Para
onde vai a Paróquia?
Por Pe. Pedro F. Bassini
A paróquia é definida no Direito Canônico como “comunidade de fiéis
submetida a um pároco” ou “o território sobre o qual se estende a jurisdição do
pároco”. Nos primeiros séculos da Igreja, não existiam as paróquias; existiam
apenas os bispados ou dioceses administradas pessoalmente pelos bispos,
legítimos sucessores dos apóstolos. Assim, podemos dizer que cada diocese
constituía uma paróquia, cuja matriz era a catedral, única igreja a possuir pia
batismal. Os bispos, nas suas catedrais, acercavam-se de presbíteros auxiliares
para o serviço do culto e a administração dos sacramentos.
Com a propagação da fé, formaram-se núcleos numerosos de fiéis nas
grandes cidades e nas aldeias. Surgiu, então, a necessidade de construir
templos para atender esses fiéis, que, pela distância geográfica, nem sempre
podiam frequentar os maiores centros urbanos onde se encontrava o bispo em sua
sede diocesana.
Para as igrejas distantes da sede episcopal, os bispos enviavam
presbíteros, por turno, para fazerem o serviço ministerial, regressando depois
à sede do bispado. Com o passar do tempo, o bispo confiou a um presbítero a
administração de cada igreja, marcando-lhe um território ou comarca para o
exercício de sua jurisdição. Esse território ou comarca é o que chamamos
“paróquia”.
1. Estruturação da paróquia
A estrutura paroquial, datada do fim do século IV, vem, através dos
séculos, resistindo às investidas das transformações culturais que a humanidade
promove mediante sua evolução natural. Numa análise histórica, comparando os
tempos, percebemos que a paróquia nasce de uma necessidade pastoral, pois, com
o crescimento do número de católicos e a dificuldade deles de chegarem à
cidade, o bispo local já não tinha condições de atender a todos os seus fiéis,
ainda que tivesse consigo os presbíteros com os quais formava o presbitério.
Criaram-se então Igrejas titulares em regiões diversas da cidade e também no
interior. Historicamente, optou-se por multiplicar as paróquias em vez de
multiplicar as dioceses. Com o regime feudal, a paróquia se tornou mais rural.
Assim, foi criada a figura do pároco, aquele que representa o bispo em
determinada região geográfica (paroikia,
do grego = aquilo que se encontra perto ou ao redor da casa). A paróquia
congrega ao redor de seu centro de ação a população aí residente. É, portanto,
venerada pela sua antiguidade, e sua estruturação territorial, bem como sua
jurisdição canônica, preserva traços até os nossos dias. Com a separação entre
Igreja e Estado, ganha também jurisdições civis, sendo compreendida como
entidade jurídica, regida por leis próprias e garantida pela Constituição de
cada país.
No Brasil, a instituição paroquial não conheceu a realidade rural
como na Europa, onde um pároco atendia a sua vila com número reduzido de
habitantes. A paróquia no Brasil sempre foi na cidade, ou seja, sua sede sempre
esteve ali onde se encontrava a matriz, em redor da qual o povo se congregava.
Na periferia e na zona rural existiam (e essa mentalidade ainda está presente
em muitas regiões) as capelas, onde a celebração dos sacramentos se realizava e
se realiza em períodos determinados. Já são muitas as dioceses que
transformaram essas capelas em verdadeiras comunidades, numa mentalidade nova
de compreensão da paróquia.
Embora falemos de paróquia urbana no Brasil, a mentalidade sempre
foi rural. Até hoje, se bem que a maioria da população resida em cidades, a
mentalidade paroquial vigente é rural, pelo fato de as vocações ao presbiterado
ainda provirem, em sua maioria, das famílias estabelecidas no campo ou a elas
estarem vinculadas pela cultura aprendida. A paróquia ainda não se entendeu com
a urbanização.
