Celebremos a festa da Sagrada Família de Nazaré
Por Prof. Felipe
Aquino(*)
O período do Natal nos leva a meditar
sobre a sagrada Família de Nazaré, exemplo para todas as famílias cristãs.
Cristo quis entrar em nossa história pela porta da família, para resgatá-la dos
estragos que o pecado original deixou também nela e santificá-la.
Papa São João Paulo II disse que ela é
o grande “patrimônio da humanidade”, o “santuário da vida” que Deus preparou
para a vida ser protegida desde a gestação da mãe até a morte natural. Ela é
também “a Igreja doméstica” em que Deus é amado e adorado em primeiro lugar,
onde se reza e ensina os filhos a rezar.
A família
de Nazaré é uma escola de santidade
A
família é a célula vital da sociedade. Se ela for destruída, como Deus a criou,
a sociedade se destruirá. Ela tem uma missão social inerente à sua vocação, que
consiste no testemunho da beleza do lar. Por isso, Jesus quis ter uma família.
Quando São José pensou em abandonar Maria, no
silêncio discreto, sem entender a sua gravidez, o Anjo do Senhor logo o
consolou: “José, filho de Davi, não temas receber Maria por esposa, pois o que
nela foi concebido vem do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, a quem porás
o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo de seus pecados” (Mt 1,21).
Jesus quis ter um pai terreno,
adotado, legal diante do seu povo. Foi uma adoção às avessas, pois, em vez de o
pai adotar um filho, foi o Filho quem adotou um pai, porque queria uma família.
E nela Ele viveu por 30 anos, trabalhou com mãos humanas, foi obediente e
submisso a seus pais, a quem Ele mesmo deu a vida. Que exemplo para os filhos!
A Família de Nazaré é um exemplo para todos nós,
sobretudo hoje, em que a família é ameaçada de muitas maneiras, atacada pelo
demônio de muitas formas. Ela sofre numerosas pressões, sobretudo dos meios de
comunicação social que objetivam destruir ou deformar o amor conjugal. Nunca,
como hoje, os preceitos bíblicos precisam nortear os casais.
A família de Nazaré é uma escola de
santidade, onde os pais e Jesus fazem a vontade de Deus, vivem para Deus; essa
é a principal lição que nos deixam. Os Papas sempre apontaram a Família de
Nazaré como o modelo das virtudes domésticas. Destacaram o amor puro, santo,
fiel e a dedicação que a levava os maiores sacrifícios. Logo, ela precisa fugir
para o Egito, escapando da morte do assassino Herodes.
José
e Maria como exemplos
Hoje, também há muitos Herodes modernos
querendo destruir esta que é a mais importante obra de Deus, a família. José e
Maria não se cansam no serviço ao Menino que eles sabiam que viria ao mundo com
uma missão que nenhum homem poderia realizar.
Que admirável a submissão de Jesus, o
Filho de Deus, a José e a Maria! Seus pais, por sua vez, acatavam as ordens
divinas sem nada questionar, fosse para fugir para o Egito, fosse para ir a
Jerusalém visitar o Templo, fosse na humildade da carpintaria de Nazaré.
Levavam um vida pobre e simples, satisfeitos com o pouco que tinham, confiantes
na Providência Divina que não deixava nada faltar.
O
exemplo de Maria e de José deve ensinar os pais a educar os filhos na vida
cristã, numa fé autêntica, no amor aos Mandamentos da Igreja, numa esmerada formação moral e
cívica, dando-lhes amor, tratando-os com carinho e correção adequada, sem
humilhá-los nem exasperá-los.
É
obrigação dos pais ajudar os filhos a salvar suas almas num contexto atual,
onde tudo conspira contra as virtudes da pureza, caridade, humildade,
paciência, bondade e verdade. Hoje, as reproduções artísticas de toda a
espécie, os filmes, as novelas e, agora, também os sites pornográficos na internet levam a todo tipo de
pecado que os pais precisam evitar para os filhos.
A
dedicação de José e de Maria ao Menino Jesus ensina os pais, hoje, a zelar pela
educação dos filho, pois é no seio da família que os filhos aprendem os bons
costumes. São João Paulo II pedia que a família cristã, como a de Nazaré,
espalhasse a “cultura da vida’ contra a cultura da morte. Que a família cristã
desse combate corajoso contra o aborto, a eutanásia, a pornografia, o
nudismo, a ideologia de gênero, a manipulação de embriões e tudo mais que
destrói a vida, pois a família é o santuário sagrado da vida.
Festa
da Sagrada Família
A Festa
da Sagrada Família, que a Igreja celebra no domingo após o Natal, deixa claro que a família é sagrada.
Para nós cristãos, ela não é somente uma realidade cultural, social e
antropológica; ela é, acima de tudo, uma realidade teológica, isto é, ela
pertence ao plano de Deus para a humanidade. Desde a criação, o Senhor pensou a
humanidade como homem e mulher (cf. Gn 1,27) e determinou que o homem não estivesse
sozinho (cf. Gn 2,18); desde o princípio, a primeira palavra do homem foi uma
declaração de amor à mulher: “Esta sim, é osso de meus ossos e carne de minha
carne” (Gn 2,23).
Jamais será lícito a um cristão
aceitar um conceito de família diferente daquele que a Palavra de Deus nos
apresenta. Trata-se, aqui, de fidelidade à Palavra de Deus. E num tema decisivo
para a humanidade, destruir e desvirtuar a família é colocar em perigo a
própria humanidade! Por falta de uma família cristã, vemos nossos jovens sem
religião, descristianizados.
Enfim, a Sagrada Família de Nazaré nos
ensina a viver o que disse São Paulo: “Irmãos, vós sois amados por Deus, sois
seus santos eleitos: revesti-vos de sincera misericórdia, humildade, mansidão e
paciência, suportando-vos uns aos outros e perdoando-vos mutuamente, se um
tiver queixa contra o outro. Que a paz de Cristo reine em vossos corações, à
qual fostes chamados como membros de um só corpo. Que a palavra de Cristo
habite em vós. Tudo que fizerdes, seja feito em nome do Senhor Jesus Cristo.
Por meio dele daí graças a Deus Pai”. (Col 3,12-17)
Que
intercedam por nós a Virgem Maria e seu esposo, São José! Que tenha
misericórdia de nós o Cristo Jesus, feito obediente a seus pais no coração da
casa de Nazaré.
(*)Felipe
Aquino
Professor Felipe Aquino é viuvo, pai de
cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e
“Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da
Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o
Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras
Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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