Meditai sobre a Paixão do Senhor
“Meditai
sobre a Paixão do Senhor,
Aumentai
a caridade em vossos corações,
Consolidai
a vossa fé, Renovai a vossa esperança.
Entrai
em íntima comunhão com o Senhor!”
Ao
celebrar o Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor, iniciaremos a Semana Santa,
e sejamos enriquecidos pelo Sermão do Bispo Santo André de Creta (séc.
VI): “Vinde, subamos
juntos ao monte das Oliveiras e corramos ao encontro de Cristo, que hoje volta
de Betânia e se encaminha voluntariamente para aquela venerável e Santa Paixão,
a fim de realizar o Mistério de nossa salvação.
Caminha
o Senhor livremente para Jerusalém, Ele que desceu do céu por nossa causa –
prostrados que estávamos por terra – para elevar-nos consigo bem acima de toda
autoridade, poder, potência e soberania ou qualquer título que se possa
mencionar (Ef 1,21), como diz a Escritura.
O
Senhor vem, mas não rodeado de pompa, como se fosse conquistar a glória. Ele
não discutirá, diz a Escritura, nem gritará, e ninguém ouvirá Sua voz (Mt
12,19; cf. Is 42,2). Pelo contrário, será manso e humilde, e Se apresentará com
vestes pobres e aparência modesta.
Acompanhemos
o Senhor, que corre apressadamente para a Sua Paixão e imitemos os que foram ao
Seu encontro. Não para estendermos à Sua frente, no caminho, ramos de oliveira
ou de palma, tapetes ou mantos, mas para nos prostrarmos a Seus pés, com
humildade e retidão de espírito, a fim de recebermos o Verbo de Deus que Se
aproxima, e acolhermos Aquele Deus que lugar algum pode conter.
Alegra-Se
Jesus Cristo, porque deste modo nos mostra a Sua mansidão e humildade, e Se
eleva, por assim dizer, sobre o ocaso (cf. Sl 67,5) de nossa infinita pequenez;
Ele veio ao nosso encontro e conviveu conosco, tornando-Se um de nós, para nos
elevar e nos reconduzir a Si.
Diz
um Salmo que Ele subiu pelo mais alto dos céus ao Oriente (cf. Sl 67,34), isto
é, para a excelsa glória da Sua divindade, como primícias e antecipação da
nossa condição futura; mas nem por isso abandonou o gênero humano, porque o ama
e quer elevar consigo a nossa natureza, erguendo-a do mais baixo da terra, de
glória em glória, até torná-la participante da Sua sublime divindade.
Portanto,
em vez de mantos ou ramos sem vida, em vez de folhagens que alegram o olhar por
pouco tempo, mas depressa perdem o seu verdor, prostremo-nos aos pés de Cristo.
Revestidos
de Sua graça, ou melhor, revestidos d’Ele próprio, – vós todos que fostes
batizados em Cristo vos revestistes de Cristo (Gl 3,27) – prostremo-nos a Seus
pés como mantos estendidos.
Éramos
antes como escarlate por causa dos nossos pecados, mas purificados pelo Batismo
da salvação, nos tornamos brancos como a lã. Por conseguinte, não ofereçamos
mais ramos e palmas ao vencedor da morte, porém o prêmio da Sua vitória.
Agitando
nossos ramos espirituais, O aclamemos todos os dias, juntamente com as
crianças, dizendo estas Santas Palavras: “Bendito o que vem em nome do Senhor,
o Rei de Israel”.
Ele
desceu do céu e veio ao nosso encontro: um Deus que Se faz Homem, assume a
nossa condição, faz-Se um de nós, igual a nós, menos no pecado, para exatamente
destruí-lo e nos redimir como criaturas novas.
Não
conhecendo o pecado, numa perfeitíssima oferenda agradável ao Pai, sacrifica-Se
por Amor à humanidade, ensinando e vivendo o caminho do Amor e fidelidade, doação
e entrega em favor do próximo. Fez-Se grão de trigo caído por terra para
germinar e produzir frutos abundantes de vida, alegria e paz.
É
este Jesus que acolhemos como Salvador; Aquele que entrou em Jerusalém aclamado
por todos, com ramos deitados para que sobre eles passasse.
Não
fiquemos insensíveis ao convite do Bispo, em seu Sermão.
Prostremo-nos diante do Senhor, e a Ele demos toda honra, glória, poder e
louvor:
“… em vez de mantos ou
ramos sem vida, em vez de folhagens que alegram o olhar por pouco tempo, mas
depressa perdem o seu verdor, prostremo-nos aos pés de Cristo. Revestidos de
Sua graça, ou melhor, revestidos d’Ele próprio, – vós todos que fostes
batizados em Cristo vos revestistes de Cristo (Gl 3,27) – prostremo-nos a Seus
pés como mantos estendidos”
Sejam
os ramos sejam a expressão de que somente n’Ele e com Ele encontramos vida,
somente diante d’Ele nossos joelhos se dobrem, e ternamente nossa língua
proclame que Jesus é o Senhor.
Será
a grande Semana em que a Igreja nos convida ao recolhimento, ao silêncio e a
Oração, a frutuosa meditação da Paixão do Senhor, para que aumente em nós a
caridade, consolidando a fé e renovando a esperança.
http://peotacilio.blogspot.com/2020/04/meditai-sobre-paixao-do-senhor-domingo.html?m=0
https://diocesedeguanhaes.com.br/2020/04/03/domingo-de-ramos-e-da-paixao-do-senhor-ano-a/
Nenhum comentário:
Postar um comentário