A reflexão sobre o tema “paróquia” carece de uma exploração mais
sistemática. São poucas as obras literárias sobre o assunto no Brasil. Os
teólogos que abordam essa temática fazem-no para artigos de revistas e outros
meios de comunicação literária. A reflexão gira mais em torno da “pastoralidade”
que da estrutura paroquial como organismo eclesial. Trata da pastoral na
paróquia, e não da paróquia como fonte da “pastoralidade” em sua articulação
organizacional.
Já foram realizados alguns seminários sobre a pastoral urbana.
Existem ensaios sobre modelos alternativos de paróquia, considerando a dimensão
afetiva da opção pessoal, a aproximação pela caracterização profissional, a
paridade socioeconômica e outras experiências realizadas como investimentos
para uma renovação.
No momento, o tema tem despertado muito interesse, tanto dos bispos
e presbíteros como de outros líderes, pois o número das comunidades sempre
aumenta e urge um estudo para melhor conhecimento da realidade e para possíveis
encaminhamentos de alterações. As experiências existem, mas precisam ser
catalogadas para análise e compreensão.
2. Pároco e paróquia
Numa visão geral da realidade, os dois termos às vezes se
confundem: o pároco é a paróquia e a paróquia é o pároco. Falando de outra
forma: tal pároco, tal paróquia. Toda a organização parece refletir a
mentalidade e o jeito de ser do pároco: sua eclesiologia, suas devoções, seus
costumes e gostos, suas crenças, seu Deus…
Quando isso se verifica, a Igreja perde a universalidade e a
comunidade se unilateraliza — o que constitui campo propício para uma
religiosidade fundamentalista objetal. A liderança do pároco instaura a
paróquia em torno de si, cria o enraizamento e o apego aos feitos. A paróquia —
e, às vezes, a cidade — é a projeção do próprio ego do pároco.
De certa forma, percebe-se que a grande linha pastoral que atinge a
maioria das paróquias é o “continuísmo” ou a pastoral do socorro. Então o bom
pároco, ou o padre bom, é aquele que está presente aos acontecimentos como
última palavra e, quando não encontra uma saída saudável, conclui com a máxima:
“É a vontade de Deus”. Trata-se de uma presença que não transforma e, em muitas
situações, abençoa a própria corrupção. O discurso parece até profético na
denúncia, no anúncio, nas propostas e orientações, porém a prática continua
sempre igual. Toda a pregação parece não ter força para desinstalar a
acomodação construída por gerações. Nessa estrutura não há espaço para o novo,
a evolução não tem horizontes e a grande defesa é o moralismo. Isso não se
restringe a párocos idosos formados na teologia do pré-concílio, mas é uma
mentalidade corrente encontrada em todas as idades.
Pároco e paróquia têm identidades diferentes, embora sejam
interdependentes. A satisfação do pároco deveria ser a independência da
paróquia, ou seja, uma paróquia que progride mesmo com a ausência dele. E a
alegria da paróquia seria ver no pároco uma pessoa livre, sustentando relações
saudáveis e despertadoras da esperança de vida.
3. Uma compreensão da paróquia em quatro modelos
Os modelos apresentados a seguir são decorrência da mentalidade
eclesiológica; conforme afirma o Pe. J. B. Libanio, são “cenários da Igreja”.
De acordo com cada cenário, podemos caracterizar um modelo. Característica não
significa absolutização, mas, sim, notas preponderantes.
1 – A paróquia tradicional, centralizada.
2 – A paróquia modernizada.
3 – A paróquia descentralizada.
4 – A paróquia como rede de comunidades.
3.1. A paróquia tradicional
Tem a pastoral concentrada na matriz e, como contratransferência,
passa a centrar-se na pessoa do pároco. Dele tudo depende. Em qualquer decisão,
em qualquer área de atuação, ele deve estar presente. Essa estrutura é muito
comum em nossa realidade. Como diz Elias Della Giustina, “o fiel é objeto de um
severo controle religioso, pois depende juridicamente de um sacerdote”.
Trata-se de um modelo decorrente da monarquia do século V, seguindo um modelo
eclesial piramidal: poucos no poder e muitos na base. A relação é de
subserviência, e a fé, sempre envolta em muito mistério, é apresentada numa
linguagem mágica. Dificulta-se ao povo o acesso ao conhecimento
bíblico-teológico-pastoral.
