REFLEXÃO DOMINICAL II
“VÓS SOIS O SAL DA TERRA E A LUZ DO MUNDO”(Mt 5,13)
- Hoje, somos convidados a repensar como
vivemos concretamente nossa fé. Quando ela é madura, sincera, manifesta-se em
nossos gestos, palavras e ações.
- Isaías fala ao povo de Deus no momento em
que eles estavam chegando de volta à pátria, depois de um longo e doloroso
período de exílio. Todos estavam completamente empenhados na reconstrução da
cidade e do Templo, pois tudo havia sido destruído pelo inimigo. O projeto de
reconstrução previa um novo templo esplendoroso. O fim da escravidão, o retorno
para a pátria, a reconstrução, criou um clima de euforia e aos poucos o povo
foi se desviando daquilo que era mais importante: o cuidado com a fé no Deus
Salvador. A observação das normas provindas da Lei foram aos poucos
transformando-se em meras regras exteriores que já não tocavam mais os corações
dos fiéis. A exterioridade e a superficialidade com que estavam vivendo a Lei
do Senhor, tinha reduzido a fé do antigo povo a um simples ritualismo mágico,
que não tocava nem chegava mais ao íntimo dos corações. Deus logo percebeu o
agir incorreto do povo e imediatamente enviou-lhes seus servos profetas para
que alertassem a comunidade e a chamasse de volta para os caminhos do Senhor.
- O profeta Isaías diz que aquilo que
agrada o Senhor e atrai a sua graça sobre nós, não é a pura e simples
observação exterior das normas da Lei, nem a grandeza e o esplendor do Templo,
mas nossa capacidade de repartir o pão com o faminto, acolher o peregrino
estrangeiro, vestir o nu, socorrer o necessitado e acolher de coração aberto o
indigente. Agrada ao Senhor, abandonar todo tipo de opressão, não abusar do
poder, não agir com autoritarismo, evitar linguagem maldosa, não difamar ou
atentar contra a dignidade do próximo. Em síntese, é o amor gratuito ao
próximo, precedido e acompanhado do amor a Deus, que agrada o Senhor. Amar e
servir a Deus na pessoa do próximo necessitado é a condição básica para que
brilhe em nós a luz de Deus e a manifestemos em nosso ser e agir.
- Provavelmente, se formos examinar com
honestidade a vivência de nossa fé, haveremos de reconhecer que aquilo que o
profeta falava ao antigo povo, serve também para nós. Em um sincero exame de
consciência, reconheceremos vários sinais de superficialidade na vivência de
nossa fé.
- Na segunda leitura, São Paulo fala
daquilo que devemos cuidar quando vamos pregar em nome do Senhor Jesus. Antes
de tudo, o pregador deve ter bem claro que deverá anunciar Jesus crucificado:
loucura para os que não creem e salvação para os que acreditam e temem ao
Senhor. Certamente, esse anúncio não agradará a muitos dos ouvintes, mas o
pregador do evangelho nem deve ter a preocupação de agradar. Sua preocupação
deve ser somente aquela de ser fiel ao Senhor. Depois, o apóstolo recorda que
não devemos confiar e nem recorrer somente a nossa sabedoria humana. Pois, a fé
e a salvação são acima de tudo, dons do Pai. Somos nós que anunciamos, mas é a
graça que torna frutuoso o nosso anúncio. O que realmente importa para o
pregador, é que seja dócil à voz de Deus e obediente ao Espírito Santo, ou seja,
ser um bom instrumento da graça.
- O Evangelho
resume em poucas palavras aquilo que deve ser nossa missão enquanto
colaboradores do Senhor: "vós sois o sal da terra e a luz do mundo"
(Mt 5,13). Deus criou este mundo maravilhoso e o entregou em nossas mãos, para
que através do nosso trabalho e inteligência, possamos transformá-lo. Com a
entrada do pecado no mundo, também as coisas contrárias ao plano de Deus
passaram a fazer parte do mundo. O maligno plantou suas sementes no canteiro de
Deus. Foi exatamente para reverter tudo isto que Deus nos chamou e enviou para
sermos sal e luz. Temos que ser no mundo uma presença qualitativa e
transformadora. Não podemos nos contentar de sermos iguais aos demais. Temos
que superar os problemas deste mundo, pois nossa meta é a santidade do Pai,
imprimindo o gosto e a marca de Deus em tudo o que somos e fazemos.
http://diocesedesaomateus.org.br/wp-content/uploads/2022/11/05_02_23.pdf
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