livros para poder socorrer
os necessitados. Certa vez, ofereceu sua própria pessoa para resgatar um jovem
que caíra nas mãos dos mouros.
A caridade
de Domingos, não satisfeita com as obras corporais de misericórdia, estendia-se
principalmente às necessidades espirituais do próximo. Para este fim,
desenvolveu um zelo extraordinário, como pregador. O primeiro fruto deste labor
apostólico, foi a conversão do amigo e companheiro dos estudos, Conrado, que
mais tarde entrou para a ordem de Cister, elevado posteriormente à dignidade de
Cardeal da Santa Igreja.
Domingos
contava apenas vinte e quatro anos e era considerado um dos mais competentes
mestres da vida interior. Dom Diego de Asebes, bispo de Osma, conhecendo os
brilhantes dotes de Domingos, convidou-o a incorporar-se ao cabido da diocese,
esperando desta aquisição uma reforma salutar do clero. O prelado não se viu
iludido nas suas previsões. Domingos, em pouco tempo, foi objeto da admiração
de todos, como modelo exemplaríssimo em todas as virtudes cristãs.
Como
cônego de Osma, Domingos percorreu diversas províncias da Espanha, pregando por
toda a parte a palavra de Deus, pela conversão dos pecadores, cristãos e
maometanos. Uma das conversões mais sensacionais que Deus operou por intermédio
de Domingos foi a de Reiniers, célebre heresiarca, que mais tarde tomou o
hábito dos frades dominicanos.
Domingos
não era ainda sacerdote. Do bispo de Osma recebeu a unção sacerdotal,
continuando depois a missão apostólica de pregador. Quando, em 1224, por ordem
do rei Afonso de Castelha, o bispo de Osma foi à França na qualidade de
embaixador real, a fim de tratar dos negócios matrimoniais do príncipe herdeiro
Fernando com a princesa de Lussignan, Domingos acompanhou-o. Na província
de Languedoc, puderam de perto observar as horríveis devastações feitas pelos
albingenses. Numa segunda viagem que empreenderam, cujo fim era buscar a
princesa e entregá-la ao esposo, tiveram o grande desgosto de não a encontrar
entre os vivos. Chegaram ainda a tempo de assistir-lhe ao enterro.
Preferiram,
então, ficar na França, para dedicar-se à campanha contra os hereges. O
bispo Diego, com o consentimento do Papa, ficou três anos na província de
Languedoc. Passado este tempo, voltou à diocese.
São
Domingos, que foi nomeado superior da Missão, associaram-se doze abades
cistercienses. Pouco tempo, porém, durou o trabalho coletivo. Dom Diego voltou
à Espanha, os cistercienses retiraram-se para os seus claustros e o próprio
Legado pontifício abandonou o solo francês.
Domingos
não desanimou, apesar da missão se tornar dificílima e perigosa. Com mais oito
companheiros que lhe foram mandados, continuou os trabalhos apostólicos. A
inconstância, porém, que encontrou nos coadjutores, fez nele amadurecer a
ideia de fundar uma nova Ordem, cujos membros, por um voto, se dedicassem à
obra da pregação. Os primeiros que se lhe associaram foram Guilherme de Clairel
e Domingos, o Espanhol. Em 1215, a nova comunidade contava já dezesseis
religiosos, com seis espanhóis, oito franceses, um inglês e um português.
Para
assegurar-se da aprovação pontifícia, Domingos em companhia do bispo de
Toulouse foi à Roma e apresentou-se ao Papa Inocêncio III. Coincidiu de ele
chegar à capital da Cristandade na abertura do Concílio de Latrão. Opinaram os
padres que em vez de aprovar as regras de novas ordens, devia o Concílio
dirigir a atenção para as Ordens já existentes e aperfeiçoar-lhes as
constituições. Inocêncio III, baseando-se nestas decisões, negou-se, por
diversas vezes, em dar aprovação à regra da Ordem fundada por Domingos.
Aconteceu, porém, que o Papa teve uma visão, quase idêntica à que lhe fez
aprovar a Ordem de São Francisco de Assis, em 1209. Não querendo contrariar a
obra do santo homem, deu consentimento à fundação da Ordem, prometendo a
Domingos expedir a bula, logo que este tivesse adotado uma regra de ordem já
aprovada pela Igreja. Domingos decidiu-se em favor da regra de Santo Agostinho,
à qual acrescentou mais algumas constituições, como por exemplo, o silêncio, o
jejum e a pobreza.
Quando
Domingos, pela segunda vez chegou a Roma, já não encontrou o Papa Inocêncio
III, mas o sucessor deste, Honório III. Contrariamente ao que receava, obteve a
aprovação da Ordem, que veio a ser chamada Ordem dos Pregadores. Nomeado o
primeiro superior, fez a profissão nas mãos do Papa.
Graças à
generosidade do bispo de Toulouse e do conde Simão de Montfort, Domingos pode
construir o primeiro convento em Toulouse. O número dos religiosos crescera
consideravelmente, de modo que Domingos pode introduzir em a novel comunidade e
regra recém-aprovada.
Pouco
tempo depois, Domingos voltou à Roma e fundou diversos conventos na Itália. Em
Roma, conheceu São Francisco de Assis, a quem se tornou um grande amigo. Em
1218 foi a Bolonha fundar um convento, perto da Igreja de Nossa Senhora de
Mascarella. Um ano depois, teve Domingos a satisfação de fundar outro na mesma
cidade, sendo que este, tempos depois, veio a ser um dos mais importantes
da Ordem na Itália.
O exemplo
de São Francisco de Assis e o admirável desenvolvimento da Ordem por ele
fundada, influiu grandemente no espírito de são Domingos. Como o Patriarca de
Assis, introduziu S. Domingos na sua ordem o voto de pobreza em todo o rigor.
São
Domingos convocou três capítulos gerais e teve o prazer de ver a Ordem se
estabelecer na Espanha, em Toulouse, na Provença e na França toda. Conventos
surgiram na Itália, Alemanha e Inglaterra. O próprio fundador mandou emissários
à Irlanda, Noruega, Ásia e Palestina.
São
Domingos morreu no dia 06 de agosto de 1221, na idade de 51 anos. Numerosos
milagres por seu intermédio Deus se dignou de fazer. O Papa Gregório IX
inseriu-lhe o nome no catálogo dos Santo, em 23 de julho de 1234. Muito
concorreu para o culto de São Domingos na Igreja Católica, a devoção do
Santíssimo Rosário, de quem era grande Apóstolo.
A Ordem
dos pregadores deu à Igreja, muitos Santos, entre estes o grande São
Tomás de Aquino, Santo Alberto Magno, Santa Catarina de Siena, São Vicente
Ferrer, o Papa Pio V.
Referências
bibliográficas:
1. Na luz Perpétua, 5ª. ed., Pe.
João Batista Lehmann, Editora Lar Católico – Juiz de Fora – Minas
Gerais, 1959.
2. Oração das Horas – Editora Vozes, Paulinas,
Paulus e Ave-Maria, 1996.
https://franciscanos.org.br/carisma/calendario/sao-domingos-de-gusmao#gsc.tab=0
Nenhum comentário:
Postar um comentário