A vida paroquial segue a rotina do calendário, conforme a tradição
da cidade, do bairro ou ainda da piedade popular imposta por um pároco e
seguida por outros, sucessivamente: festas, procissões, peregrinações etc. Todo
o povo é convidado a vir à matriz e aí receber as benesses os festejos. Essas
promoções garantem a vida da paróquia, que, como articulação humana, é um tanto
vazia e depende da espiritualidade dos diversos movimentos que geralmente aí se
instalam. O povo satisfaz seu desejo espiritual mais nos carismas dos
movimentos que na vida paroquial. Nesse meio, é fácil desenvolver crendices e
superstições.
3.2. A paróquia modernizada
O Concílio Vaticano II promoveu a oportunidade de reestruturação e
renovação da vida paroquial. Para F. Coccopalmerio, a paróquia é “comunidade de
fiéis territorialmente individualizada dentro de uma diocese, tendo como cabeça
um sacerdote que faz as vezes do bispo e o torna presente”. E a Apostolicam Actuositatem apresenta-a
como “comunidade que age ou que, enquanto tal, cumpre uma atividade
apostólica”. Inspirada na Lumen
Gentium, com sua concepção de Igreja povo de Deus, a paróquia vai
perdendo sua apresentação piramidal e se tornando mais comunhão e participação,
com a atenção voltada para a dimensão pastoral. Cria-se pastoral conforme as
necessidades do povo da região. A paróquia modernizada começa a admitir maior
participação leiga, incluindo mulheres e crianças, nas atividades pastorais e
celebrativas. Ela se moderniza também nos aspectos técnicos de organização, com
secretariados, e usa de instrumentos modernos de pesquisa e de organização estrutural,
mas conserva a territorialidade e a centralidade da matriz.
3.3. A paróquia
descentralizada
Está fundamentada na teologia da Igreja particular e é a unidade
fundamental da ação pastoral. Nela encontramos todos os elementos constitutivos
da Igreja universal. Como afirma Bruno Forte: “A exemplo da partícula
eucarística, que não contém uma parte do Cristo, mas o é na sua totalidade, a
Igreja particular ou local também é a Igreja na sua plenitude”. É claro que a
sua abertura para a comunhão com as outras Igrejas locais e com a Igreja de
Roma também constitui a Igreja particular. Nela, o bispo é o pastor onde se
encontra e de onde dimana todo o encargo e toda a responsabilidade pastoral.
Nas palavras do Plano de Emergência da CNBB, “o bispo é o legítimo pastor de
cada paróquia na sua diocese”.
Nela, os párocos são colaboradores da ordem episcopal,
participantes do múnus pastoral do bispo. Portanto, não podem exercer seu
ministério a título pessoal. É unicamente pelo bispo, e na comunhão da Igreja
local, que o pároco pode exercer seu ministério paroquial. Daí a necessária
inserção na pastoral diocesana.
Na linha paulina, o termo Igreja é aplicado não só à Igreja
universal, mas também às comunidades locais. As paróquias são entendidas como
comunidades de Igreja. Representam e manifestam a Igreja universal e participam
de suas propriedades e qualidades.
A paróquia não pode ser reduzida a simples organização
administrativa ou mera extensão territorial, mas constitui uma célula orgânica
da Igreja e, como comunidade eclesial continuadora do projeto de Cristo,
participa de sua tríplice missão: profeta, sacerdote e rei (pastor). Sua missão
primeira é a garantia da fé por meio do ministério da Palavra, cujo objetivo é
fazer que a fé tenha um assentimento da inteligência e favoreça o engajamento
da pessoa na sua integralidade. O engajamento gera a comunidade de culto, o
serviço divino, de louvor, de oração, tendo como centro a eucaristia. A
vivência eucarística estabelece o comprometimento da comunidade com a caridade,
tendo em vista a superação de tudo o que divide e separa o ser humano, para a
constituição da única família de Deus.
