REFLEXÃO DOMINICAL II
APELO À VIGILÂNCIA
- A liturgia deste
domingo apresenta um apelo à vigilância. Diz que não devemos instalar-nos no
comodismo, na passividade, no desleixo, na rotina; mas caminharmos, sempre
atentos e vigilantes, preparados para acolher o Senhor que vem e para responder
aos seus desafios.
- A primeira leitura convida todos os
homens, de todas as raças e nações, a dirigirem-se à montanha onde reside o
Senhor. É do encontro com o Senhor e com a sua Palavra que resultará um mundo
de concórdia, de harmonia, de paz sem fim. Olhando o mundo que nos rodeia,
vemos que estamos ainda longe desse ideal de justiça e de paz, construído à
volta de Deus e da sua Palavra, apesar de Jesus, a Palavra viva de Deus, ter
vindo ao nosso encontro há dois mil anos. O que impede ou, pelo menos,
atrapalha a chegada desse mundo de justiça e de paz? Tenho a minha parte de
responsabilidade? O que posso eu fazer para que o sonho de Isaías se
concretize?
- Na segunda leitura, Paulo nos convida a
"acordarmos" para descobrir os sinais do novo dia que já raiou em
Jesus Cristo e caminhar ao encontro da Salvação, deixando as obras das trevas e
vestindo as armas da Luz. É necessário acordamos do comodismo que nos mantém
presos ao mundo das trevas (o mundo do egoísmo, da injustiça, da mentira, do
pecado); revestindo-nos da luz (a vida de Deus, que Cristo ofereceu a todos) e
caminhar, com alegria e esperança, ao encontro de Jesus, ao encontro da
salvação.
- O Evangelho convida à vigilância. O
verdadeiro cristão não vive mergulhado nos prazeres que alienam, nem se deixa
sufocar pelo trabalho excessivo, nem adormece numa passividade que lhe rouba as
oportunidades; em cada minuto que passa, está atento e vigilante, acolhendo o
Senhor que vem, respondendo aos seus desafios, cumprindo o seu papel,
empenhando-se na construção do "Reino".
- O que significa para
nós "estar vigilantes", "estar atentos", "estar
preparados" para acolher o Senhor? Significa achar que estamos na
"graça de Deus" para que, se a morte chegar de repente, Deus não
consiga encontrar em nós qualquer pecado não confessado? Alguns, pensando
assim, imaginam que Deus deixa de ser justo diante de nossas ações.
- Fundamentalmente, é
necessário acolher todas as oportunidades de salvação que Deus nos oferece. Se
Ele vem ao nosso encontro, nos desafia a cumprir uma determinada missão. Não
podemos continuar a viver a nossa vida de maneira descompromissada. Ele vem ao
nosso encontro, convida-nos a uma mudança de vida. - O Evangelho nos mostra um
dos motivos que impedem o homem de "acolher o Senhor que vem". Fala
da opção por "gozar a vida", sem ter tempo nem espaço para
compromissos sérios (quanta gente, aos domingos, tem todo o tempo para tudo,
mas não para celebrar a fé com a sua comunidade!); fala do viver obcecado com o
trabalho, esquecendo tudo o mais (inclusive da própria família); fala do adormecer,
do instalar-se, não prestando atenção às realidades mais essenciais (quanta
gente encolhe os ombros diante do sofrimento dos irmãos e diz que não tem nada
com isso!). E eu? O que na minha vida me distrai do essencial e me impede,
tantas vezes, de estar atento ao Senhor que vem?
- Neste tempo de
preparação para a celebração do nascimento de Jesus, somos convidados a
centralizar a nossa vida no essencial. Chamados a redescobrir aquilo que é
importante, a estarmos atentos às oportunidades que o Senhor, dia a dia nos
oferece; a acordar para os compromissos para com Deus e para com os irmãos,
empenhando-nos na construção do Reino. Dessa forma nos prepararemos melhor para
a vinda do Senhor.
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