Como comunidade de Igreja, a paróquia é fermento da comunidade
humana. Certas funções, como organizar e dirigir atividades profissionais,
culturais, econômicas, sociais e políticas, são assumidas em caráter supletivo,
não próprias da paróquia. O próprio dela é orientar, santificar e formar a
consciência das pessoas para que construam uma civilização que favoreça, da
melhor maneira possível, o bem comum, como sinal do reino.
Não se entende a paróquia sem o pároco. Este é o colaborador do
bispo e o primeiro responsável por ela. Vive aí o tríplice múnus em comunhão
com a comunidade de batizados e com a Igreja local, em um plano de conjunto.
Com essa compreensão, o pároco confia nas possibilidades dos leigos, suscitando
militâncias e líderes. Os leigos devem ser considerados, por seu caráter de
batizados, como membros da comunidade paroquial. Também participam, a seu modo,
do tríplice múnus, configurando assim o sacerdócio comum dos fiéis.
A paróquia descentralizada traz consigo uma teologia de vínculo
comunitário, espelhando-se na Igreja primitiva. Todo o acento está na
comunidade, pois nela está a vida dos fiéis. A descentralização contempla as divergências
e favorece as particularidades, sem desmerecer a unidade da mesma fé.
3.4. A paróquia como rede de comunidades
Em tempos atuais, esse conceito ganha força e algumas experiências
são realizadas. Seria a aplicação concreta da eclesiologia do Concílio Vaticano
II e sua recepção na América Latina, particularmente com a Teologia da
Libertação, resgatando as fontes da comunidade e concretizando a vivência da
Igreja povo de Deus. O sacramento do batismo ganha destaque; por ele nasce a
consciência da missão.
Nesse modelo de paróquia, a descentralização é nota preponderante
na constituição de comunidades. A matriz perde a centralidade do poder
decisório, tornando-se apenas uma comunidade entre outras com os mesmos
direitos e deveres, pois a vida eclesial se desenvolve em cada comunidade
constituída com seus conselhos sob a orientação do pároco, cuja ocupação
primeira é celebrar a eucaristia e formar lideranças para expandir a
evangelização numa Igreja toda ela ministerial e missionária.
Criar comunidades novas faz parte do processo gerencial da pastoral
paroquial. A comunidade cresce e se multiplica, formando outras. Assim a vida
do evangelho não fica limitada a um território circunscrito ou a uma porção da
população residente em determinado bairro. As lideranças formadas para exercer
o ministério em uma comunidade se encarregam de formar novos líderes para a
nova comunidade e assim sucessivamente. As lideranças se multiplicam para
multiplicar as comunidades.
A comunidade nasce da ação de um missionário que, em torno da
Palavra de Deus, reúne um grupo para refletir e rezar com base nas necessidades
reais desse grupo. O prosseguimento dessa atividade cria vida afetiva e
comprometimento mútuo no pequeno grupo. Com essa força nascem as iniciativas
geradoras da comunidade, as quais se expandem, atingindo outras pessoas.
Despertam-se líderes, que vão assumindo ministérios de acordo com as
necessidades dos habitantes; a “pastoralidade” se desenvolve e por ela a
evangelização tem lugar. Se o pároco acompanha e auxilia esse processo, a
comunidade cresce equilibrada e forte para progredir na comunhão. As primeiras
sementes da organização aparecem com a pastoral da liturgia e da catequese.
Primeiro se organiza a comunidade, que se reúne normalmente numa
garagem, num barracão ou no que houver de disponível ao grupo. Como fruto da
organização, da unidade e da maturidade da comunidade, vem a construção do
templo.
Em tal modelo, os ministérios têm destaque e os conselhos da
comunidade são essenciais para garantir sua subsistência. Na falta do ministro
ordenado (presbítero), a comunidade se reúne em torno da Palavra de Deus,
alimenta-se da eucaristia que o pároco faz chegar a todas as comunidades e se
lança para a vida de caridade, transformando o lugar de vivência do povo em
melhoria de qualidade de vida. Cada comunidade se encarrega de administrar os
acontecimentos que dificultam a vida do povo. Não importa de que caráter seja o
problema; a mística da comunidade atende a pessoa em sua totalidade.
A sustentação da comunidade se dá pela consciência do dízimo, que é
não só coleta de valores monetários, mas, acima de tudo, maturidade eclesial de
pertença e de comprometimento com o todo. Nesse sentido, podemos falar de
“pastoral do dízimo”, por se tratar de uma formação para a partilha e a
comunhão. Não significa apenas arrecadar dinheiro, mas transformar-se em
participante integral com direitos e deveres na corresponsabilidade da vida em
comum.
Nesse jeito de ser Igreja, as festas da comunidade não dependem do
patrocínio de um “festeiro” ou de verbas doadas pelo poder político, mas é a
comunidade quem faz a festa. Ela se realiza conforme as prioridades definidas e
à medida dos limites. Não há espaço para ufanismo nem palco para interesseiros.
É a própria comunidade quem acolhe os visitantes da festa e lhes oferece
bem-estar.
A paróquia como rede de comunidades favorece a intercomunhão entre
elas na troca de experiências, no incentivo e ajuda mútua e no aprendizado
solidário de tudo que envolve a vida comunitária.
4. Perspectivas
As Diretrizes
gerais da ação evangelizadora da Igreja no Brasil: 2003-2006 apontam
para uma reestruturação da organização paroquial. Esse é um clamor que ecoa pelo tempo na voz de
bispos e presbíteros para os quais o peso da estrutura paroquial já não condiz
com a evolução social atual. Para melhor evangelizar, a paróquia, como célula
eclesial na diocese, precisa adaptar suas estruturas. As Diretrizes apontam para a
“paróquia como rede de comunidades”, ou seja, descentralizando toda a atividade
pastoral e investindo nos ministérios leigos. O Projeto Nacional de
Evangelização Queremos Ver Jesus, Caminho, Verdade e Vida, nas suas pistas de
ação, sugere também que se invista na organização da paróquia como “rede de
comunidades”. Esse parece
ser o modelo de paróquia que mais ajudará na consciência de ser Igreja e,
portanto, na missão de evangelizar.
Nestes últimos anos estamos refletindo sobre os desafios da
evangelização. De acordo com o mapeamento da filiação religiosa feito pela
Igreja no Brasil, a Igreja Católica perde adeptos nas periferias das cidades e
nas fronteiras agrícolas. A pesquisa do Ceris “Mudança de religião no Brasil,
desvendando sentidos e motivações” conclui serem justamente esses os locais de
paradeiro de quem parte em busca de melhores condições para o trabalho, quer no
campo, quer na cidade. A mobilidade humana provoca um desenraizamento em todas
as dimensões da pessoa: cultural, religiosa, de costumes e normas. Inseguras e
indecisas quanto ao futuro, tais pessoas tornam-se vulneráveis a qualquer
proposta, tanto religiosa como de qualquer outra ocupação (incluindo o tráfico
de drogas).
Quando se estabelecem comunidades nesses locais, elas se tornam
referência para os que chegam, e todo o apostolado pode ser desenvolvido na
linha do bom acolhimento. Ao se visitar essas pessoas, a evangelização se
realiza com todas as suas exigências: serviço, diálogo, anúncio e testemunho de
comunhão. A comunidade se torna o referencial evangelizador que favorecerá
outro enraizamento.
Quanto às áreas não periféricas das grandes cidades, a
multiplicação de comunidades apresenta dificuldades pelo modo próprio de
coexistência das pessoas, caracterizado, em muitos casos, pela vida vertical
nos edifícios e nos condomínios fechados. Todo morador de edifício ou de
condomínio fechado já tem uma vida comunitária implícita, pois muitos deveres e
benefícios já são partilhados com todos os condôminos. Se no Brasil a média da
população católica é de 70%, o que falta para que nesses condomínios se
organizem também comunidades católicas?
No espírito da paróquia como rede de comunidades e pela ação
corajosa de evangelizadores, esse objetivo poderá ser alcançado.
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